Secretária da Mulher da CNTTL, Mara Meiry (Arquivo: CNTTL)
Para marcar o mês internacional de lutas das mulheres, a CNTTL inicia uma série de entrevistas com as sindicalistas dos modais de transportes, que abordarão o tema "Mulheres no Transporte: O que conquistamos e o que podemos avançar”.
Nossa série começa com a companheira aeroportuária e secretária da Mulher da CNTTL, Mara Meiry Tavares de Jesus Amaro ,que também é dirigente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina/CUT) e secretária da mulher da CUT na Regional do Triângulo Mineiro em Minas Gerais.
Funcionária na Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), estatal pública, no Aeroporto de Uberlândia (MG), a sindicalista destaca que é preciso que as mulheres ganhem mais espaço nas mesas de negociação das campanhas salariais nos transportes “Precisamos empoderar e capacitar as mulheres para que possam defender nas mesas de negociação cláusulas de interesse feminino”, pontua.
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Portal CNTTL/CUT: Sabemos que as aeroportuárias trabalham nos aeroportos, mas o que elas fazem?
Mara Meiry: Os aeroportuários desempenham uma função importante que asseguram a segurança nas operações nos aeroportos. As aeroportuárias (os) são as (os) funcionárias (os) das empresas que administram os aeroportos. No Brasil temos: a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), estatal pública, que administra 59 aeroportos no Brasil, na qual a profissional é concursada; e seis concessionárias privadas que administram os aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas (SP), Brasília, São Gonçalo do Amarante (RN-Natal), Galeão (RJ) e Confins ( Belo Horizonte).
Pela concessionária, a aeroportuária é contratada no mercado. A Infraero detém 49% do capital social. Na base do nosso Sindicato, o Sina, representamos 12 mil aeroportuários na Infraero e cinco mil nas concessionárias.
Portal CNTTL/CUT: Quais são as principais funções?
Mara: Elas trabalham nas aéreas administrativa , ocupando cargos de superintendência, secretariado e gerência; como profissional de serviço aeroportuário, conhecido como PSA, que é responsável pela fiscalização e pátio, sistema de segurança e proteção e também no Terminal de Cargas (Teca) em funções, como por exemplo: operadora de empilhadeira.
Portal CNTTL/CUT: Quais são as principais lutas da categoria?
Mara: Uma das principais bandeiras de lutas é o combate à privatização dos aeroportos públicos para iniciativa privada. O Sina defende que os aeroportos são importantes para o desenvolvimento econômico e social do Brasil e que o desmonte do governo federal anunciado por meio de concessões é prejudicial ao país. No campo dos direitos sociais e econômicos, o Sindicato continuará a luta para que os direitos conquistados no Acordo Coletivo de Trabalho da Infraero sejam igualmente estendidos aos aeroportuários nas empresas concessionárias.
Portal CNTTL/CUT: Conte para nós quais foram os principais direitos conquistados para as trabalhadoras nos Acordos Coletivos de Trabalho?
Mara: O Acordo Coletivo de Trabalho da Infraero é considerado uma referência em razão das conquistas nas cláusulas sociais de gênero e também para os parceiros (as) do mesmo sexo. Nossa luta é igualar essas conquistas da CCT da empresa pública também nas concessionárias privadas.
Entre elas estão horário de saída para gestantes; uma cláusula específica sobre combate ao assédio moral, Licença-maternidade estendida, Horário para amamentação, Estabilidade provisória à gestante, auxílio creche, proteção à gestante, material escolar para os filhos dos aeroportuários e faltas abonadas. Graças à luta do Sina, 80% dos acordos firmados com as concessionárias estão semelhantes à CCT da Infraero.
Portal CNTTL/CUT: Em sua opinião, o que precisa avançar nos direitos das mulheres?
Mara: Olha eu considero que o que nós mulheres já temos de reivindicações escritas nas mais diversas instituições que lutam desde sempre pela nossa igualdade de direitos, já é o que suficiente, por enquanto. Não basta só conseguirmos colocar nossas reivindicações num pedaço de papel, seja ele de que órgão for. Temos é que socializar para toda a classe trabalhadora e sociedade, conquistas que muitas vezes se limitam a uma única categoria.
Mas o mais importante e urgente é melhorar nossa forma de organização para fazer com que o que já temos escrito, seja de fato cumprido. Cobrar a punição de quem não cumpre.
Portal da CNTTL/CUT: Qual é a sua mensagem para as mulheres nesse ano de ataques aos direitos da classe trabalhadora?
Mara: A hora é agora. Temos que ter consciência que temos que trabalhar um só projeto: o da defesa dos nossos direitos. O resto é resto. Fica para depois. Ou seja, vamos focar nesta batalha e deixar TODAS as demais diferenças de lado. Estou falando de diferenças partidárias, religiosas, etc. Se somos mais de 50% da população brasileira, o que estamos esperando?
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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