A
possibilidade de fragilizar e flexibilizar os direitos trabalhistas
continua emperrando as negociações sobre o contrato de trabalho de
curta duração. Em reunião entre o governo, bancada dos
trabalhadores e bancada empresarial, realizada na quarta-feira, 19,
os trabalhadores não tiveram consenso sobre a proposta apresentada
pelo governo. (Foto:
CUT-DF)
No último encontro da comissão tripartite, realizado dia 11, o
secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE), Manoel Messias Nascimento, propôs que o contrato de
curta duração fosse feito através de emenda à Lei Geral da Copa,
regulando este tipo de trabalho especificamente para o período do
torneio mundial de futebol, com implementação de normas por meio de
acordos e convenções coletivas, mantendo as garantias de proteção
social ao trabalhador, como arrecadação do INSS e férias
proporcionais.
Prejuízo aos trabalhadores
Na avaliação da bancada dos trabalhadores, o texto da proposta,
enviado às centrais sindicais na última terça-feira, 18, poderia
sofrer alterações prejudiciais aos trabalhadores ao passar no
Congresso Nacional. Isso porque, após publicação do texto como
medida provisória da presidenta da República, o Congresso Nacional
tem 30 dias para analisar o texto, podendo ou não fazer alteração
ao conteúdo. Como a bancada empresarial tem grande maioria, há o
receio de perdas sérias aos trabalhadores no contrato de curta
duração. “Nossa postura é de valorizar as mesas setoriais de
negociação e trabalhar garantias aos trabalhadores que, atualmente,
estão, sem direitos, na ilegalidade. Precisamos encontrar uma
legislação comum a todos os trabalhadores”, afirma a secretária de
Relações do Trabalho da CUT Nacional, Maria das Graças Costa.
O objetivo da bancada dos trabalhadores é de legalizar os trabalhos
de curta duração sem utilizar um novo instrumento legal, mas usar o
arcabouço jurídico já existente. Isso, para impossibilitar qualquer
tentativa de fragilizar as relações trabalhistas.
Com informações da CUT
Brasília
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