Cartilha da ANVISA esclarece dúvidas sobre uso de medicamentos
O Portal da CNTT-CUT destacou algumas questões importantes da publicação. Leia a seguir.
Publicação: 05/07/2010
A Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou no dia 2, uma
cartilha que visa esclarecer as dúvidas dos cidadãos sobre o uso de
medicamentos. O objetivo é promover o uso seguro e racional dos
produtos.
A cartilha “O Que Devemos Saber Sobre Medicamentos” traz
orientações sobre a leitura das bulas, cuidados ao administrar os
produtos em crianças e o uso combinado ao álcool. Além disso,
aborda os riscos do uso incorreto de remédios. “Anvisa pretende
contribuir com iniciativas de prevenção de agravos e riscos à
saúde, preocupação constante da Agência, assim como prestar
esclarecimentos sobre a importância das Boas Práticas Farmacêuticas
e da orientação ao cidadão quanto aos cuidados, precauções e
atenção à sua saúde”, disse o presidente da entidade, Dirceu Raposo
de Mello. A iniciativa faz parte do Programa de
Melhoria do Processo de Regulamentação da Anvisa. A divulgação
poderá ser feita em órgãos de vigilância sanitária estaduais e
municipais e por entidades de defesa do consumidor.
O Portal da CNTT-CUT destacou algumas questões
importantes da publicação, confira abaixo:
O que são medicamentos? Medicamentos são
produtos especiais elaborados com a finalidade de diagnosticar,
prevenir, curar doenças ou aliviar seus sintomas, sendo produzidos
com rigoroso controle técnico para atender as especificações
determinadas pelo órgão regulador.
Para que os medicamentos façam o efeito desejado, eles devem ser
usados de forma racional e com orientação médica e
farmacêutica.
Qual a diferença entre remédio e medicamento? A
ideia de remédio está associada a todo e qualquer tipo de cuidado
utilizado para curar ou aliviar doenças, sintomas, desconforto e
mal-estar. Alguns exemplos de remédio são: banho quente ou massagem
para diminuir as tensões; chazinho caseiro e repouso em caso de
resfriado; hábitos alimentares saudáveis e prática de atividades
físicas, entre outros.
Já os medicamentos são substâncias ou preparações elaboradas em
farmácias (medicamentos manipulados) ou indústrias (medicamentos
industriais), que devem seguir as determinações legais de
segurança, eficácia e qualidade.
Assim, um preparado caseiro com plantas medicinais pode ser um
remédio, mas ainda não é um medicamento; para isso, deve atender
uma série de exigências do Ministério da Saúde, visando garantir a
segurança dos consumidores.
Todo o medicamento é um remédio, mas nem todo remédio é um
medicamento.
Qual a diferença de medicamentos genéricos, referência
e similar?
Medicamento de Referência - Inovador que possui marca
registrada, com qualidade, eficácia terapêutica e segurança
comprovados através de testes científicos, registrado pelo órgão de
vigilância sanitária no país. Sua principal função é servir de
parâmetros para registros dos posteriores medicamentos similares e
genéricos, quando sua patente expirar.
Medicamento Similar - São produzidos após vencer a patente dos
medicamentos de referência e são identificados por um nome de
marca. Possuem eficácia, segurança e qualidade comprovados através
de testes científicos, registrado pelo órgão de vigilância
sanitária no país. Possuem o mesmo fármaco e indicação terapêutica
que o medicamento de referência, diferem em características
relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade,
embalagem, rotulagem, excipientes e veículos. Não são
intercambiáveis com o medicamento de referência nem com o
medicamento genérico.
Medicamento Genérico - É igual ao medicamento de
referência e possui qualidade, eficácia terapêutica e segurança
comprovados através de testes científicos, registrado pelo órgão de
vigilância sanitária no país. Não possui nome de marca, somente a
denominação química de acordo com a Denominação Comum Brasileira
(DCB). Pode ser intercambiável (substituído) com o medicamento de
referência pelo profissional farmacêutico.
Todo medicamento genérico traz na sua embalagem uma faixa amarela
com o “G” de genérico em destaque e a identificação “Medicamentos
Genérico”.
Como deve ser uma receita?
Receita dada cor branca - Ela é prescrita por médicos e
dentistas para a dispensa dos medicamentos que possuem tarja
vermelha.
