O aumento do
salário-mínimo em 14,13% em vigor a partir deste mês vai injetar R$
136,2 milhões na economia do Grande ABC. É o que mostra
levantamento da Universidade Municipal de São Caetano, a pedido da
equipe do Diário, com previsão de que o piso paulista, concedido
pelo governo estadual - e pago no Estado - também seja elevado
nesse patamar (o que deve ocorrer, segundo o governo).
O
piso estadual parte de R$ 600, pago a domésticas, passando por R$
610, até R$ 622. O mínimo federal é concedido a aposentados e
pensionistas. Seja qual for, o montante será movimentado por 136
mil indivíduos com mais de 18 anos.
Somente a
classe C das sete cidades, cerca de 77,1 mil moradores, vai
abocanhar 56,7% dos pagamentos. Número que significa R$ 77,2
milhões em 12 meses, incluindo o pagamento do 13° salário. É o
mesmo que dizer que, a cada R$ 100 elevados via salário-mínimo na
região, R$ 57 vem da classe C.
As classes D
e E devem ficar com 12% desse impacto, contra 31% das classes mais
altas. Isso porque as faixas A e B são mais numerosas, com
integrantes da família cujos salários são indexados pelo mínimo
paulista.
A
parcela destinada à nova classe média tem menor impacto do que o
valor concedido na Capital. Estudo divulgado ontem pelo Data
Popular mostra que a elevação do mínimo a R$ 622 vai gerar
acréscimo de R$ 63,9 bilhões na economia do País. Em nível
nacional, 75,5% desse valor virá da classe C (R$ 48,3 bilhões) até
dezembro.
A
diferença proporcional entre as regiões ocorre porque no Grande ABC
a faixa predominante é a B. "Nosso perfil vem sendo construído na
instalação das indústrias, que consolidou o maior nível de
escolaridade, acima do padrão nacional. Além disso, temos uma
economia mais sólida, com maior peso em termos sociais", indica o
coordenador do Instituto de Pesquisas da USCS, Leandro Prearo. Ele
também alerta para o fato de que aqui é utilizado o critério Brasil
de classificação de faixas sociais. O Data Popular utiliza outra
metodologia para elaboração do estudo.
O
sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles, analisa que a
injeção de grana impulsionará a atividade econômica neste início de
ano, sobretudo após fase de pagamento de impostos. "Agora
acreditamos que a maior parte desse dinheiro a mais será destinada
às compras."
Informalidade
Para Prearo,
o setor informal deve gozar dos maiores benefícios advindos do
aumento dos salários-mínimos. Especialmente para domésticas e
trabalhadores da construção civil. "Eles vão tentar, com os
patrões, correção com base no mínimo. Isso tem impacto grande
porque em 2011 o maior aumento de renda foi nesse público que hoje
atua nos canteiros de obras", afirma o
coordenador.
Integrantes
da faixa D vão subir para a C em dois anos, diz
instituto
O
crescimento da renda e do crédito deve engordar ainda mais a nova
classe média nos próximos anos. Segundo levantamento da Data
Popular, divulgado ontem, em 2014, 58,3% da população brasileira
devem alcançar esse patamar econômico. Até dezembro, o número
correspondia a 53,9% e, em 2004, era 42,4%.
Segundo o
sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles, as faixas menos
favorecidas economicamente devem movimentar todo o valor pago pelo
Bolsa Família nos últimos 12 meses, de R$ 12,4 bilhões. "A nossa
perspectiva é que grande parte da classe D seja classe C já em
2014, enquanto a classe C estará a um passo da sua
extinção."
Impacto por
regiões
O
instituto também apurou que, dos R$ 63,8 bilhões acrescidos na
economia nacional com aumento do mínimo, 36,4% serão representados
pelo Sudeste. Número equivalente a R$ 23,2 bilhões. O Nordeste é a
segunda região a desfrutar da elevação de renda, representando R$
22,5 bilhões (35,2%) do dinheiro acrescido ao
mínimo.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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