Fazer horas extras pode aumentar em 60% risco de doenças cardíacas
A conclusão é de um estudo publicado no site da revista especializada European Heart Journal.
Publicação: 15/06/2010
Fazer horas
extras diariamente, trabalhando entre 10 e 11 horas por dia, pode
aumentar em 60% os riscos de doenças cardíacas, de acordo com um
estudo publicado no site da revista especializada European Heart
Journal.
A conclusão é o resultado de uma pesquisa com 6 mil funcionários
públicos britânicos e descontou fatores de risco cardíaco
tradicionais, como fumo.
Segundo os autores, o estudo mostra a importância do equilíbrio
entre trabalho e tempo livre.
Ao todo, foram verificados 369 casos de pessoas que sofreram
doenças cardíacas fatais, tiveram infartes ou desenvolveram
angina.
Em vários casos, os médicos constataram um forte vínculo com o
número de horas trabalhadas.
Personalidades 'tipo A'
Entre as explicações para essa relação, estariam o menor tempo para
exercícios e relaxamento, além de estresse, ansiedade e
depressão.
Além disso, os médicos dizem ter identificado uma relação entre
pessoas muito dedicadas à carreira com personalidades "tipo A",
altamente motivadas, agressivas e irritáveis.
"Funcionários que fazem horas extras também tendem a trabalhar
quando estão doentes, ou seja, relutam em faltar ao trabalho mesmo
doentes", diz a pesquisa.
A epidemiologista Mianna Virtanen, que coordenou o estudo pelo
Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional em Helsinki, em parceria
com a University College London, afirmou que as conclusões não são
definitivas.
"É preciso pesquisar mais antes de termos segurança ao afirmar que
fazer horas extras causaria doenças cardíacas coronárias", disse
Virtanen.
O médico John Challenor, da Sociedade de Medicina Ocupacional
afirmou que a pesquisa confirma diversos fatos que médicos já
conheciam: "que o equilíbrio trabalho/tempo livre tem um papel
vital no bem-estar".