Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente entregará R$ 28 mil ao vencedor
As inscrições vão até o dia 17 de setembro e devem ser realizadas pelo correio ou pela internet.
Publicação: 23/08/2010
As inscrições para o Prêmio Chico Mendes de Meio
Ambiente foram prorrogadas até o dia 17 de setembro. Podem
participar da seleção ONGs, sindicatos, associações comunitárias,
instituições de pesquisa privadas, lideranças e municípios que
desenvolvam trabalhos voltados à conservação dos recursos naturais
da Amazônia Legal.
O prêmio é de R$ 28 mil (valor sobre o qual serão cobrados todos os
tributos previstos em lei), e as inscrições devem ser realizadas
pelo correio (Sedex) ou pela internet.
O regulamento e outras informações estão disponíveis em
ww.mma.gov.br/premiochicomendes ou pelo e-mailpremiochicomendes@mma.gov.br. O telefone de contato é (61)
2028-2078/2093.
Quem foi Chico Mendes?
Criado na Floresta Amazônica, sem jamais freqüentar uma escola e
tendo de trabalhar desde os 9 anos como seringueiro, Francisco
Alves Mendes Filho, conhecido como Chico Mendes, foi responsável
pela mais eficaz militância ecológica já ocorrida no país,
tornando-se símbolo mundial da luta pela preservação da Amazônia.
Para evitar a devastação da floresta e conservar o modo de vida dos
habitantes locais, quer fossem índios, seringueiros, ribeirinhos ou
pescadores, pregava a sua organização, a negociação pacífica com os
pecuaristas e a criação das reservas extrativistas: áreas
protegidas para usufruto da população que vive da exploração de
recursos materiais renováveis e que deve, por lei, combinar
preservação ambiental e desenvolvimento econômico e tecnológico.
Provocou, no entanto, a ira de fazendeiros da região, sendo
assassinado, em 1988, por Darli Alves da Silva e seu filho, Darci
Alves Pereira. Sua trajetória política iniciou-se quando participou
do II Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT),
defendendo a tese Em Defesa da Floresta. Ao final do Congresso, foi
eleito suplente da diretoria nacional do órgão. No final dos anos
de 1970, ajudou a fundar os primeiros sindicatos do Acre, com o
apoio da Confederação dos Trabalhadores Agrícolas (Contag) e da
Igreja Católica. Em 1985, organizou o I Encontro Nacional de
Seringueiro, destacando-se como principal liderança da região. Nos
anos seguintes, mantendo incansável luta pela preservação da
floresta, recebeu o reconhecimento internacional. Foi visitado por
membros da Organização das Nações Unidas (ONU) e recebeu o Prêmio
Global 500, conferido a pessoas que se destacam na defesa do meio
ambiente. Em 1988, meses antes de sua morte, o governo federal, por
meio do Ministério da Reforma Agrária, instalou a primeira reserva
extrativista na Amazônia, cuja responsabilidade de organização
ficou a cargo do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri.
Atualmente, existem aproximadamente 21 reservas, ocupando mais de 3
milhões de hectares da floresta. Depois de um século de trabalho
semi-escravo devido à exploração da borracha, os seringueiros
passaram a ser reconhecidos como uma categoria especial de
trabalhadores rurais, que tanto vivem dos produtos da floresta como
lutam por sua preservação.