“A infraestrutura nos aeroportos não está saturada. Na realidade ela tem sido mal utilizada”, afirma Lemos

O Portal da CNTT-CUT entrevistou o presidente do SINA, confira a seguir.


Publicação: 13/07/2010
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Um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) sobre a estrutura aeroportuária brasileira deixou irritados os trabalhadores do setor de aviação civil. Um dos pontos polêmicos do estudo afirma que a “infraestrutura aeroportuária do País está saturada e impede o setor aéreo nacional de crescer no ritmo da demanda”.  O presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (SINA-CUT), Francisco Lemos (foto), não concorda e explica que o problema não é esse. “Na realizada, a infraestrutura oferecida pela Infraero (empresa aeroportuária brasileira) tem sido mal utilizada pelas companhias aéreas”, frisa.
Lemos citou alguns problemas que acontecem no dia-a-dia como: as esteiras de bagagem funcionando sem malas; boxes de check-in subutilizados; a demora no atendimento nos check-in e têm lojas que vendem passagens que não têm profissionais e também não há investimento em treinamento e capacitação. E os problemas não param por aí. O Portal da CNTT-CUT entrevistou o presidente do SINA confira a seguir:

CNTT-CUT: Por que o senhor não concorda com a avaliação do IPEA sobre a infraestrutura aeroportuária?
Francisco Lemos:
O fato do IPEA  ter assinado esse tipo de estudo me causou espanto, considerando a capacidade técnica desta entidade de pesquisa. Mas se formos analisar pelo contexto histórico, não é difícil de acreditar, já que na época da Ditadura Militar o IPEA era privilegiado por divulgar somente aquilo que lhe favorecia, já que a maioria  dos seus quadros eram ditadores. Lamento que um Instituto de tal envergadura se preste a divulgar e a assinar um estudo que tem ótica míope e propósitos duvidosos e tendenciosos em benefício de interesses descarados do neoliberalismo privacionista.


CNTT-CUT: Então, quais são os pontos negativos?
Lemos:
Não é verdade quando o estudo do IPEA aponta que a infraestrutura aeroportuária do Brasil está saturada e isso tem impedido o setor aéreo de crescer. Na realidade, a infraestrutura oferecida pela Infraero é mal utilizada pelas companhias aéreas. Cito alguns exemplos que tem acontecido no dia-a-dia nos aeroportos: esteiras de bagagem funcionando sem malas; boxes de check-in subutilizados; demora no atendimento nos check-in; lojas de vendas de passagens sem pessoal capacitado. E o mais grave: a segunda maior companhia aérea brasileira não disponibiliza o Certificado de Habilitação Técnica/CHT para os seus pilotos pousarem por instrumentos e, contraditoriamente, cobram da Infraero a instalação do ILS (Instrument Landing System - equipamento que permite pouso com pouca visibilidade). A Infraero está passando por um momento de muitas especulações e o estudo do IPEA só mostrou a ótica das companhias aéreas, que em conjunto com a ANAC (Agência Nacional da Aviação Civil) têm interesse em privatizar os aeroportos brasileiros, que são um rico patrimônio da nossa população.


CNTT-CUT: Mas os aeroportos não precisam de estruturação? E a   ANAC tem feito o seu papel?
Lemos:
Lógico que os aeroportos precisam de estruturação, não digo por causa da Copa do Mundo (o Brasil vai sediar os jogos em 2014) ou Olimpíadas (2016), mas porque a demanda tem crescido diariamente.   Acontece que a infraestrutura já existe, só que não é utilizada; quantas vezes as minhas malas já demoraram de chegar, sendo que a esteira estava rolando sozinha?  A Gol, por exemplo, não usa o aparelho que permite o avião estacionar com visibilidade para não ter que pagá-lo, sendo que ela pode! Na verdade, a grande vilã desta história é a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), cujos papeis são: reprimir e sancionar infrações quanto ao direito dos usuários e  manter a continuidade na prestação de um serviço público de âmbito nacional.

A Infraero não pode se meter ou multar uma companhia áerea que não investe.

CNTT-CUT: Quais ações o senhor defende para melhorar o atendimento nos aeroportos brasileiros?

Lemos: Defendo a implantação de penalidades, por exemplo, os passageiros que permanecerem por mais de 20 minutos na fila do aeroporto poderiam exigir que a companhia fosse multada. Aqui em São Paulo existe uma lei aplicada aos bancos neste sentido. Com relação aos funcionários, seria importante investir na qualificação e treinamento. Reforço mais uma vez que o problema não está no investimento da infraestrutura, considerando que de 68% dos lucros oriundos dos aeroportos, apenas 12% é utilizado.

Viviane Barbosa, editora do Portal da CNTT-CUT, com a colaboração de Geisi Santos.

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