Toda receita deverá estar escrita de modo legível, contendo: Nome e
endereço do paciente; Nome do medicamento, concentração e
quantidade; Modo como deve ser utilizado o medicamento; Nome e CRM
do médico; Data e assinatura do médico. Notificação de receituário dada cor azul - A
notificação é emitida pelo médico ou dentista para dispensa
medicamentos que possuem um controle especial. Deve sempre
acompanhar uma receita branca, porque ela fica retida na farmácia e
drogaria para comprovação de que o medicamento foi dispensado da
forma correta.
Embalagem do medicamento A embalagem e o rótulo
dos produtos têm a responsabilidade de transmitir tudo o que possa
interessar sobre o produto, contribuindo para o seu perfeito
conhecimento. Algumas vezes são os únicos canais de informação
disponíveis sobre o produto. No caso dos medicamentos, as
embalagens devem conter informações obrigatórias, estabelecidas por
regulamentos técnicos publicados pela Anvisa.
Quais informações devem constar na embalagem?
Nome comercial do medicamento (ausente em genéricos). Em caso de
medicamentos fitoterápicos, deve ser apresentado o nome botânico da
planta; Denominação genérica; Nome, endereço e CNPJ da empresa
produtora; Nome do fabricante e local de fabricação do produto;
Número do lote; Data da fabricação (mês/ano);Data de validade
(mês/ano); Número de registro (MS seguido do número, constando 13
números, iniciando com 1); Composição do medicamento, quantidade e
via de administração; Telefone do Serviço de Atendimento ao
Consumidor – SAC; Lacre de Segurança (toda a embalagem deve estar
lacrada); Selo com Tinta Reativa (deve ser raspada com metal e vai
surgir a palavra QUALIDADE E NOME DO LABOR ATÓRIO ).
Importante: A ausência de alguma dessas informações na embalagem, é
sinal de que há algo errado com o medicamento.
Caso falte qualquer informação, o medicamento deve ser
encami-nhado, em sua embalagem original, ao serviço de vigilância
sanitária, a fim de verificar se o produto é falsificado ou
não.
Bulas de medicamentos A indústria que
desenvolveu o medicamento tem obrigação legal de prestar todas as
informações necessárias para o uso adequado e os possíveis
problemas e cuidados relacionados ao medicamento.
O acesso à bula de medicamentos é um direito reconhecido pela
Constituição Federal de 1988 e ratificado pelo Código de Defesa do
Consumidor!
Farmácias e drogarias Os medicamentos, por
serem produtos que necessitam de uso especial, possuem uma Lei
Federal que determina que somente devam ser comercializados em
locais específicos: farmácias e drogarias. Farmácias- Estabelecimentos de saúde que
comercializam e orientam sobre o uso de medicamentos industriais e
manipulados. Drogarias- Estabelecimentos de saúde que
comercializam e orientam sobre o uso de medicamentos
industriais.
Quais os serviços farmacêuticos que podem ser prestados
estados nas fafarmácias e drogarias? Orientação sobre o uso
do medicamento; Administração de medicamentos (nebulização,
aplicação de injetáveis e uso oral); Acompanhamento da pressão
arterial e temperatura; Monitoração da glicemia capilar por meio de
auto-teste.
Importante: Ao fazer o acompanhamento de sua pressão arterial,
glicemia e temperatura corporal, o farmacêutico deverá entregar uma
declaração, onde constarão as informações sobre a sua saúde, para
que o médico saiba como o medicamento está fazendo efeito no seu
organismo.
O que é uso racional de medicamento? É quando
utilizamos o medicamento correto e de origem conhecida, com
orientação médica e farmacêutica, nos horários e nas quantidades
especificadas na bula.
Todo medicamento apresenta riscos, mesmo quando utilizado de forma
correta.
O seu consumo de forma racional objetiva proporcionar o máximo
benefício com uma minimização dos possíveis efeitos
prejudiciais.
Os medicamentos para ansiedade e insônia A
ansiedade associada à insônia é uma queixa muito comum, por isso um
bom histórico médico e exame físico são essenciais para o
diagnóstico.
Medicamentos utilizados para o tratamento da ansiedade chamados
ansiolíticos, geralmente são sedativos ou hipnóticos (induzem ao
sono) e devem ser utilizados sob prescrição médica e com o devido
acompanhamento, observando sempre as doses e posologia (modo de
usar).
