Mais de
oito mil manifestantes partiram da Avenida Paulista e seguiram em
marcha até a Praça Roosevelt, no centro da cidade de São Paulo no
Dia Internacional da Mulher, 8 de março. (Foto: Nathlia Santos/Mídia
Consulte)
Durante o trajeto, algumas vestiam preto e carregavam cartazes com
a foto e o nome de mulheres que foram assassinadas em 2013. Outras,
transformaram panelas e latas em instrumento de luta e protesto.
Algumas, ao invés de vestir, resolveram tirar a blusa e escrever
frases no corpo para cobrar o mesmo direito que os homens têm em
dias de calor, sem que isso represente um convite à violência.
Papel da marcha e do Estado
Para a diretora Executiva da CUT, Rosana de Deus, a marcha serve
para que as mulheres apresentem suas reivindicações à sociedade.
“Essa forma de organização é que faz com que o 8 de março seja uma
Dia de Luta. Nele, nós mulheres vamos às ruas para fazer o debate
com a população”, ressaltou.
Secretária Nacional da CUT, Rosane Silva, destacou o papel que o
Estado teve na última década para a autonomia das mulheres. “O
Prouni (Programa Universidade para Todos) e o Pronatec (Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico) têm em sua maioria bolsistas
mulheres e isso demonstra como as políticas públicas podem ajudar
na luta pela igualdade, apesar de termos muito ainda a avançar.
Porque hoje já somos maioria no mercado de trabalho, mas ainda
recebemos menos para realizar as mesmas funções”, destacou.
Rosane também apontou que as mulheres cutistas defendem a Copa do
Mundo no país, mas alertou para a necessidade de o evento não
deixar um rastro negativo. “Não somos contra a Copa, mas não
queremos que milhões venham ao Brasil para utilizar nosso corpo,
seja por meio da prostituição ou da utilização do trabalho
precarizado e temporário. Cobramos que nossa vida e corpos sejam
respeitados”, explicou.
Fim da violência
Segundo a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT/SP, Sonia
Auxiliadora, é preciso maior investimento em políticas públicas de
trabalho e renda. “Os governos em todas as esferas devem criar
programas que permitam que as mulheres tenham autonomia e consigam
romper com o ciclo da violência doméstica que se manifesta de
diferentes formas”, disse.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a violência
doméstica é a que mais atinge as mulheres de 15 a 44 anos no
mundo.
Sonia critica a ausência do estado paulista, na gestão do PSDB, que
sequer criou uma secretaria específica para tratar de políticas
específicas para as mulheres.
Reforma política
Outra bandeira defendida pelas mulheres foi o Plebiscito Popular
pela defesa de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema
Político, construído em conjunto com outros movimentos e centrais
sindicais. Essa proposta, entre outras questões, aponta para uma
democracia com maior presença das mulheres na política, que hoje
ocupam apenas 9% dos mandatos na Câmara dos Deputados e 12% no
Senado. “Não temos dúvida que uma mudança estrutural se dará com
maior participação das trabalhadoras no parlamento e em outros
espaços de poder”, afirmou Sonia Auxiliadora.
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Redação com CUT São
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