Francisco Nogueira, Chico do Settaport/CUT - foto: Sindicato
O Porta da CNTTL/CUT publica a seguir
artigo do companheiro presidente do Sindicato dos Empregados
Terrestres em Transportes Aquaviários e Operadores Portuários do
Estado de São Paulo (Settaport/CUT),Francisco Nogueira, o Chico,
que fala da importância da Petrobras.
Na opinião do sindicalista, depois de 62 anos de brilhante atuação
e resultados impressionantes, a maior estatal brasileira e uma das
mais importantes do mundo, está no centro de uma disputa política
contrária aos interesses da nação. “Saneada e administrada com
responsabilidade, seguramente, vai recuperar o seu prestígio e a
confiança do mercado”, frisa.
Leia a seguir, artigo publicado na Tribuna de Santos, na segunda-feira (5)
VENDE-SE BARATO
*
O cenário é perfeito: em curso uma investigação que envolve a
relação de funcionários corruptos com grandes empreiteiras; a falta
de apoio no Senado e no Congresso que evidencia a fragilidade
política do governo central; e, como pano de fundo, uma grave crise
econômica que cobra sacrifício dos contribuintes. Neste território
de incertezas surge o discurso mal intencionado que desvaloriza a
Petrobrás na tentativa de entregar um dos maiores patrimônios do
povo brasileiro para companhias estrangeiras que desejam explorar
as riquezas do nosso subsolo.
É inegável que combater a corrupção praticada por funcionários de
carreira da empresa é o desejo de toda a nação.
Os envolvidos na Operação Lava Jato devem ser investigados e
presos, sejam eles diretores ou empresários e isso é caso de
polícia.
No entanto, o que se percebe é o oportunismo do mercado e dos
partidos de oposição que, com o respaldo da grande imprensa,
insistem na tese de que a Petrobras é incapaz de sanear as suas
finanças, de fazer novos investimentos e, portanto, seria preciso
acabar com a participação mínima obrigatória de 30% da empresa
brasileira nos consórcios de exploração do petróleo da camada
pré-sal.
Isto significa substituir o regime de partilha pelo antigo modelo
de concessão e deixar de lado tudo o que foi conquistado até
agora.
Por conquistas, entenda-se que a Petrobrás é líder mundial em
tecnologia para a exploração de petróleo em águas profundas e
ultraprofundas e exporta essa tecnologia para várias partes do
mundo. Ela sozinha fatura 3% do PIB nacional e garante o
abastecimento nacional de combustíveis, alguns a preços
subsidiados, como é o caso do diesel e do gás. Em taxas e impostos
a Petrobrás chega a recolher mais de R$ 8 bilhões por ano.
Em 2014, a Petrobras bateu recorde histórico de produção de
petróleo, atingindo a marca de 2,670 milhões de barris/dia e a
empresa tem planos de aumentar a produção anual para 4,2 milhões de
barris de petróleo diários, com a instalação de mais 38 Unidades
Estacionárias de Produção.
A política de conteúdo nacional fortaleceu fabricantes de máquinas
e equipamentos que está pronta para abastecer o mercado que envolve
a cadeia produtiva de petróleo, até 2021. Este é o prazo fixado
pelo marco regulatório do petróleo, aprovado no governo Lula. Ele
determina que, neste período, pelo menos 55% dos insumos empregados
na atividade sejam produzidos no Brasil.
Além disso, o transporte de combustíveis e as plataformas
permitiram o ressurgimento e o reconhecimento da indústria naval
brasileira que, hoje, ocupa a terceira posição mundial em produção,
assim como a pesquisa sobre perfuração, extração, transporte e
refino de petróleo também avançou através de um trabalho em rede
entre as principais universidades nacionais.
Depois de 62 anos de brilhante atuação e resultados
impressionantes, a maior e mais importante estatal do país foi
vítima de um esquema de corrupção que abalou a sua imagem e
comprometeu o equilíbrio do país.
Ela está no centro de uma disputa política contrária aos interesses
da nação, mas saneada e administrada com responsabilidade,
seguramente, vai recuperar o seu prestígio e a confiança do
mercado.
Todo brasileiro que acompanhou a história da Petrobrás conhece o
seu potencial. A quem interessa, então, vender um patrimônio desta
grandeza a preço tão baixo senão aos nossos
concorrentes?
*Francisco Nogueira, presidente do
Sindicato dos Empregados Terrestres em Transportes Aquaviários e
Operadores Portuários do Estado de São Paulo - Settaport e da
Fundação Settaport
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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