Os
trabalhadores do ramo financeiro da Região integrada de
desenvolvimento (RIDE) e do Distrito Federal começaram com
disposição a greve por tempo indeterminado. Na quinta-feira, dia
19, primeiro dia da paralisação nacional da categoria, mais de 70%
das agências das instituições financeiras públicas e privadas dos
17 municípios do Entorno e de Brasília ficaram fechadas. Somente na
RIDE, cerca de 40 estabelecimentos tiveram atividades paralisadas.
Forte, o movimento deve crescer nos próximos dias.
“Pelo terceiro ano consecutivo, desde a criação do Sintraf-Ride,
damos uma demonstração de nossa capacidade de luta pelo atendimento
de nossas justas reivindicações. Estamos respondendo com firmeza à
provocadora proposta dos banqueiros, que continuam tendo lucros
astronômicos com a exploração do nosso trabalho. Vamos intensificar
ainda mais o movimento, até que os patrões nos respeitem e deem a
valorização que merecemos”, destacou o presidente do Sintraf-Ride,
Clever Bomfim.
A categoria deflagrou greve por tempo indeterminado na noite de
quarta-feira, 18. Em assembleia geral conjunta do Sintraf-Ride e do
Sindicato dos Bancários de Brasília, realizada na Praça do Cebolão,
no SBS, em Brasília, os bancários rejeitaram a proposta da
Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste de 6,1%
(reposição da inflação do período) e as específicas do Banco do
Brasil, da Caixa Econômica Federal e do BRB.
A greve segue por tempo indeterminado, já que os bancos não
agendaram nova rodada de negociação com o Comando Nacional dos
Bancários e não há, portanto, nova contraproposta a ser apreciada
pela categoria.
É fundamental agora que os companheiros bancários ampliem as
comissões de esclarecimento que percorrem as agências para aumentar
a adesão à greve e explicar o movimento e as reivindicações à
população, orienta Clever Bomfim. Os clientes e usuários precisam
ser informados que a luta por melhores condições de trabalho dos
bancários se refletirá em melhoria no atendimento bancário.
Segunda tem nova assembleia
Nova assembleia organizativa do movimento será realizada na
segunda-feira, dia 23, às 17h30, na Praça do Cebolão, no Setor
Bancário Sul de Brasília.
Balanço nacional
Segundo a Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), os bancários
fecharam pelo menos 6.145 agências e centros administrativos de
bancos públicos e privados em 26 estados e no Distrito Federal na
quinta-feira 19, primeiro dia da greve nacional da
categoria.
Reivindicações
Confira, abaixo, as principais reivindicações gerais dos
bancários:
• Piso salarial de R$ 2.860,21;
• Reajuste salarial de 11,93%: 5% de aumento real, além da inflação
projetada de 6,6%;
• Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$
678 ao mês;
• Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do
assédio moral;
• Emprego: mais contratações, aumento da inclusão bancária;
• Aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas
imotivadas;
• Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os
bancários;
• Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a
contratação de pelo menos 20% de trabalhadores
afro-descendentes.
Confira as orientações para a greve
- A Constituição e a Lei de Greve (7.783/89) garantem o direito à
greve.
- A greve é de todos, mas é importante que cada bancário faça a sua
parte para a categoria alcançar seus objetivos.
- Denuncie ao Sindicato o assédio moral e a coação dos bancos para
furar a greve ou trabalhar em outro site ou por acesso remoto.
- Se você for convidado para trabalhar durante a paralisação, não
aceite. É contra a lei de greve. Grave o registro da mensagem de
celular, com hora e data e encaminhe ao Sindicato.
- Trabalhar em casa durante a greve, além de desrespeitar e
enfraquecer a luta dos seus colegas, pode trazer problemas
jurídicos, uma vez que isso não está previsto no contrato de
trabalho.
- Os bancos vão tentar confundir a categoria. Acredite apenas nas
informações divulgadas pelo Sindicato.
- Caso a polícia ou oficial de Justiça apareça, permaneça na
agência sem fazer o confronto. Exija a identificação do oficial de
Justiça, leia o ofício na íntegra, anote dados e comunique o
coordenador e o Sindicato imediatamente.
- Convença os colegas bancários sobre a importância da greve e da
unidade da categoria. Convença-os a participar das manifestações em
agências de outros bancos.
- Informe os clientes dos motivos da greve, da exploração e
desrespeito dos bancos com clientes e população. Procure ajudar a
clientela.
- Permaneça no comitê de esclarecimento pelo menos até as 16
horas.
- Vá às atividades, reuniões e assembleias convocadas pelo
Sindicato. Elas são importantes para debater e fortalecer a
estratégia de mobilização para pressionar os banqueiros.
Com informações da
Sintraf-Ride, com Seeb Brasília e
Fetec-CN
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