A Central Única dos Trabalhadores (CUT) comemorou 29 anos no último dia 28 de agosto. O presidente nacional, Vagner Freitas, escreveu o artigo “Com a CUT, o Brasil é outro” . Leia a seguir:
A Central Única dos Trabalhadores chega aos 29 anos com a mesma
independência, capacidade de mobilização, pressão e luta da época
do seu nascimento, em 28 de agosto de 1983, em São Bernardo do
Campo. Criada para
ser um instrumento de defesa dos direitos da classe trabalhadora e
de transformação da sociedade brasileira, a CUT conquista cada vez
mais sindicatos de base, participativos, de massa, com ação
sindical consistente, organizados a partir do local de
trabalho.
Este ano, segundo levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego,
a CUT é a central sindical mais representativa do país - 36,68% de
todos os trabalhadores brasileiros filiados a alguma entidade
sindical são representados por um sindicato CUTista. E, se levarmos
em consideração apenas as cinco centrais que alcançaram o índice de
representatividade estabelecido em Lei, a CUT representa 46,5% dos
trabalhadores ligados a sindicatos filiados a uma
central.
Esses números mostram que estamos no caminho certo para, acima de
tudo, garantir a manutenção das conquistas e ampliação dos direitos
dos trabalhadores e das trabalhadoras. Mais que isso, nos dá a
certeza de que estamos cumprindo o nosso papel que é o de dialogar,
negociar, fazer a interlocução com os governos ou os empresários,
tentar fechar acordos e ir para o enfrentamento quando necessário,
ou seja, quando as empresas ou governos se recusarem a dialogar. A
greve dos servidores públicos federais é o exemplo mais recente da
capacidade da CUT de dialogar, negociar, trabalhar para resolver
conflitos. E isso demonstra outro de nossos acertos de concepção: a
autonomia.
Sempre nos orientamos pelos preceitos que nortearam a criação da
nossa central porque entendemos que a transformação rumo a uma
sociedade socialista, justa e igualitária, na qual acreditamos, só
é possível com a construção de uma consciência de classe
trabalhadora. E nós fazemos a nossa parte. Atualmente, os cursos de
formação sindical e política da CUT formam cerca de 5 mil pessoas
por ano. Isso sem falar dos cursos oferecidos por sindicatos,
federações e confederações CUTistas que também formam lideranças
conscientes e preparadas para atuar nos sindicatos, nas
comunidades, nas câmaras municipais, assembleias
etc.
Foi nosso conceito de classe, de cidadania que nos levou às ruas
para lutar pela redemocratização do país e nos coloca na linha de
frente dos que querem fortalecer e ampliar a nossa jovem
democracia, inclusive nos locais de trabalho. Já conquistamos
relações de trabalho democráticas em muitos setores da economia,
mas queremos ampliar essas práticas democráticas para todas as
empresas e instituições do país.
Além da luta pela manutenção das conquistas dos últimos anos, por
emprego e trabalho decente e pelo destravamento da pauta dos
trabalhadores (fim do fator previdenciário, redução de jornada para
40 horas semanais sem redução de salário, regulamentação das
Convenções da OIT de número 151, que estabelece o princípio de
negociação coletiva no setor público, e 158, contra demissões
imotivadas, entre outras) temos vários outros desafios. O mais
importante deles é consolidar a CUT como principal interlocutora da
sociedade, seja na discussão de políticas públicas ou de
investimentos no transporte público, educação, saúde ou segurança.
Queremos representar os(as) trabalhadores(as) de forma ainda mais
ampla do que fizemos até agora.
E estamos prontos para isso. Ao longo desses quase 30 anos nos
capacitamos para participar das decisões sobre os rumos do país
como porta-vozes dos trabalhadores e de toda a sociedade. Isto
porque, a defesa dos direitos dos(as) trabalhadores(as) exige que
assumamos posições firmes e apresentemos propostas não só para os
patrões, mas também, para os legisladores e os gestores públicos.
Exige, também, que lutemos por medidas de interesse da classe
trabalhadora em todas as esferas de poder. Foi o que fizemos nas
marchas pela implementação da política de valorização do salário
mínimo - que ajudamos a construir e a aprovar. É o que estamos
fazendo para que o governo passe a exigir contrapartidas sociais
nos contratos firmados entre a iniciativa privada e os bancos e
empresas públicas, apenas para citar algumas das propostas contidas
na Jornada pelo Desenvolvimento da CUT, que temos levado para todo
o país.
Como
representantes da maior e mais combativa central sindical do país,
queremos e estamos capacitados para influenciar nos rumos do
desenvolvimento econômico e social do Brasil. E isso significa que
temos de influenciar na disputa por um projeto de nação que
contemple o econômico, o social, a distribuição de renda, a
promoção de políticas de igualdade de oportunidades, o
fortalecimento da organização sindical e a democratização das
relações de trabalho, combate à discriminação e o desenvolvimento
de políticas efetivas de proteção dos trabalhadores.
Nosso
trigésimo aniversário será marcado pela determinação da militância
e dos dirigentes CUTistas na luta pela concretização das
transformações sociais que o Brasil precisa e pela certeza de que a
consolidação da democracia é um processo de permanente disputa que
vamos encarar com muita unidade.
Vagner Freitas é presidente nacional CUT Nacional
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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