O Dia Nacional
de Prevenção dos Acidentes de Trabalho, comemorado em 27 de julho,
desde 2002, passou a ser considerado pelos sindicatos o Dia de
Homenagem aos Cipeiros Eleitos. O objetivo é reconhecer a
importância destes para o movimento sindical, para a luta pela
melhoria das condições de trabalho, saúde e segurança e pela
atuação na organização dos trabalhadores.
Nas décadas de
70 e 80, quando os sindicatos lutavam contra o arrocho salarial e
contra a intransigência da empresa em reconhecer as representações
sindicais, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) foi
o caminho para que a militância pudesse iniciar um processo de
organização nos locais de trabalho. Da mesma forma, a CIPA eleita
era também uma ferramenta na luta por melhores condições de
trabalho. A conseqüência disso é que, a maior parte das lideranças
que se formaram nas bases sindicais, teve a CIPA como porta de
entrada para atuação.
Conquistas
A partir daí
outras representações foram conquistadas. Vieram as Comissões de
Fábrica, o SUR e o CSE, mas até hoje a CIPA conserva sua
importância com vocação pelo trabalho na base, pela atuação nos
locais de trabalho e por abordar temas que afetam diretamente a
segurança, a saúde e a própria vida dos trabalhadores. As proteções
de máquinas e as condições ambientais de riscos físico, químico,
biológico e ergonômico ainda estão longe do ideal e há muito que
ser feito, mas além desses surgem novos desafios.
Nesse aspecto,
o trabalho dos cipeiros ganha importância numa época em que
aumentam os riscos impostos pela gestão do trabalho com a
aceleração do ritmo e intensificação da produção, com exigência de
horas extras e do trabalho no final de semana. Além disso, os
sistemas de avaliação por competência e políticas de incentivos à
competição e à quebra da solidariedade entre os trabalhadores,
criam um ambiente de muito estresse e muita
pressão.
Papel de líder
O cipeiro tem
de ser a liderança que organiza os trabalhadores na luta pela
melhoria das condições de trabalho. Mas não deve lutar apenas pelo
cumprimento das leis e das normas de saúde e segurança. Deve visar
também o acumulo experiências que se transformem em negociações e
em novas conquistas para um trabalho mais digno e
humanizado.
A
CIPA, portanto, deve ser uma instância de representação e ser
valorizada por aqueles que desejam ser dirigentes sindicais. Sem
ela, deixa-se de acumular uma série de conhecimentos que são
fundamentais para o trabalho e a formação. Assim, esse
trabalho não pode ser isolado e deve estar em sintonia com as
outras representações nas fábricas e nos sindicatos, em busca de
somar, complementar e potencializar as
ações.
Com informações do SMABC
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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