O
presidente Lula lançou um desafio em entrevista ao portal Terra,
publicada na quinta, 23: “eu duvido que exista um país na face da
Terra com mais liberdade de comunicação do que este País, da parte
do governo.”
Segundo Lula, grupos familiares “dominam toda a comunicação
do País, a verdade é essa”, e ocorreram muitos descontentamentos da
mídia pelo fato de o governo ter dividido a verba publicitária
“para o Brasil inteiro”.
Confira os principais trechos da entrevista:
Críticas
Olha, primeiro, na nossa passagem pela Terra – não
pelo “Terra”, pela Terra –, a gente ouve coisas absurdas que a
gente gosta e que a gente não gosta. Veja, qualquer pessoa neste
país tem o direito de me acusar de qualquer coisa, é livre. Aliás,
foi o PT que, no congresso de São Bernardo do Campo, decidiu que
era proibido proibir. Isso é um slogan do PT, no congresso de 1991.
O que acontece concretamente é o seguinte: muitas vezes, uma
crítica que você recebe é tida como democrática; uma crítica que
você faz é tida como antidemocrática, como se determinados setores
da imprensa fossem acima de Deus, e que ninguém pudesse ser
criticado, ou seja, escreveu, está dito, acabou e é sagrado, como
se fosse a Bíblia Sagrada. Não é verdade, não é verdade. A posição
de um presidente é tomada como ser humano, um jornalista escreve
como ser humano, o juiz julga como ser humano, ou seja, todos nós
temos um padrão de comportamento e de julgamento.
TV pública
Agora estão dizendo: “Porque a TV Pública é a TV
do Lula”. Nunca disseram que a TV Pública de São Paulo é do
governador de São Paulo, que as outras são dos outros governadores.
Agora, uma TV, para um presidente que está terminando o mandato
daqui a três meses, é TV Lula. Esse carregamento de composto de
muita, de muita… eu diria, de muito preconceito, ou de muita… eu
diria, até, às vezes, ódio, demonstra o quê? O pessoal… O velho
Frias me dizia: “Lula, o pessoal do andar de cima não vai permitir
você subir lá”. Quem me dizia isso era o velho Frias, repetidas
vezes: “Lula, cuidado, que o pessoal do andar de cima não vai
permitir você chegar naquele andar”. Então, o pessoal se comporta
como se o pessoal da senzala estivesse chegando à “casa grande”, e
ficam transmitindo uma coisa absurda. Nesse momento do Brasil,
falar em falta de liberdade de comunicação, nesse momento do
Brasil! Eu duvido, duvido…
Não corremos o risco do México
Olhe, eu acho que,
sinceramente, as pessoas deveriam olhar para o Brasil e olhar para
outros países, e todo mundo deveria agradecer a Deus o Brasil ser
do jeito que ele é, o Brasil ter o governo que ele tem e ter o povo
que tem. Eu lembro que o João Roberto Marinho, o João Roberto
Marinho, quando voltou da eleição do México passada, em uma
conversa que ele teve comigo, ele disse: “Ô Presidente, eu estava
no México, e foi de lá que eu aprendi a valorizar a democracia no
Brasil. Porque, aqui tem o resultado eleitoral, todo mundo acata o
resultado. Lá no México, eu vi um milhão de pessoas na rua contra o
resultado eleitoral”. Aqui no Brasil, nós não corremos esse risco,
porque este país tem um outro jeito de exercitar a democracia, e a
democracia, ela só será exercitada… Vocês estão lembrados quando eu
dizia… quando eu era dirigente sindical ainda: democracia não é o
povo ter o direito de gritar que está com fome. Democracia é o povo
ter o direito de comer. E nós estamos chegando lá, nós estamos
chegando lá. Então, as pessoas que talvez tenham problemas de…
ideológicos, problemas de preconceito, que não admitem…
A capitalização da Petrobras na Bovespa
Depois de amanhã eu vou à Bovespa. A Bovespa, que tinha ódio de
mim. E quando tinha medo de mim, ela tinha apenas 11 mil pontos.
Hoje, ela já chegou a 72, já chegou a 68, ou seja, está acima dos
60 mil pontos, e vai exatamente um presidente da República, que
tanta gente tinha medo, fazer a maior capitalização da história da
Humanidade. Aí eu vou dizer: nunca antes na história do planeta
Terra houve uma capitalização da magnitude que vai acontecer na
sexta-feira, com a minha presença.
