A direção da
CUT entregou na quarta-feira, 11, uma lista com mais de 100
trabalhadores mortos ou desaparecidos durante a ditadura ao
coordenador do projeto Memória Verdade e Justiça da Secretaria de
Direitos Humanos (SDH), Gilney Viana. Durante o ato, realizado no
plenário do 11º Congresso Nacional da CUT (CONCUT), nomes de alguns
desses trabalhadores eram pronunciados por Gilney, enquanto os
delegados exclamavam “presente!” e dirigentes da central jogavam
pétalas de rosa. “Não podemos dar tiros, então damos uma salva de
pétalas”, afirmou o coordenador. “As gerações atuais não renegam o
passado, recuperam a memória e querem a verdade e a justiça. Sem a
justiça, reinam o terror e a impunidade.”
O assessor da SDH lembrou que foi delegado no primeiro congresso da
CUT, realizado em 1984. E disse que voltava como representante “do
Estado que aceita reparar os danos causados pelo Estado repressor”.
Ele ressaltou a importância de o movimento sindical também
participar das atividades e iniciadas relacionadas à Comissão da
Verdade – e propôs que a próxima direção da CUT, que será eleita
nesta quinta-feira, 12, se reúna com os integrantes da comissão..
“Nós, trabalhadores, nem sempre tivemos um trabalho de recuperação
da memória e da verdade, como deveria ser feito. Cada sindicato
deve assumir suas responsabilidades”, afirmou.
Listas
A CUT entregou três listas ao representante do governo: a primeira
com nomes de 82 trabalhadores rurais mortos ou desaparecidos “e
excluídos dos direitos da justiça de transição”. Uma segunda lista
continha quatro nomes de sindicalistas mortos ou desaparecidos
cujos processos não foram apreciados ou foram arquivados. E a
terceira trazia 23 nomes de sindicalistas mortos ou desaparecidos,
reconhecidos pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos,
“cujos casos merecem, como os demais, ser investigados”.
Em requerimento aprovado pelo plenário, a central pede ainda “a
investigação e o esclarecimento” de intervenções em sindicatos
praticadas pela ditadura, “e os prejuízos causados à classe
trabalhadora pelas restrições à liberdade de associação,
organização e luta dos sindicatos contra o arrocho salarial”.
Também reivindica averiguação dos casos de perseguição policiais a
líderes sindicais, cassações de mandatos, demissões por motivos
políticos, prisão e tortura, “bem como a indicação dos nomes das
instituições e nomes dos agentes de Estado e seus cúmplices
privados”.
Com informações da Rede Brasil Atual
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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