A Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac/CUT) recebeu com muita preocupação a notícia de que o governo Dilma irá privatizar os aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília. (foto: Celso Klafke, presidente da Fentac e Secretário Geral da CNTT-CUT)
Diante das gravíssimas repercussões que essa proposta impõe, os sindicatos cutistas e a Fentac/CUT esperavam do governo maior debate sobre o assunto. Há meses estamos solicitando uma agenda com a presidência e ministérios relacionados à aviação, para tratar desse e de outros temas relevantes aos trabalhadores, mas até agora não obtivemos uma resposta das autoridades.
O Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), filiado à Fentac/CUT, está convocando assembleias de trabalhadores nesses aeroportos, nos dias 7 a 9 de junho.
Esperamos, contudo, que antes da divulgação do edital possamos contribuir com o debate, participar diretamente da discussão e defender os direitos dos trabalhadores, sem esquecer nunca da importância desses aeroportos para os passageiros e desse patrimônio para o povo brasileiro.
A Fentac/CUT e os sindicatos cutistas não acreditam que transferir a administração dos aeroportos à iniciativa privada irá resolver os problemas que hoje afetam o setor aéreo brasileiro. A falta de uma política de investimentos e de planejamento que dessem conta do crescimento da economia no último período e do aumento da demanda no setor aéreo é que ocasionaram o cenário que temos hoje.
Sem uma
decisão política de investimento à altura da necessidade no sistema
aeroportuário, é natural que a própria Infraero tenha dificuldade
em realizar as obras necessárias. Dentro da Infraero, no entanto,
há excelentes profissionais. Não entendemos porque eles não têm
sido aproveitados em busca de soluções para os problemas
enfrentados nesses aeroportos. Também não é coerente que, a todo
momento, as propostas do governo mudem. Falta planejamento,
transparência e diálogo com os trabalhadores.
A Fentac/CUT e seus sindicatos irão defender até o fim os empregos
dos trabalhadores da Infraero. E continuaremos insistindo em busca
de um diálogo com o Executivo, para contribuir, somar esforços em
busca da modernização do setor aéreo, de melhores condições de
trabalho, segurança de voo e atendimento aos
passageiros.
Defendemos a
manutenção da Rede Infraero e do cruzamento dos recursos entre os
aeroportos que dão lucro e os deficitários, que precisam de
subsídios para continuarem interligando os estados, as regiões
menos centrais do país, o interior. Defendemos também uma nova
forma de atuação da Anac, que seja mais preocupada com a
fiscalização e a regulação do setor, e menos com a formulação de
políticas, que é um papel do Conac e não da Agência. Uma Anac com
mais técnicos capacitados e experientes em aviação civil e menos
indicados políticos. E uma Anac mais democrática e transparente em
suas decisões, que não feche os olhos para as irregularidades
trabalhistas promovidas pelas empresas. Uma Anac menos neoliberal e
privatista, como acreditamos que deveria ser também o nosso governo
federal.
Direção da Fentac-CUT
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