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A presidenta Dilma Rousseff afirmou na quarta-feira (1) que a sociedade brasileira precisa ser igualitária. “Queremos mulheres representantes e protagonistas da vida social brasileira, em igualdade de condições com os homens, parceiras e líderes”.
Ao lado da ex-ministra das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos Eleonora Menicucci, a presidenta respondeu perguntas de internautas por meio de uma rede social.
Dilma criticou o fim da pasta promovido pelo presidente interino Michel Temer. “O ministério era o reconhecimento de que a questão tem de receber tratamento prioritário na construção de um país democrático.”
Para a presidenta, a misoginia é um fator forte na sociedade brasileira, fazendo diversas vítimas. Inclusive ela mesma. “Não faltam episódios de discriminação e violência contra mulheres. Está aí o terrível caso do estupro coletivo que envergonha todos nós. Estão aí também as manifestações machistas e preconceituosas que surgiram durante o processo de impeachment (…) Como primeira presidenta mulher, quebrei paradigmas e tenho muito orgulho de todas as mulheres que lutam todos os dias pelo seu espaço”, disse.
A presidenta reafirmou a importância do debate de gênero para maior equidade das relações sociais. “A educação e a cultura têm um papel estratégico para a construção da igualdade. Daí a importância de trabalhar no ensino, em todas as áreas educacionais e também nas atividades culturais a perspectiva de gênero e o combate ao preconceito e à violência”, afirmou. “Um momento muito grave foi a retirada no Congresso da perspectiva de gênero do Plano Nacional de Educação. A perspectiva de gênero coloca a mulher como protagonista, no mesmo patamar dos homens”, completou.
Retrocesso
Questionada sobre o anúncio de Temer, que pretende criar um órgão para combater a violência contra as mulheres, Dilma se mostrou contrariada. “É um retrocesso que volta aos anos 1980, quando temos um programa avançado, que segue as diretrizes da Lei Maria da Penha. Integra no mesmo espaço físico todos os serviços fundamentais para a prevenção, acolhimento e a reintegração das mulheres no mundo social e no mercado de trabalho. Não se combate a violência contra a mulher apenas tratando como caso de polícia”, disse.
A presidenta ponderou que o combate à violência contra a mulher possui diferentes faces. “Todos os crimes devem ser combatidos e punidos com o rigor previsto em nossa legislação. No entanto, o caso recente de estupro no Rio, assim como aqueles ocorridos no Piauí, e todos os que ocorrem todos os dias em todo o país, mostram que é fundamental que todos nós enfrentemos a cultura do estupro que existe no Brasil. Precisamos extinguir esta cultura que desvaloriza a mulher, que considera normal tratá-la como objeto. Combater esta cultura exige que mudemos o processo pelo qual educamos nossas crianças e jovens, ensinando-lhes, desde cedo, que o machismo e a desvalorização da mulher não são compatíveis com um país desenvolvido”, afirmou.
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