Estima-se que
mais de 50 mil trabalhadores e trabalhadoras trabalham no setor
viário em todo o País. Algumas cidades são chamados de
Marronzinhos, Amarelinhos, Azulzinhos ou Vermelhinhos devido à cor
predominante de nossos uniformes. A profissão é jovem: nas décadas
de 1960/70 o trânsito deixou de ser assunto policial e passou a ser
tratado como uma questão de engenharia.
Essa mudança aconteceu quando as ruas, avenidas
e estradas brasileiras começaram a ser ocupadas por veículos
produzidos pela nascente indústria automobilística brasileira.
Desde 1891, quando o aviador Alberto Santos Dumont trouxe para o
Brasil o primeiro veículo movido por motor a combustão - um
Peugeot, comprado por 1.200 francos, na França -, a nossa frota
tinha apenas importados.
Outra grande mudança foi a criação do primeiro
Código Nacional de Trânsito, em 1966, unificando a legislação do
trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres de todo o
território nacional. Até então a legislação era, principalmente,
municipal.
Em
1960 éramos 65 milhões de brasileiros e tínhamos uma frota 320 mil
veículos produzidos aqui. Agora, quando ultrapassamos os 185
milhões de habitantes, nossa frota atingiu 22.506.908 veículos e
4.846.919 motocicletas (Sindipeças – 2004). Assim, a função é
harmonizar o trânsito desses milhões de pessoas, veículos e
motos. Não tem sido nada fácil realizar essa
tarefa!
Segundo o Ministério da Saúde, em 2004 ocorreram
35.460 mortes relacionadas a acidentes de transporte. E, de acordo
com a AutoBan, empresa que administra o sistema
Anhangüera-Bandeirantes, em São Paulo, “em cerca de 75% dos
acidentes com vítimas fatais nas ruas e rodovias de nosso País
existe um motorista alcoolizado envolvido.”
Para completar, a monografia da perita Marli
Ferreira Vilela apresentada à Universidade Federal de Mato Grosso
mostra como a Justiça brasileira é leniente com casos envolvendo
acidentes de trânsito: de um universo de 184 ocorrências com óbito,
no biênio 2000/2001, na cidade de Anápolis, Goiás, apenas 15%
tiveram Ação Penal instaurada, quando verificadas em janeiro/2006.
Dessas, apenas em um caso registrou-se sentença condenatória: dois
anos de prisão, convertidos em prestação de serviços à comunidade e
fornecimento de duas cestas básicas. Como se vê,
muito ainda é preciso ser feito para que as mortes no trânsito
deixem de ser o segundo motivo para a mortalidade por violência no
Brasil, atrás apenas das agressões.
Fonte: Pesquisa e texto: Silvio de Sousa - MTb 12.910 Assessoria do Sindviários/SP.
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