A fazenda é avaliada em R$ 615 milhões e o dinheiro arrecadado no leilão pagará as verbas trabalhistas dos ex-funcionários.
Publicação: 02/07/2010
O Supremo
Tribunal Federal (STF) autorizou o leilão da Fazenda Piratininga,
do empresário Wagner Canhedo, para saldar parte da dívida
trabalhista deixada pela Vasp. O leilão era alvo de disputa entre a Vara de
Falências do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e o juízo
auxiliar de execução (Vara Vasp) da Justiça do Trabalho de São
Paulo. O ministro Dias Toffoli, do STF, indeferiu o pedido de
liminar da agropecuária Vale do Araguaia, que argumentava conflito
de competência entre o Tribunal Superior do Trabalho (TST) e o
Superior Tribunal de Justiça (STJ). O primeiro determinou o leilão,
e o segundo o suspendeu. Toffoli decidiu a favor do interesse dos
trabalhadores, para evitar que mais uma vez os devedores fossem
favorecidos diante dos credores trabalhistas. “Em muitos casos,
despreza-se o aspecto teleológico do processo e condenam-se à
inviabilidade prática as execuções trabalhistas por conta da
falência. Em grande medida, os favorecidos são os devedores ou
pessoas que se esconderam sob o véu corporativo para defraudar seus
já depauperados credores, que têm por si apenas a força de
trabalho, alienada antes e não paga depois”, diz o ministro na
decisão.
Leilão
O leilão da fazenda chegou a ser realizado em 12 de abril, porém
não teve compradores. Um segundo pregão estava agendado para 9 de
junho, mas foi cancelado após decisão do TST, em 3 de maio, que
negou provimento ao agravo regimental proposto pelo Sindicato dos
Aeroviários no Estado de São Paulo para a emissão da carta de
arrematação da fazenda. O leilão, contudo, deve ser marcado assim
que o TST julgar o agravo de instrumento em recurso de revista da
agropecuária, o que deve ocorrer nos próximos dias. A fazenda é
avaliada em R$ 615 milhões. Recentemente, em outra reviravolta, o TJ-SP
anulou assembleia geral da Vasp realizada em 1996, devolvendo ao
Tesouro do Estado de São Paulo 40% das ações da companhia.