A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
aprovou, por unanimidade, uma moção de repúdio contra o presidente
do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. O documento é uma
resposta aos abusos cometidos pelo chefe do Poder Judiciário na
execução das penas dos condenados no processo da Ação Penal 470, o
chamado "mensalão". A cobrança à OAB foi feita no início da tarde
de segunda-feira, 25, por um ex-presidente da entidade, José
Roberto Batochio.
O estopim foi a pressão para que o juiz titular da Vara de
Execuções Penais, Ademar Vasconcelos, fosse substituído por Bruno
Ribeiro, filho de um dirigente do PSDB do Distrito Federal.
A decisão causou espanto na magistratura. "Eu espero que não esteja
havendo politização, porque não vamos permitir a quebra de um
princípio fundamental, que é uma garantia do cidadão, do juiz
natural, independentemente de quem seja o réu", afirmou João
Ricardo dos Santos Costa, presidente eleito da Associação dos
Magistrados do Brasil.
Segundo o jurista Claudio Lembo, já existem razões objetivas para o
impeachment de Joaquim Barbosa. Os juristas Dalmo de Abreu Dallari
e Celso Bandeira de Mello publicaram um manifesto em que defendem
uma reação do Supremo Tribunal Federal, para que a corte não se
torne refém de seu presidente.
Violação ao “Estado Democrático de Direito”
Em nota, a Associação Juízes para a Democracia diz que Barbosa deve
dar esclarecimentos sobre sua conduta, que, confirmada, constitui
uma das acusações “mais sérias que podem pesar sob um magistrado
que ocupa o grau máximo do Poder Judiciário e que acumula a
presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na medida que
vulnera o Estado Democrático de Direito”.
A entidade recorda que a Constituição garante a independência dos
magistrados, uma condição fundamental para que se possa exercer a
função livre de pressões. “Inaceitável a subtração de jurisdição
depositada em um magistrado ou a realização de qualquer manobra
para que um processo seja julgado por este ou aquele juiz. O povo
não aceita mais o coronelismo no Judiciário”, afirma.
Com informações do
site Brasil 247
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