Deputado Arlindo Chinaglia em fala - Foto: Francine Scudeler
Na manhã desta sexta-feira (27), segundo dia do 2º Congresso Regional da América da FUTAC, foram realizados importantes debates com o deputado federal, Arlindo Chinaglia (PT/SP), e o desembargador do Tribunal do Trabalho da 15ª Região, João Batista Martins. O evento reúne 40 delegações internacionais e 150 dirigentes de sindicatos dos trabalhadores em transportes de países como Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela e Equador, Cuba e Espanha.
Em sua fala, Arlindo falou sobre a recente declaração do
presidente Jair Bolsonaro que rebateu a fala de Michelle
Bachelet, ex-presidenta do Chile e hoje comissária das Nações
Unidas para direitos humanos. Bachelet disse que desde 2002, o
Brasil é um dos cinco países do mundo com o maior número de
assassinatos de ativistas de direitos humanos. Ela disse
ainda que é visível um considerável aumento na violência policial
em 2019, em meio a um discurso público que legitima execuções
sumárias e a ausência de responsabilização.
Bolsonaro rebateu, elogiando o ditador Augusto Pinochet
e criticou o pai dela, que foi torturado e morto durante a
ditadura, que começou em 1973 e terminou em 1990.
"Só nos enche de vergonha esse governo, que só sabe atacar a esquerda, lembrando que nunca existiu socialismo na fase da terra, e mentir sobre o que acontece no Brasil ", frisa Chinaglia.
Arlindo falou que a direita no Brasil está muito
"assanhada" e vem adotando uma agenda política
devastadora, citou como exemplo o pacote de privatizações de várias
empresas estatais, entre elas Petrobrás e e
Eletrobras. “Estamos em um momento ruim no Brasil. 175 pessoas
são assassinadas por dia, o que equivale a um avião por dia, mas
quem está nesse avião são pobres e negros. Além disso, a economia
segue ladeira abaixo. A situação não é muito diferente na
Argentina, o governo Macri é um desastre. Temos que nos organizar”,
alertou.
Politização do trabalhador
O parlamentar falou que o Congresso da FUTAC é uma oportunidade de trocar experiências e a saída para enfrentar os ataques e retrocessos às conquistas do povo brasileiro é a politização dos trabalhadores, também é fundamental a capacidade de luta e saber qual é o seu lado.
“Com o trabalhador politizado, teremos mais poder de
organização e desta forma evitaremos que os avanços sociais e os
direitos que conquistamos ao longo de muitos anos não retrocedam",
pontuou.
#ChegaDeTrabalhoInfantil
Para falar sobre a importância do movimento sindical levantar a bandeira contra o trabalho infantil, estimular a aprendizagem e a qualificação profissional, o Congresso recebeu o desembargador do Tribunal do Trabalho da 15ª Região, João Batista Martins. Também participou dessa mesa a presidente do Conselho da Criança e do Adolescente de Sorocaba, a doutora Angela Cardoso Ribeiro.
Desembargador do Tribunal do Trabalho da 15ª Região, João Batista Martins
O desembargador falou sobre a parceria do Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba com o Ministério Público do Trabalho (MPT), em 2017, que resultou a criação do Espaço Cultural dos Rodoviários. “O local oferece a dezenas de crianças e adolescentes de 4 a 16 anos, em situação de vulnerabilidade social, aulas de artes marciais, capoeira, inglês, português, libras, teatro, danças urbanas, fotografia e violão”, relatou. Atualmente, o projeto em Sorocaba atende 120 crianças e adolescentes.
Martins disse aos demais sindicatos dos trabalhadores em
transportes para divulgar a campanha #ChegaDeTrabalhoInfantil em
suas bases. "Temos que romper esse ciclo de miséria e violência.
Queremos construir um mundo menos desigual e, para isso, é
fundamental que as crianças e adolescentes tenham oportunidades",
destaca.
O presidente da CNTTL, Paulinho, reforçou a importância de mais
sindicatos abraçarem nobre essa Campanha. "Temos sindicatos com
estrutura e podemos utilizá-la para envolver crianças e jovens
contra o trabalho infantil", enfatizou.
Acesse aqui abaixo apresentação do programa Chega de
Trabalho Infantil:
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