Tirar os sapatos nos EUA
Eu, quando eu tomei posse, eu disse para os meus ministros: se
alguém tirar o sapato – se eu souber, também, não vou saber porque
não estou com eles –, mas se alguém chegar lá para tirar o sapato,
é melhor vir embora, porque eu mando embora. Então, a única coisa
que eu acho que vai acontecer lá é o seguinte: o Brasil vai sair
mais honrado desse processo, o Brasil vai sair mais forte, e não
vai ser o Lula que vai ganhar, o Lula está fora disso em dezembro,
meu filho.
Resposta a FHC
Eles não sabem o que é popular
porque eles nunca estiveram perto do povo. Essa gente, essa gente
que não gosta de mim, eles, na época das eleições, até sorriem para
os pobres, até fazem promessa para os pobres. Mas, depois das
eleições, um pobre não passa perto deles um quilômetro. Então, isso
é uma confusão maluca entre o populismo e o popular. O que é o
populismo? É um cara que não tem nada a ver com ninguém e que
aparece fazendo promessas, aparece fazendo política demagógica. Não
é o nosso caso. Todas as políticas minhas são decididas, Bob… Já
foram 72 conferências nacionais – setenta e duas –, conferências
que começam lá no município, vão para o estado e vêm para cá. Em
algumas conferências participaram 300 mil pessoas até chegar à
conferência nacional, e aí nós decidimos as políticas públicas.
Então, eles… Realmente, eu acho que tem muita gente incomodada, e
eu não tenho culpa, eu não tenho culpa. Tem muita gente… Tiradentes
incomodou muita gente no Brasil. A Coroa Portuguesa, durante muito
tempo, ficou incomodada com todos aqueles que diziam que era
preciso mudar. Ficaram incomodados até com Dom Pedro quando ele
quis mudar. Por que não ficar comigo?
Reforma política não é coisa do presidente
Olha, porque a reforma política não é uma coisa do Presidente da
República. A reforma política é uma coisa dos partidos políticos.
Veja… e do jeito que os partidos se comportam, parece que a gente
tem um monte de partidos e todos criticando a legislação que
regulamenta a política no Brasil, todo mundo quer uma reforma
política, mas ninguém mexe, e do jeito que mexe agrada muita gente.
Então, veja, eu mandei duas propostas de reforma, de coisas que
precisariam mudar para poder melhorar a política brasileira.
Os partidos políticos pós-eleições
Agora, eu
acho que… eu não concordo com o Lembo que não tem partido político.
O PT é um grande partido político. Nas pesquisas de opinião
pública, o PT aparece com 30% de preferência em qualquer pesquisa
que se faça, demonstração de que esse é um partido como poucas
vezes no mundo você teve um partido assim. Você teve o PRI itali… o
Partido Comunista mexicano, que era extremamente forte, e aí sim
era populismo; você tinha o Partido Comunista italiano, que tinha
30% dos votos, e era um baita de um partido na Itália, embora nunca
tenha chegado ao poder; você tinha a social-democracia, que
revezava o poder em uma parte da Europa; você tinha os socialistas
franceses, que revezavam; e você tem, no Brasil, o PT, que é um
partido organizado nacionalmente, e muito forte.
