Imagens de uma das ruas de São Paulo tomada de trabalhadores com bandeiras na greve geral de 1917
A Greve Geral de 1917 ficou conhecida em todo o País pela paralisação da indústria e do comércio que aconteceu, em julho daquele ano. O movimento surgiu como resultado de diversas organizações operárias. Esta mobilização foi uma das mais abrangentes e longas da história do Brasil, durou mais de um mês.
O movimento operário mostrou como suas organizações (Sindicatos e Federações) podiam lutar e defender os direitos da classe trabalhadora com forte impacto na economia e na sociedade. A industrialização fez surgir no Brasil um novo perfil social: O operário fabril. O movimento teve início ainda no final do século XIX.
Em decorrência da Primeira Grande Guerra Mundial, o país passou a exportar grande parte dos alimentos produzidos. A partir de 1915 as exportações afetaram o abastecimento interno de alimentos, causando elevação dos preços dos poucos produtos disponíveis no mercado. Embora o salário subisse, o custo de vida aumentava de forma desproporcional, deixando os trabalhadores em péssimas condições para sustentar suas famílias e fazendo com que mulheres e crianças precisassem trabalhar para complementar a renda doméstica. A jornada de trabalho era cruel, de 12 a 14 horas por dia, de segunda a sábado.
A maioria dos trabalhadores era composta por imigrantes italianos e espanhóis com um histórico de “organização política” em seus países de origem, o que fortaleceu muito a conscientização e a força do movimento grevista. Os trabalhadores exigiam aumento de salário.
O comércio fechou, os transportes pararam e o governo não conseguiu dominar o movimento pela força.
As reivindicações eram:
• Liberdade às pessoas detidas por conta da greve;
• Respeito ao direito das associações e sindicatos dos
trabalhadores;
• Que nenhum operário fosse demitido por participar do movimento
grevista;
• Fim da exploração do trabalho de menores de 14 anos;
• Proibição do trabalho noturno para menores de 18 anos;
• Proibição do trabalho noturno para mulheres;
• Aumento de 35% nos salários inferiores a $5000 (cinco mil réis) e
de 25% para os mais elevados;
• Data certa para o pagamento dos salários, a cada 15 dias, o mais
tardar, cinco dias após o vencimento;
• Garantia de trabalho permanente;
• Jornada de oito horas e semana de trabalho de cinco dias;
• Pagamento de 50% em todo o trabalho extraordinário (horas
extras).
Imprensa Alternativa: apoio ao movimento!
Considerado o quarto poder, a imprensa sempre teve papel de
destaque nos acontecimentos de cunho social e político no País.
Apesar da ética de imparcialidade, os meios de comunicação, em sua
maioria, estão aliados ao poder, de direita ou de esquerda, tomando
partido, ainda que neguem suas posições políticas.
No caso da greve geral de 1917 não foi diferente. Os principais periódicos da época assumiram a posição governista contra os trabalhadores. A burguesia detentora dos meios de comunicação e aliada aos políticos trabalharam em defesa dos supostos “interesses do estado”.
Mas felizmente na contramão das notícias oficiais e oficiosas, aparece a “imprensa alternativa” dando vez e voz aos agentes transformadores sociais que lutaram contra a exploração do capital humano e social, em defesa dos direitos dos trabalhadores e da instauração da democracia.
Entre os jornais podemos destacar: “A Plebe” (língua portuguesa) e o “Guerra Sociale” (língua italiana), direcionado aos imigrantes italianos que ainda não dominavam o idioma. Estas duas publicações foram de fundamental importância para o sucesso do movimento operário no Brasil, ainda que a repressão do governo tenha sido uma das mais violentas da história.
Além de divulgar os reais fatos da época, esses jornais tinham fundamental importância na conscientização da militância e no fortalecimento das diversas propostas apresentadas dentro de um contexto internacional que influenciava o movimento operário e revolucionário no País: A Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa, além da união de diversas tendências políticas e dos grupos anarquistas, a chamada “Aliança Anarquista”.
A Plebe
Jornal anarquista e anticlerical lançado na cidade de São Paulo em
1917. Sob o comando de Edgard Leuenroth, o jornal foi lançado no
contexto da Primeira Guerra Mundial e da desestabilização dos
salários e da vida dos trabalhadores. O periódico sofreu várias
intervenções e fechamento, devido aos seus polêmicos artigos e
contexto proletariado de esquerda. O jornal foi extinto
definitivamente em 1951, sendo mais uma vez reprimido pelo
Estado.
Guerra Sociale
O jornal teve uma breve experiência de um pouco mais de dois anos
(1917 – 1920) e dificuldade de se manter pela constante repressão e
empecilhos para conseguir contribuições financeiras. No entanto,
alguns de seus redatores deixaram também suas contribuições e
experiências organizativas em outros órgãos.
Conclusão das paralisações
Os patrões deram um aumento imediato de salário, de 15 a 30% e
prometeram estudar as demais exigências, sendo algumas conquistadas
com o passar dos anos, com o fortalecimento dos trabalhadores e dos
movimentos sindicais, outras no entanto, só foram aplicadas com a
promulgação da CLT em 1943 pelo então presidente Getúlio Vargas.
Mas a grande vitória da “greve geral de 1917” foi o reconhecimento
do movimento operário como instância legítima, obrigando os patrões
a negociar com os trabalhadores.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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