Cuidado com o uso dos ansiolíticos com outros medicamentos e o
álcool. Devido aos efeitos colaterais, indivíduos sob tratamento
com benzodiazepínicos, não devem exercer atividades que exijam
coordenação motora e reflexos rápidos. Importante: Nem sempre o uso de medicamentos é o
melhor remédio. Converse com seu médico e procure outras medidas
que podem amenizar o seu problema de ansiedade e insônia, como
exercícios físicos e relaxamentos.
Os medicamentos para resfriados e tosse
Resfriado - Cada ano milhões de pessoas em todo mundo tem um
resfriado comum, cujos sintomas são bem conhecidos: dor de
garganta, nariz congestionado, talvez um pouco de febre, dores no
corpo e algumas vezes, tosse irritante.
A maioria dos resfriados é de causa benigna, necessitando apenas de
muito líquido, descanso e, no máximo, um medicamento isento de
prescrição para diminuir os sintomas, o qual deve ser utilizado com
orientação do profissional farmacêutico.
Caso o resfriado persista por mais de três dias, o aconselhável é
procurar um médico para avaliação e indicação de um medicamento,
para evitar o risco de uma complicação respiratória (ex. faringite,
bronquite, pneumonia, etc.) Tosse - A tosse é geralmente uma reação do
organismo a irritações causadas pela presença de secreções ou
corpos estranhos, como fumaça, poeira, bactérias e fungos,
protegendo o sistema respiratório. Assim, eliminá-la nem sempre é
uma boa idéia, já que seu objetivo é justamente o de liberar a
secreção excedente.
O primeiro passo no manejo da tosse é prover o trato respiratório
de umidade adequada, tanto pelo aumento da ingestão de líquidos
(água) quanto pela umidificação do ar. Estes agentes tornam o muco
mais fluido.
De acordo com a causa, pode ser necessário o tratamento, que
geralmente tem como objetivo tratar da causa, e não da tosse em
si.
Cuidado com o uso destes
medicamentos Descongestionantes nasais
(antihistamínicos e corticóides) – uso contínuo pode agravar ou
prolongar o resfriado, irritar as fossas nasais e até reações
graves como síndrome de cushing
(intoxicação por cortizona).
Analgésicos e os antipiréticos
Dor - A dor é o motivo mais comum para a ingestão de
medicamentos, sendo o primeiro sinal de advertência de que algo não
está certo no organismo. O bem-estar do paciente obtido pelo alívio
da dor é importante, mas é fundamental que se chegue ao diagnóstico
preciso da doença.
Febre - A febre é uma elevação anormal da
temperatura corporal. A maioria dos episódios de febre ocorre como
reação do organismo a infecções, mas também existem febres por
outros distúrbios. Ela não precisa necessariamente ser tratada com
medicamentos, usualmente ela desaparece com remédios caseiros
tradicionais como toalhas úmidas na testa, banhos mornos, ingestão
de bastante água.
O uso de compressas com álcool é desaconselhável, pode levar à
intoxicação. Nas situações de febre alta, contínua ou muito
freqüente, é aconselhável buscar um diagnóstico médico.
Entre os medicamentos de venda livre, indicados para dor e febre,
contam-se centenas de marcas, mas vários podem causar reações
alérgicas, intoxicações, interações medicamentosas e outros efeitos
adversos. Antes de tomar qualquer medicamento isento de prescrição,
procure o seu farmacêutico, ele é o profissional indicado para dar
uma orientação adequada.
Medicamentos e o trânsito Existem medicamentos
que podem influenciar na capacidade de dirigir, afetar a
coordenação motora, a percepção visual ou aditiva, o autocontrole,
a percepção de perigo e o senso de responsabilidade.
Exemplos de medicamentos com risco sobre a capacidade de dirigir:
Medicamentos oftálmicos (colocar nos olhos); Tranqüilizantes e
sedativos (para os nervos); Anti-histamínicos (contra alergias);
Antitussígenos (tosse); Anestésicos gerais e locais;
Anti-hipertensivos (pressão alta); Antidepressivos (depressão);
Neurolépticos (problemas psicológicos).
Descontos de medicamentos Em se tratando de
mercado farmacêutico, o mecanismo de desconto utilizado pelas
farmácias amplia a concorrência em relação à venda de
medicamentos.
A livre concorrência sempre foi o maior e mais eficaz instrumento
de proteção e defesa do consumidor.
O Direito de Concorrência é assegurado por diversas normas legais,
consistindo em institutos bem mais eficientes e abrangentes que as
conhecidas leis de mercado. A concorrência leal, saudável, deve ser
preservada e protegida, para que todos sejam beneficiados