Foto: Roberto Parizotti
São Paulo – A CUT apresentou nesta segunda-feira (4) sua plataforma para as eleições 2022 durante reunião da direção nacional. O evento teve a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem as centrais sindicais devem se unir e contribuir com proposta para seu plano de governo. A cada eleição desde 2010 a central atualiza a versão do documento, que é entregue aos candidatos à Presidência da República.
A formulação de um documento conjunto das centrais está prevista para a próxima quinta-feira (7). Nesse dia, as 10 centrais sindicais brasileiras realizarão uma nova edição da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat). O evento terá formato híbrido, presencial e virtual, e compõe a agenda do movimentos sindical que prevê também manifestações unificadas no 1º de Maio. As propostas a serem elaboradas pela Conclat serão entregues a Lula no próximo dia 13, quando o ex-presidente terá reunião com integrantes de todas as centrais sindicais.
O ex-presidente Lula disse nesta segunda-feira (4), durante
reunião da Direção Nacional da CUT, que o movimento sindical
tem a “missão heroica” de ajudar a eleger um Congresso Nacional de
maioria progressista, com deputados, deputadas, senadores e
senadoras voltados à defesa dos interesses da classe trabalhadora.
De acordo com Lula, que participou do lançamento da Plataforma da
CUT para Eleições 2022 e foi o primeiro pré-candidato a receber o
documento, é necessário que o trabalho de base nessas eleições
seja, efetivamente, de dialogar sobre quais parlamentares devem ser
eleitos para compor o Congresso Nacional.
“O que fazer para não deixar eleger pilantra? Esta é uma tarefa que
os comitês terão de fazer. Temos de fazer algo diferente para
colher algo diferente”, disse Lula, destacando a participação dos
sindicatos nos comitês populares.
Os comitês são uma rede que envolve movimentos sindicais e sociais,
partidos progressistas e a população, com atuação em fábricas,
comunidades, favelas e bairros das periferias, assentamentos
rurais, comunidades quilombolas e vilas de pescadores, entre outros
locais.
Leia mais: CUT lança comitês por trabalho, vida e democracia, para
reconstruir o país.
“Qualquer coisa que quisermos fazer vamos ter de passar pelo
Congresso. Se não mudar o Congresso, não vamos conseguir fazer a
contrarreforma que precisamos fazer. E se a gente ganhar e tiver
minoria? Não adianta chorar”, disse.
Além dos Comitês, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, destacou a
importância da atuação das Brigadas Digitais, importante
instrumento de enfretamento ao ódio propagado pelo bolsonarismo.
“Chegamos aqui por causa do ódio, do individualismo e não tem outra
saída se não for por amor e solidariedade”.
A saída são os Comitês que serão espaços de diálogo e outras ações
como distribuição de mantimentos para a população que mais precisa
e as Brigadas que vão disseminar as informações que de fato
interessa à classe trabalhadora.
“Os comitês serão montados nos mais diversos espaços como locais de
moradia, trabalho, escola porque no entorno dos do sindicato estão
as comunidades passando fome.
Direitos
Segundo Lula, as representações sindicais também precisam sair na
frente com uma narrativa capaz de ganhar as massas, ampliar espaço
no Congresso e garantir a defesa e o respeito aos interesses dos
trabalhadores. Citou como exemplo a ser combatido a falácia
“empreendedorismo”, que leva trabalhadores a se tornarem, entre
outras ocupações desprotegidas, motoristas de aplicativo.
Praticamente sem direitos trabalhistas, são trabalhadores vivendo
em regime “quase um escravo”, disse
O ex-presidente lembrou que essas narrativas reverberadas na
imprensa alinhada aos governos neoliberais levaram à atual situação
de informalidade e precariedade do emprego. “Atualmente,
apenas 7% das categorias profissionais conseguem reajuste salarial
acima da inflação. Quem consegue a inflação dá graças a Deus.
Inventaram o trabalho intermitente. E não conseguimos construir
outra narrativa”, disse, enfatizando que os sindicatos precisam
aprender a conversar com a população, não apenas com os
trabalhadores da sua base. “A gente vai ter de reconstruir tudo
isso”.
Energia
O ex-presidente defendeu também o fortalecimento da mobilização em
defesa da Eletrobras pelas centrais sindicais. Lula teme os efeitos
da privatização da estatal de energia, sobretudo para as famílias
pobres que foram beneficiadas pelo programa Luz para Todos. “Quando
privatizar, empresário vai levar luz para essas pessoas?”,
questionou. “É hora de juntar os cacos. A gente tem um legado para
mostrar que somos melhores. Mas vamos ter de conversar com todo
mundo”
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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