O candidato Tiririca
Eu acho, eu acho… Não, não
sei se é voto de protesto. Ele pode surpreender. Eu acho legal o
Romário estar entrando na política, acho legal o Bebeto estar
entrando na política, o Marcelinho, porque, veja, antigamente a
política o que era, gente? Antigamente a política era advogado,
professor, funcionário público e empresário. Ora, se você tem
jogador de futebol, se você tem movimento indígena, se você tem…
todo mundo tem que se apresentar, e o Congresso estará melhor
representado. Se as pessoas trabalharem corretamente, serão
valorizadas. Se as pessoas não trabalharem corretamente, no próximo
mandato cairão fora, como já provou a história da Humanidade aqui
neste país. Então, eu estou tranquilo com relação à necessidade da
reforma política. A cada dia uma pessoa sonha e cria um partido
político. É democrático também. Agora, na época de disputar
eleição, aí você precisa normatizar quem é que participa no que,
porque, quando nós fomos criados em [19]80, nós tínhamos que
legalizar o partido em 15 estados e, dentro de cada estado, em 20%
dos municípios; era um trabalho imenso, e ter 3% de voto…
As mudanças na comunicação brasileira
Deixa eu
contar uma coisa para vocês. Eu acho que as pessoas não estão
compreendendo ainda o que aconteceu na comunicação neste país. Eu
digo pelos meus filhos, ou seja, lá em casa, lá em casa ninguém
compra mais jornal. Lá em casa a molecada toda lê o que tiver que
ler pela internet, em tempo real. Você não tem que esperar… ah,,
vamos ver o que vai acontecer amanhã ou depois de amanhã. Você
entrou ali, pegou. Então, as pessoas, são 68 milhões de brasileiros
que acessam a internet, ou seja, um quarto das residências
brasileiras que já têm computador. A tendência natural é isso ir
crescendo de uma forma tão rápida… Com a questão da Banda Larga.
Porque você sabe que no Brasil é assim, né? De vez em quando todo
mundo fala que vai resolver o problema mas todo mundo só quer
cuidar daquele que tem rentabilidade. Então, vamos fazer as coisas
em São Paulo, vamos fazer as coisas no Rio de Janeiro, vamos fazer
as coisas nas capitais, nas cidades grandes. Mas aí quando vai…
Cidadania nas comunidades das UPAs
Mas vamos
levar cidadania. Eu quero que vocês vejam o que está acontecendo
com a implantação das UPAs nas favelas, com a geração de emprego,
com a geração de oportunidade, e essas coisas a gente só vê se a
gente for. Se a gente quiser fazer jornalismo sentado em um
gabinete e não sair para ver o que está acontecendo pelo Brasil,
nós podemos cometer o erro das pessoas que foram exiladas, voltaram
e não se deram conta de que o Brasil tinha mudado. Ficaram achando
que o Brasil era o Brasil de 64. Então é preciso arejar a cabeça
para ver o que está acontecendo no Brasil: o povo está feliz, o
povo está
percebendo que tem futuro, e eu não sei se isso incomoda algumas
pessoas… tem gente que não gostaria que tivesse sido assim, não é?
Tem gente que acha que: “Bom, mas tem muita gente bem. Esse governo
vai terminar o seu mandato com mais de 80% de bom e ótimo. Onde que
existe isso?”. Porque as pessoas estão vendo que as coisas estão
acontecendo. Eu acho normal e não fico com raiva quando um cidadão
de classe média, em um bar, seja no Rio de Janeiro, em São Paulo ou
em Belo Horizonte, tomando o seu uísque com os amigos, critique o
Bolsa Família de assistencialista. Eu acho normal. Ele dá de
gorjeta o Bolsa Família.
Investimentos em educação
Às vezes, no fundo,
no fundo, é falta de conhecimento do problema, é falta de focar o
problema, priorizar aquele problema e determinação. Se eu fosse
ficar discutindo se a gente tinha dinheiro ou não, para sair de 20
bilhões na Educação para 70 bilhões, eu não saía. Se eu fosse sair,
da Educação… se eu fosse discutir se eu tinha dinheiro para sair de
2 bilhões para 16 bilhões, do Pronaf, eu não saía. Ou seja, porque…
É sempre, o papel do tesoureiro é sempre dizer: “Não tem dinheiro,
não tem dinheiro, não tem dinheiro”. E o papel do administrador é
dizer: “Nós precisamos fazer isso, nós precisamos fazer isso, nós
precisamos fazer isso”. Quando você chega a um ponto de acordo, aí
a coisa flui. Por isso é que o Brasil está vivendo este momento
extraordinário de reconhecimento de toda a imprensa internacional,
de reconhecimento de todos os empresários brasileiros e, sobretudo,
dessa combinação fantástica entre aquilo que vê a classe mais rica
do país e aquilo que vê a classe mais pobre. Todos estão ganhando e
todos estão se aproximando. Quando o pobre deixa de ser menos
pobre, quem é que ganha? A classe média e a classe empresarial.
Quando os pobres ficam mais pobres, quem perde? O Brasil
inteiro.
Com informações Blog do Planalto
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