#2ºCongressoFUTAC "Esse Governo não nos representa: Fora Bolsonaro", protestam lideranças das centrais sindicais

“É muito importante a solidariedade de classe em todas as partes do mundo. Lula Livre não é a liberdade de um homem e sim da democracia", reforça o presidente da CUT, Vagner Freitas

Por: Viviane Barbosa e Vanessa Barboza, da Redação da CNTTL
Publicação: 26/09/2019
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Vagner Freitas participa do 2ºCongresso da FUTAC - foto: Egberto Lima/Mídia Consulte

Lideranças do setorial de transportes das centrais sindicais (CUT, CTB, CGTB e Intersindical) falaram aos dirigentes latinoamericanos na tarde desta quinta-feira (26) durante o 2º Congresso da FUTAC sobre a importância de fortalecer a unidade internacional para resistir e barrar os ataques aos direitos e à organização dos trabalhadores promovidos pelos governos de ultradireita.

O diretor da Fenametro e do Sindicato dos Metroviários de SP, Vagner Fajardo, destacou que o Brasil tem muito que aprender com Cuba e Venezuela, países que há anos lutam contra o principal inimigo dos povos brasileiros: o imperialismo americano.

“Temos que resistir senão o governo fascista irá aprofundar os retrocessos nas conquistas dos trabalhadores. O sindicalismo que nos interessa é o de união dos trabalhadores e que não nos divida. Esse movimento é unitário! Juntos, vamos vencer o fascismo no país”, pontuou Fajardo.  

Para Wagner Menezes, o Marrom, dirigente da CNTTL e secretário de Saúde da CUT/SP, a Greve Geral é um modelo a ser seguido. “ As últimas greves gerais que fizemos aqui no Brasil o nosso ramo dos transportes teve um papel estratégico, ajudamos a parar o Brasil. Temos toda condução de mobilizar as bases. Somente a luta vai trazer mudanças no nosso país. Tenho orgulho de estar nesse evento e representar meu ramo. Lula Livre!”, salientou Marrom.

Já Francisco Chavier da Silva, o Chiquinho, da UGT, disse que o país atravessa um momento delicado e que é preciso recomeçar a construir o movimento sindical. “ Ao final desse Congresso, coisas maravilhosas sairão. Não podemos permitir que o Brasil seja destruído por esse governo que não nos representa e que ataca a classe trabalhadora. Temos que fazer uma reflexão íntima e nos unir para combater o inimigo”, destaca Chiquinho.

Atentado à classe trabalhadora 

Vagner Freitas, presidente da CUT, salientou aos dirigentes latinoamericamos que o Brasil vive um atentado à classe trabalhadora e que o governo Bolsonaro quer destruir os sindicatos no Brasil, sua proposta é que haja apenas uma relação entre o patrão e o empregado, sem a organização e representação de um Sindicato.

“É muito importante a solidariedade de classe em todas as partes do mundo. Lula Livre não é a liberdade de um homem e sim da democracia. A CUT se sente feliz em  defender o mundo do trabalho e o regime democrático. Esperamos que o congresso americano dê continuidade ao processo de impechment contra Trump, que é legítimo. Diferente do Brasil, onde um golpe e uma onda de fakenews, orquestrada por uma  organização criminosa, elegeu um capitão expulso do exército. Pedimos desculpas a vocês, mas Bolsonaro não representa o povo brasileiro. Ele tem envergonhado o Brasil e o mundo inteiro. Nosso povo não quer enfrentar outras nações. Queremos um Brasil justo e de paz”, disse.

Freitas também falou sobre a esperança da vitória da esquerda nas eleições na Argentina, cuja eleição acontecerá em 28 de outubro.

“Vamos acompanhar o processo eleitoral, para que vençamos a eleição e possamos demonstrar que outro mundo é possível. Não somos colônia dos Estados Unidos”, completou.

O presidente da CUT também disse que a Central está propondo um projeto sobre organização sindical no Brasil que garanta um sindicato livre; que represente os trabalhadores; com financiamento sindical, isso é importante para o trabalhador existir;

Paulinho, presidente da CNTTL, disse que a atuação sindical no Brasil tem enfrentado obstáculo até por parte do judiciário. "A empresa já entra com interdito proibitório para evitar o contato do Sindicato com o trabalhador e com aplicação de multa de R$ 5 mil", conta.

Sobre o governo Bolsonaro, o presidente da Confederação conta que ele não mentiu para ninguém. “Esse governo estão destruindo o que resta de direito dos trabalhadores; fizeram a reforma da previdência que dificultará a aposentadoria e criará um país de miseráveis. Hoje temos fazer um debate e rever essa situação.  Temos muito o que aprender com os companheiros argentinos e cubanos”, destaca.

Luta unitária

Carlos Alberto Pereira, da CGTB, anunciou a unificação com a CTB  e frisou a necessidade da unidade das centrais sindicais para enfrentar o momento que o país atravessa. “Hoje vamos ter a unidade das mais tradicionais centrais brasileiras para fazermos a frente de resistência”, disse.

Pereira também falou sobre os retrocessos da política neoliberal no país. “Nós tínhamos 30% da indústria, hoje caiu 10%. Essa política está tirando o couro dos trabalhadores. A CLT foi rasgada e jogada fora. Aumento do trabalho intermitente e temporário. Companheiros (as) terão que trabalhar 10 anos a mais. Não existe desenvolvimento sem mercado interno, sem salário e poder de compra dos trabalhadores. É necessário investimento, por meio do  fortalecimento do salário. Esse governo bate continência para os americanos. Os trabalhadores em transportes são estratégicos. Vamos à luta, virar esse jogo e superar essa fase” , ressaltou.

Ricardo Saraiva, da Intersindical, ressaltou que os trabalhadores em transportes são protagonistas nas lutas sindicais, não irão aceitar o  imperialismo e reforçou a bandeira Lula Livre. “A Intersindical defende a unidade de toda a classe trabalhadora e liberdade do companheiro Lula, que hoje está como preso político, representa a defesa da democracia. Precisamos saber quem mandou matar Mariele e Fora Bolsonaro!”.
 

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