Delação premiada: Machado fez repasse de R$ 1,5 milhão para Temer

O ex-presidente da Transpetro afirma ter dado dinheiro de forma ilícita para o presidente interino e para o senador Aécio Neves (PSDB-MG)

Por: Com RBA
Publicação: 16/06/2016
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divulgação

A delação premiada feita pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, divulgada nesta quarta (15) em que ele afirma ter dado dinheiro de forma ilícita para o presidente interino, Michel Temer, e para o senador Aécio Neves (PSDB-MG) conturbou ainda mais o ambiente político.

 Embora negadas pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, as informações repercutiram de imediato na comissão especial do impeachment do Senado, onde os parlamentares trataram de criticar Temer e trocar farpas.

Segundo Machado, o presidente interino apoiou, em 2012, a eleição do candidato à prefeitura de São Paulo Gabriel Chalita e o procurou, na época, para pedir recursos oficiais para a campanha. E teria recebido do ex-presidente da Transpetro a resposta de que faria o repasse por meio de uma doação oficial de R$ 1,5 milhão – o dinheiro foi liberado pela empresa Queiroz Galvão, como propina paga pela empreiteira no esquema da Petrobras.

Sérgio Machado afirmou ainda em sua delação: “O Temer sabia que o dinheiro era resultado de propina paga pelas empresas por conta de contratos envolvendo a Petrobras. Sabia que era obtido por meio ilícito”.

Em outro trecho do documento, quando falou sobre acordo firmado entre o PMDB e o PT, Machado contou que Temer só reassumiu a presidência nacional da legenda, em 2014, para controlar a destinação dos recursos do partido.  E mencionou uma reclamação feita pelos deputados da bancada do PMDB sobre doação de R$ 40 milhões da JBS distribuída somente para senadores peemedebistas, deixando-os de fora – o que teria causado grande mal-estar no partido.

Diante dessa reclamação, e como forma de evitar uma crise interna no PMDB, segundo o delator, Temer teria resolvido reassumir a presidência para “controlar a destinação dos recursos”. Mas Machado afirmou não ter confirmação, nem formas de provar que essa doação foi feita pela JBS.

Após a divulgação dessas notícias, o ministro da Casa Civil disse que Temer nega que tenha se encontrado com o ex-presidente da Transpetro e que nunca agiu para conseguir recursos para campanhas eleitorais de forma ilegal. O ministro também afirmou que a narrativa de Machado “não fala nem dá a entender qualquer tipo de ilegalidade cometida pelo presidente”, uma vez que ele mesmo diz que o pedido feito pelo então vice-presidente foi para que fossem feitas doações oficiais. Para Padilha, a afirmação de que Temer sabia da origem ilícita dos recursos consiste "numa opinião do delator, não numa acusação ou algo que ele possa comprovar".



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