Ao longo de
anos, o processo de globalização, sob hegemonia do capital
financeiro, fez com que os Estados nacionais, dentre eles o Brasil,
perdessem, progressivamente, sua capacidade de gerar, controlar e
executar uma série de políticas de suporte ao desenvolvimento
econômico, de inclusão social com a geração de emprego e renda e
valorização do trabalho. Suas conseqüências mais desastrosas são:
desestruturação da nossa economia, fragilização do poder do Estado
e desregulamentação do nosso mercado de trabalho. A retomada
do papel ativo do Estado para a promoção do crescimento econômico e
fundamental e significa reorientação da política econômica, das
políticas sociais e da estruturação do mercado de
trabalho.
Mais recentemente, a crise econômica e financeira internacional,
que levou dezenas de países à bancarrota e teve início do centro do
capitalismo mundial, tem demonstrado diversas dimensões:
financeira, econômica, social, alimentar, energética, ambiental,
política e ideológica. Uma crise que expressa, também, uma crise do
modelo global de produção e consumo de alimentos que coloca em
questão a segurança alimentar e nutricional dos povos, e compromete
as iniciativas de inclusão social de parcelas significativas das
populações carentes. E, portanto, se coloca como necessária uma
vigorosa alteração na matriz energética mundial, possibilitando que
esta contemple fontes renováveis e não poluentes de energia, que
não venham a agravar a fome no mundo e o aquecimento global do
planeta. E também solucione aspectos equivocados dos modelos de
desenvolvimento, altamente poluidores, hoje adotados por uma
parcela razoável de países desenvolvidos ou em desenvolvimento e
até mesmo mudanças de paradigmas.
Essa crise atual permite que questionemos com mais intensidade os
pilares da dominação capitalista. Sua superação deve resultar da
construção de um modelo alternativo, democrático e popular com
horizontes transitórios para a sociedade socialista. É nesse
sentido que se localizam os projetos de Estado e de desenvolvimento
defendidos por nós, que são antagônicos aos atuais, hegemonizados
pelo capital.
As atividades do Fórum Social Mundial neste ano de 2010 ocorrem,
uma vez mais, num momento extremamente favorável aos debates sobre
as possibilidades de um novo mundo.
E a CUT, refletindo sua estratégia de disputar os rumos do
desenvolvimento nacional, pretende levar ao Fórum sua contribuição
para os debates sobre a necessária disputa de hegemonia com o
capital financeiro, os grandes meios de comunicação e os setores
neoliberais organizados que dão base política para o bloqueio às
mudanças. Devemos disputar um modelo de desenvolvimento que tenha
como elemento decisivo a participação popular nas decisões
políticas; com sustentabilidade econômica, social e ambiental,
distribuição de renda e valorização do trabalho dos trabalhadores e
trabalhadoras do campo e da cidade.
Defendemos uma proposta de reorganização do Estado brasileiro
segundo princípios democráticos; assentada na garantia e na
ampliação de direitos - especialmente os do trabalho -, na crítica
ao predomínio dos princípios mercantis, para reverter a lógica
privatista neoliberal de sucateamento e desmonte do Estado, e na
constituição de uma esfera pública cada vez mais estruturada por
processos de democracia direta e participativa. Isto implica na
constituição de um Estado forte, com capacidade de investimentos em
políticas públicas voltadas para o atendimento dos interesses e
demandas da maioria da população nos campos da educação, da saúde e
da proteção social; fomentando a geração de trabalho decente e
ampliando o poder de compra por meio do estímulo à produção, junto
com a ampliação dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
Portanto, fortalecer o Estado e ampliar os espaços de participação
social nas diversas instâncias decisórias é fundamental para que
seja implementado um projeto legítimo de desenvolvimento para o
país.
Este projeto, portanto, deve continuar destacando a garantia de
políticas sociais universais; investimento massivo em reforma
agrária; políticas educacionais; políticas de proteção social para
estruturação do mercado de trabalho, das relações de trabalho e
para a distribuição de renda; a bioenergia, o petróleo e as
questões ambientais e a garantia de que os empregos gerados com o
crescimento econômico sejam adequados ao Trabalho Decente, com
contrapartidas sociais, entre outros. Defendemos a ampliação dos
investimentos sociais em infraestrutura urbana e rural (habitação
popular, saneamento ambiental, mobilidade urbana e transporte
público) assim como programas emergenciais focados naqueles que
estão à margem do trabalho e submetidos à miséria extrema. Mas
estes programas devem ser combinados com instrumentos de inclusão
social. Politicas e programas sociais socialmente justos e
ambientalmente sustentáveis.
Reafirmamos a atualidade de um projeto alternativo de sociedade,
calcado na centralidade do trabalho, da democracia e da soberania.
Por isso, a necessidade de Repensar o paradigma energético
produtivo, enfrentar o desafio da desigualdade, dinamizar a
economia pela inclusão produtiva, capitalizar o potencial do
desenvolvimento local, organizar instrumentos de regulação
financeira. Pois, o Estado, o desenvolvimento e a organização
social que defendemos fazem parte do projeto democrático e popular
com horizontes transitórios para a sociedade
socialista.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
Redação CNTTL
Mídia Consulte Comunicação &Marketing
Editora e Assessora de Imprensa: Viviane Barbosa MTB 28121
WhatsApp: 55 + (11) 9+6948-7450
Assessoria de Tecnologia da Informação e Website: Egberto Lima
E-mail: viviane@midiaconsulte.com
Redação: jornalismo@midiaconsulte.com
Siga a CNTTL nas redes sociais:
www.facebook.com/cnttloficial
www.twitter.com/cnttloficial
www.youtube.com/cnttl
Mídia
Canal CNTTL
Boletim Online