A presença dos
trabalhadores nos conselhos de administração das estatais é
estratégico para as próprias empresas e também para o país. A
afirmação foi proferida pela presidenta Dilma Rousseff, na
sexta-feira, dia 11, durante ato de assinatura de portaria 12.353
que regulamenta a participação dos empregados nos Conselhos de
Administração das empresas públicas e sociedades de economia mista,
no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).
Acompanhada pelos ministros Miriam Belchior (Planejamento, Orçamento e Gestão) que assinou
a portaria , Carlos Lupi (Trabalho e
Emprego), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e Edison Lobão
(Minas e Energia), a presidenta
salientou que o momento “marca mais um amadurecimento do Brasil no
rumo de uma estrutura institucional”, em que a forte presença dos
empregados das estatais reforça “o saber” das empresas “de maneira
plena”. “É algo estratégico para o país, e nós não estamos só
falando de uma questão de governança, mas também o reconhecimento,
por parte do Estado brasileiro, que é o controlador dessas
empresas, que os funcionários são um dos patrimônios maiores do
país”, frisou.
Leia abaixo o discurso na íntegra da presidenta Dilma sobre a nova
portaria.
Discurso da Presidenta da
República
“Eu
acho que essa representação, ela, primeiro, nós temos de olhá-la
como uma representação que não seja pro forma. Nesses Conselhos de
Administração se decide as propostas de planejamento estratégico e
as propostas... e a visão de longo prazo que se tem sobre como
essas empresas têm de desempenhar e têm de contribuir para o
crescimento econômico do país e, ao mesmo tempo, para uma prestação
adequada de serviços públicos, e contribuir também com o processo
de inclusão social. Portanto, não é uma questão
muito lateral que os trabalhadores das empresas sejam representados
nos Conselhos. É importante porque os trabalhadores, eles têm, da
sua ótica, uma visão permanente da empresa, e essa visão
permanente, ela é muito importante. A história do Brasil demonstra
isso.Nós tivemos, em alguns momentos, diante da crise do Estado
brasileiro, algumas tentativas em relação às empresas estatais e às
empresas públicas, que foram conquistas que o Brasil acumulou
durante os anos, nós tivemos – ao lado de uma política de
esvaziamento das empresas e até de sucateamento –, nós tivemos
tentativas de privatização. É importante que a gente lembre que os
trabalhadores, mesmo os fora das empresas, foram responsáveis pela
sua preservação.
Em
todas elas, quando o momento político, o momento econômico e o
momento social do país mudaram, os trabalhadores tiveram papel
fundamental nessa mudança. E aí, a valorização do trabalhador, a
autoestima dele, a garantia de que ele teria um outro tipo de
espaço e ele teria uma valorização dentro da empresa levaram a
grandes conquistas nossas. Eu acho que uma delas foi o pré-sal, por
exemplo. Por quê? Porque o pré-sal não é fruto, pura e
simplesmente, de uma decisão de investimento. É fruto, sobretudo,
de uma mobilização dentro da Petrobras para que a gente
ultrapassasse os limites da nossa própria
produção.
Isso ocorreu também em outras empresas. Eu
vou citar aqui a Embrapa porque a Embrapa sempre foi um exemplo
de... foi um exemplo, no Brasil, eu acredito, de capacidade de
geração de tecnologia numa área em que nós fazemos a diferença. Nós
não podemos achar que o agronegócio brasileiro é fruto do nosso
solo – é verdade, nós temos um solo fértil. É fruto da nossa
insolação – também é fato, nós temos um sol magnífico. É fruto de
todas as nossas características geográficas, físicas, climáticas.
Mas é, sobretudo, fruto também do trabalho feito por brasileiros na
geração de tecnologia na área agrícola e na área da
pecuária.
Por
isso, essas empresas têm o seu grande patrimônio no saber dos seus
funcionários. O mesmo ocorre com o setor elétrico, que é um setor
extremamente complexo e que teve condições de preservar toda uma
capacidade de produção de
conhecimento.
Daí
porque a presença dos trabalhadores nos Conselhos e
resguardar com todas as cautelas para essa representação ser uma
representação efetiva - é algo estratégico para a própria empresa,
é algo estratégico para o país, e nós não estamos só falando de uma
questão de governança. É também uma questão de governança, melhora
a governança, dá um outro olhar de governança, mas é também o
reconhecimento, por parte do Estado brasileiro, que é o controlador
dessas empresas, que os funcionários são um dos patrimônios maiores
do país.
Isso, inclusive, explica que o Brasil mudou
também porque nós acabamos com a descontinuidade que estava havendo
nas empresas públicas, porque você tinha um pessoal que era antigo;
depois nós paramos - um período intermediário - de contratar, de
fazer concurso e de renovar; e aí temos um pessoal novo. Foi assim
que nós começamos, no governo. Isso foi complicado porque essa
passagem da cultura – que é no setor do trabalho que essa cultura é
transmitida sistematicamente – podia ter sido interrompida. Daí
porque é bom a gente olhar, mas nós fizemos concursos em quase
todas as empresas públicas. Tem algumas mais novas, que não foi
necessário. Elas próprias surgiram agora, então elas têm – no caso,
por exemplo, da EBC –, elas têm uma parte que a gente resgata de
outras empresas e esse é um processo que terá de ser renovado
permanentemente.
Daí
porque eu acho muito importante este momento. Eu acho que ele marca
mais um amadurecimento do Brasil no rumo de uma estrutura
institucional, em que a presença daquilo que é mais importante nas
empresas estatais, que é o seu saber – e ele é representado pelos
trabalhadores –, ele se expressa de maneira plena. Então, a
aprovação da 12.353, que foi assinada já no apagar das luzes do
governo do presidente Lula, e agora nós estamos regulamentando
através de portaria, é algo que todos nós devemos comemorar. Aí, eu
encerro dizendo: falta ele nesta cerimônia, sem dúvida
nenhuma” Dilma Roussef
Viviane
Barbosa, editora do Portal CNTT
Transportando CNTT-CUT
Secretário Nacional de Comunicação: Célio Barros
Assessoria de Comunicação: Mídia Consulte
Redação: imprensa@cntt.org.br
-transportando@cntt.org.br
Siga-nos: www.twitter.com/cnttcut
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
Redação CNTTL
Mídia Consulte Comunicação &Marketing
Editora e Assessora de Imprensa: Viviane Barbosa MTB 28121
WhatsApp: 55 + (11) 9+6948-7450
Assessoria de Tecnologia da Informação e Website: Egberto Lima
E-mail: viviane@midiaconsulte.com
Redação: jornalismo@midiaconsulte.com
Siga a CNTTL nas redes sociais:
www.facebook.com/cnttloficial
www.twitter.com/cnttloficial
www.youtube.com/cnttl