Em artigo, Settaport critica “o oportunismo” do mercado e defende a Petrobras

Assinado pelo presidente, Francisco Nogueira, o Chico, texto foi publicado na Tribuna de Santos

Por: Redação CNTTL com Settaport
Publicação: 05/10/2015
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Francisco Nogueira, Chico do Settaport/CUT - foto: Sindicato

O Porta da CNTTL/CUT publica a seguir artigo do companheiro presidente do Sindicato dos Empregados Terrestres em Transportes Aquaviários e Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Settaport/CUT),Francisco Nogueira, o Chico, que fala da importância da Petrobras.
Na opinião do sindicalista, depois de 62 anos de brilhante atuação e resultados impressionantes, a maior estatal brasileira e uma das mais importantes do mundo, está no centro de uma disputa política contrária aos interesses da nação. “Saneada e administrada com responsabilidade, seguramente, vai recuperar o seu prestígio e a confiança do mercado”, frisa.

Leia a seguir, artigo publicado na Tribuna de Santos, na segunda-feira (5)

 

VENDE-SE BARATO *
O cenário é perfeito: em curso uma investigação que envolve a relação de funcionários corruptos com grandes empreiteiras; a falta de apoio no Senado e no Congresso que evidencia a fragilidade política do governo central; e, como pano de fundo, uma grave crise econômica que cobra sacrifício dos contribuintes. Neste território de incertezas surge o discurso mal intencionado que desvaloriza a Petrobrás na tentativa de entregar um dos maiores patrimônios do povo brasileiro para companhias estrangeiras que desejam explorar as riquezas do nosso subsolo.
É inegável que combater a corrupção praticada por funcionários de carreira da empresa é o desejo de toda a nação.

Os envolvidos na Operação Lava Jato devem ser investigados e presos, sejam eles diretores ou empresários e isso é caso de polícia.
No entanto, o que se percebe é o oportunismo do mercado e dos partidos de oposição que, com o respaldo da grande imprensa, insistem na tese de que a Petrobras é incapaz de sanear as suas finanças, de fazer novos investimentos e, portanto, seria preciso acabar com a participação mínima obrigatória de 30% da empresa brasileira nos consórcios de exploração do petróleo da camada pré-sal.

Isto significa substituir o regime de partilha pelo antigo modelo de concessão e deixar de lado tudo o que foi conquistado até agora.
Por conquistas, entenda-se que a Petrobrás é líder mundial em tecnologia para a exploração de petróleo em águas profundas e ultraprofundas e exporta essa tecnologia para várias partes do mundo. Ela sozinha fatura 3% do PIB nacional e garante o abastecimento nacional de combustíveis, alguns a preços subsidiados, como é o caso do diesel e do gás. Em taxas e impostos a Petrobrás chega a recolher mais de R$ 8 bilhões por ano.

Em 2014, a Petrobras bateu recorde histórico de produção de petróleo, atingindo a marca de 2,670 milhões de barris/dia e a empresa tem planos de aumentar a produção anual para 4,2 milhões de barris de petróleo diários, com a instalação de mais 38 Unidades Estacionárias de Produção.

A política de conteúdo nacional fortaleceu fabricantes de máquinas e equipamentos que está pronta para abastecer o mercado que envolve a cadeia produtiva de petróleo, até 2021. Este é o prazo fixado pelo marco regulatório do petróleo, aprovado no governo Lula. Ele determina que, neste período, pelo menos 55% dos insumos empregados na atividade sejam produzidos no Brasil.
Além disso, o transporte de combustíveis e as plataformas permitiram o ressurgimento e o reconhecimento da indústria naval brasileira que, hoje, ocupa a terceira posição mundial em produção, assim como a pesquisa sobre perfuração, extração, transporte e refino de petróleo também avançou através de um trabalho em rede entre as principais universidades nacionais.

Depois de 62 anos de brilhante atuação e resultados impressionantes, a maior e mais importante estatal do país foi vítima de um esquema de corrupção que abalou a sua imagem e comprometeu o equilíbrio do país.

Ela está no centro de uma disputa política contrária aos interesses da nação, mas saneada e administrada com responsabilidade, seguramente, vai recuperar o seu prestígio e a confiança do mercado.
Todo brasileiro que acompanhou a história da Petrobrás conhece o seu potencial. A quem interessa, então, vender um patrimônio desta grandeza a preço tão baixo senão aos nossos concorrentes?

 

*Francisco Nogueira, presidente do Sindicato dos Empregados Terrestres em Transportes Aquaviários e Operadores Portuários do Estado de São Paulo - Settaport e da Fundação Settaport
 

 



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