Paulo Estausia, presidente da CNTTL, na audiência com secretário do governo Dória
Lideranças dos sindicatos de trabalhadores do transporte público municipal, urbano, intermunicipal e rodoviário do estado de São Paulo se reuniram com o Secretário de Desenvolvimento Regional do Governo Dória (PSDB), Marco Vinholi , na terça-feira (13), para debater a urgência em incluir a categoria no grupo de vacinação estadual contra a COVID-19.
No encontro, Vinholi reconheceu o pedido dos sindicalistas, concordando que é uma atividade essencial e está altamente exposta à contaminação do novo coronavírus, mas alegou que o estado de São Paulo não tem as doses suficientes para vacinar cerca de 1 milhão de trabalhadores do setor.
“Embora o Governo Dória justificou a escassez de vacinas, sinalizou que poderá vacinar a nossa categoria, adotando alguns critérios e por etapas. Se comprometeram em nos dar uma resposta nesta sexta-feira (16)”, informa o presidente da CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística) e do Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba, Paulo João Estausia, conhecido como Paulinho -- uma das lideranças que participou da audiência.
No entanto, o presidente da CNTTL disse que o movimento batizado
de “Lockdown do Transporte” em Defesa da Vida, ou seja, a
paralisação de 24 horas programada no dia 20 de abril está mantida,
caso a vacinação não seja atendida. Essa greve sanitária do
transporte envolve mais de 104 entidades sindicais de todo o estado
de São Paulo e também pressionará os governos locais das
regiões norte e nordeste do país ligados à base da Confederação.
(confira abaixo)
< Chega de Mortes: lideranças dos trabalhadores em transportes
exigem de Dória vacinação prioritária contra
COVID-19
Situação alarmante
Durante a audiência com o Governo Dória, Paulinho expôs dados
da situação alarmante dos rodoviários de
Sorocaba. Ele apresentou um levantamento com dez cidades
da base do Sindicato no qual mostra que 68% ou 4.760 dos
trabalhadores dos transportes coletivos urbanos, suburbanos (entre
Sorocaba e as outras cidades) e de fretamento (que transporta
funcionários para as empresas) foram contaminados pelo novo
coronavírus, no período de novembro de 2020 a abril deste
ano.
Segundo a pesquisa, 490 trabalhadores morreram em decorrência da doença. O dirigente conta que há linhas de ônibus em Sorocaba que transportam de 1.500 a 3 mil passageiros por dia de operação. “Imagina quantas dessas pessoas possam estar contaminadas nos coletivos, que são ferramentas de trabalho dos motoristas e de companheiros que exercem outras funções de apoio. A vacinação protege os trabalhadores e os passageiros”, frisa.
Sequelas da COVID-19
Segundo estudo do Sindicato dos Rodoviários, grande parte dos
trabalhadores que teve a Covid-19 e foi recuperada ficou com
sequelas. Os problemas registrados são desde fortes dores,
falta de ar, tremedeira, dificuldades na fala e
à mobilidade. “O trabalhador que volta às suas funções
com essas restrições não tem estabilidade no emprego. Nós já
incluímos nas negociações com as empresas a estabilidade para
os casos comprovados de funcionários com sequelas por Covid-19”,
enfatiza o sindicalista.
As mortes e as contaminações incluem trabalhadores dos transportes em todas as funções, isto é, aqueles que operam as linhas de ônibus (motoristas e agentes de bordo) e as funções de apoio nas garagens das empresas. As funções de apoio incluem lavagem de veículos, mecânicos, borracheiros, administrativos, entre outras.
Pressão dos trabalhadores em transportes por vacinas cresce no país
Nesta semana, os sindicatos rodoviários do Espírito Santo, em Vitória, e no Mato Grosso do Sul realizaram paralisaram greve e protestos pedindo aos governos locais a vacinação imediata dos trabalhadores. Os rodoviários do Distrito Federal fizeram carreata cobrando a vacinação, que já foi autorizada pelo Governo estadual, no entanto, acontece o mesmo problema de São Paulo: não têm as doses suficientes para a categoria.
A paralisação de 24 horas agendada para o dia 20 de
abril – caso os governos locais não iniciem a vacinação da
categoria -- contará com a adesão dos trabalhadores em
transportes da base da CNTTL das cidades de Sorocaba, Jundiaí,
Vale do Paraíba, Guarulhos /Arujá, Piracicaba, Bauru, Adamantina,
Dracena, Limeira metroviários, ferroviários e os agentes de
trânsito de São Paulo (Sindviários).
Na região norte e nordeste, o movimento grevista poderá contar
com participação dos rodoviários das regiões de Alagoas,
Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do
Norte, Sergipe, Vitória, Belém, Brasília e Campo Grande.
Rodoviários de Vitória pararam todo transporte coletivo na
terça-feira (13) em defesa da vacinação
Rodoviários do Mato Grosso do Sul fizeram protestos durante o
trabalho, usando faixa no braço "Vacina Já"
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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