O Dia
Nacional de Luta das Pessoas Deficientes foi instituído através da
Lei Federal Nº 11.133, de 14 de julho de
2005. O movimento organizado desde 1981
indicou o dia 21 de setembro pela proximidade com a primavera e o
dia da árvore numa representação do nascimento das reivindicações
de cidadania e participação plena em igualdade de condições. Nesta
data também se comemora o nascimento de Louis Braille - criador do
método de leitura e escrita para deficientes
visuais.
No Brasil, com base no ultimo senso do IBGE
realizado em 2000, 14,5% da população brasileira tem algum
tipo de deficiência, o que significa em torno de 24,5 milhões de
pessoas. Os maiores contingentes dessa população estão nos Estados
nordeste (Paraíba 18,76%; Rio Grande do Norte 17,64%; Piauí 17,63%;
Pernambuco 17,40% e Ceará 17,34%), portanto, nos estados mais
pobres do país. Isso demonstra que grande parte das causas da
deficiência (a física, por exemplo, a paralisia infantil) é gerada
pelas desigualdades inerentes ao sistema
capitalista.
Mas, vivemos um momento de avanços na luta
por garantias de direitos para as pessoas com deficiência, se
compararmos a períodos anteriores quando as ações eram voltadas ao
mero assistencialismo, ancoradas a um modelo médico e sem uma
efetiva organização do segmento.
Na Brasil, a partir dos anos 1980, com a
preparação do ano internacional das Pessoas com Deficiência, se
inicia um processo de participação e ação política mais organizada
e efetiva do setor. Em 1981, a cidade Recife sediava o primeiro
Congresso Brasileiro da Pessoa Deficiente, um marco importante para
as conquistas seguintes. Em 1988 a nova Constituição
Brasileira incorporou direitos das pessoas com deficiência. Daí
para frente diversas conquistas foram materializadas em lei, como
por exemplo, a Carta de direitos específicos da Constituição
Federal, que assegurou as pessoas com deficiência a proteção ao
trabalho, acesso à educação, saúde, assistência social e
acessibilidade. Com isso, outros decretos e legislação foram sendo
aprovados, incentivando Estados e Municípios seguirem o exemplo do
avanço em âmbito federal.
Porem se sabe que na pratica a realidade
ainda tem sido muito dura. A discriminação, o desrespeito às leis e
a dificuldade na implantação de políticas públicas são as maiores
barreiras que as pessoas com deficiência têm enfrentado. As cidades
brasileiras, o transporte público, os prédios públicos, os meios de
comunicação ainda são inacessíveis. Quem tem algum tipo de
deficiência ainda vive em certa medida a margem da vida em
sociedade. Na Plataforma da CUT para as Eleições 2010 entregue a
candidata a Presidenta Dilma Russeff reivindicamos o fim desta
situação através de investimento e políticas públicas sociais nesta
área.
Apesar desse cenário de avanços e de
resistência por parte de alguns setores da sociedade à inclusão da
pessoa com deficiência, a luta organizada tem importantes
conquistas como a educação inclusiva como política de Estado e a
lei de contas. Cito ainda outros avanços:
- Lei Federal nº 7.853, de 24/10/1989,
dispõe sobre a responsabilidade do poder público nas áreas da
educação, saúde, formação profissional, trabalho, recursos humanos,
acessibilidade aos espaços públicos, criminalização do
preconceito.
- Lei Federal nº 8.213, 24/07/1991,
dispõe que as empresas com 100 (cem) ou mais empregadas devem
empregar de 2% a 5% de pessoas com deficiência.
- Lei Federal nº 10.098, de
20/12/2000, dispõe sobre acessibilidade nos edifícios públicos ou
de uso coletivo, nos edifícios de uso privado, nos veículos de
transporte coletivo, nos sistemas de comunicação e sinalização, e
ajudas técnicas que contribuam para a autonomia das pessoas com
deficiência.
- Lei Federal nº 10.436, 24/04/2002, dispõe
sobre o reconhecimento da LIBRAS-Língua Brasileira de
Sinais para os Surdos.
Estes avanços naturalmente não nos “caíram
do céu”, foram frutos de muita luta e enfrentamento com muita
vontade de transformar. Muito há que se fazer, para que estas leis
saiam do papel conferindo de fato a essas pessoas a cidadania,
adaptando os equipamentos públicos, a comunicação e a sociedade a
elas não ao contrário.
A Central Única dos Trabalhadores através de
Secretaria Nacional de Políticas Sociais com Coletivo Nacional
dos/as Trabalhadores/as com Deficiência lançaram no segundo
encontro nacional de políticas sociais da CUT a campanha nacional
em defesa dos direitos das/as trabalhadores/as com deficiência, a
cartilha ‘Direito é bom: nós gostamos e lutamos por ele!’. Como
parte da campanha é sucesso total. Vamos iniciar o segundo ciclo de
lançamento da campanha com a tiragem da 2ª edição da cartilha. No
primeiro momento lançamos a campanha nos Estados do Amapá, Bahia,
Espírito Santo, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo,
ou seja, em todas as regiões do país. O objetivo é lançar a
campanha em todos os Estados, já com a segunda edição atualizada da
cartilha. A CUT mais uma vez é vanguarda neste debate. Traz para si
a responsabilidade enquanto central sindical provocar seus
sindicatos filiados a incluir na sua pauta de luta esta
questão, exigir o cumprimento da lei de cotas, mas também de
garantir acessibilidade nas suas sedes e meios de comunicação, bem
como exigir do governo mais políticas públicas para as pessoas com
deficiência. Neste dia de hoje estamos no Brasil inteiro
fazendo atividades, protestando e lutando com as demais entidades
que lutam pelos direitos das pessoas com
deficiência.
Por fim, não poderia deixar de mencionar
outro avanço importante que foi a ratificação pelo Brasil em 2008
da convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
que, no campo do trabalho, assegura a liberdade de escolha,
adaptação física dos locais de trabalho, formação profissional,
igualdade salarial para função igual, segurança, sindicalização,
garantia de progressão funcional, preservação de emprego,
habilitação e reabilitação profissional, proteção contra trabalho
forçado, entre outras medidas.
Vamos seguindo no caminho das mudanças que
certamente teremos uma sociedade de fato igual sem descriminação de
nenhuma natureza.
Viva a igualdade de direitos, viva a
igualdade de oportunidades, viva o dia nacional de luta das pessoas
com deficiência!
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