Os
pronunciamentos da presidenta Dilma Roussef e do secretário de
Aviação Civil, Wagner Bittencourt, demonstram que está
pronta a proposta de privatização dos aeroportos Juscelino
Kubitschek (Brasília), Viracopos (Campinas) e Cumbica
(Guarulhos-SP). O projeto prevê a concessão de 51% dos serviços
aeroportuários para empresas privadas. Para tentar barrar a
tentativa ou, pelo menos, melhorar a proposta do governo, os
trabalhadores aeroportuários dos três aeroportos realizaram uma
paralisação de 48 horas que iniciou na última quinta,
20.
Em Brasília, o clima frio não
impediu que a categoria realizasse protesto no saguão de
desembarque do aeroporto. Com palavras de ordem, dirigentes
sindicais do SINA – Sindicato que representa os aeroportuários – e
trabalhadores da base discursaram sobre os problemas que a
privatização dos aeroportos trarão à categoria e à sociedade. “A
concessão vai precarizar os serviços, já que não terão pessoas
especializadas. Existe um gasto só na manutenção contra incêndio
que é muito maior do que o orçamento de muitas prefeituras desse
país. Será, então, que essas empresas terão o mesmo zelo dado hoje?
Pois a gente sabe que elas visam o lucro. Empresa privada não tem
outro perfil. Já o governo federal luta por justiça social”, avalia
o diretor do Samuel Santos.
Precarização
Além dos riscos oferecidos à população pela
precarização consequente da privatização, os trabalhadores
aeroportuários também terão grandes prejuízos com a concessão da
maior parte dos serviços aeroportuários às empresas
privadas.
Segundo a proposta do governo, a maioria da
categoria será remanejada para outros Estados. “Imagina um
trabalhador que mora há 20 anos em Brasília sendo remanejado
compulsoriamente para o Sul do País, por exemplo? A gente está
decepcionado e entendemos que o governo está equivocado”, reflete
Samuel.
A
justificativa do governo federal para a privatização dos aeroportos
é que o Brasil deve atender as exigências para comportar a
movimentação de pessoas durante a Copa do Mundo de Futebol e as
Olimpíadas.
No
entanto, o financiamento para a compra dos aeroportos será feito
pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
uma empresa pública federal, também dirigida por Wagner
Bittencourt. “É o dinheiro público indo para empresa privada. A
oferta do BNDES é de que o financiamento seja feito com apenas 8,5%
de juros ao ano”, afirma Francisco Barros Lemos, que também é
dirigente do SINA. O sindicalista lembra que o movimento de
passageiros cresce, em média, 21% no Brasil. Isso gera,
aproximadamente, um volume de negócio de R$ 100 bilhões por ano. “É
nesse montante que os empresários estão de olho. É inaceitável que
esse dinheiro não seja investido no Brasil”, critica
Lemos.
Emendas
Para amenizar os prejuízos propostos pelo
projeto de privatização dos aeroportos, o Conselho de
Desenvolvimento Econômico, que tem como componente o Secretário de
Organização da CUT, Jacy Afonso de Melo, fez algumas
emendas.
Entre elas, está a ampliação do prazo para
iniciar o processo de concessão dos aeroportos, com o objetivo de
dar oportunidade de debate sobre o tema na sociedade; garantia de
emprego decente aos trabalhadores; e investimento na capacitação de
pessoal. As propostas foram publicadas no último dia 11, mas ainda
não foram observadas pelo governo.
O
SINA também exige que, além desses itens, seja garantida sob
controle da Infraero as atividades-fim dos aeroportos, como
navegação aérea.
A
ação dos aeroportuários recebe o apoio de movimentos sociais, como
o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), da CUT, da
CNTT-CUT, da FENTAC-CUT e dos sindicatos filiados do ramo do
transporte.
Com informações da CUT/DF
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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