A eleição do projeto democrático e popular vai aumentar a correlação de forças a nosso favor
O Portal CNTT-CUT divulga artigo de Artur Henrique, presidente da CUT Nacional.
Publicação: 07/05/2010
Temos de ter
orgulho não apenas de nossa condição de trabalhadores brasileiros,
da condição de cutistas. Segundo o professor Emir Sader, somos
"orgulhosamente responsáveis" pela interrupção do ciclo neoliberal
que vinha destruindo nossa Pátria. Temos orgulho também de nossa
Pátria maior, essa nação latino-americana que vem demonstrando ao
mundo a possibilidade de construir um novo modelo de
desenvolvimento que procura incluir as pessoas.
O exemplo brasileiro vem espantando o planeta. Sério, não há aqui
nenhum exagero. Pela primeira vez na história, o Brasil enfrentou
uma crise com remédios outrora considerados mortais. Em lugar de
adotarmos o arrocho, apostamos nos aumentos reais de salário, na
ampliação do emprego formal, na desoneração fiscal, na diminuição
de tributos sobre o salário - traduzida na correção da tabela do
imposto de renda, já uma realidade, e na nossa luta por um modelo
arrecadador que seja rigoroso com os mais ricos -, na ampliação dos
investimentos na agricultura familiar, na porta mais ampla de
acesso ao ensino superior, na iluminação elétrica das casas
camponesas, no sucesso do Bolsa Família, na política de valorização
do salário mínimo, na parceria comercial com países que antigamente
eram relegados a segundo plano por nossas elites, no diálogo do
Estado com os representantes da classe trabalhadora.
O Lula tem um papel incrível nessa transformação. Mas ele tem
sido - e aqui peço licença a todos que o admiram - apenas um
representante da vontade da maioria. Ele chegou lá por nossa causa,
nós os trabalhadores e trabalhadoras que temos a coragem de nos
unir, organizar, pensar estratégias de transformação, de incomodar
as pessoas consideradas sérias e sensatas, de quebrar barreiras, de
gostarmos de nós mesmos.
Houve época em que se dizia que o povo tem o governo que merece.
Resquício da ditadura, a frase tinha por objetivo nos desmerecer.
Hoje, 1º de Maio de 2010, ganha outro significado.O governo Lula,
apesar de ainda conciliar interesses que não os nossos, em virtude
de uma perspicaz estratégica de acumulação de forças, é um governo
que nós, trabalhadores organizados, estamos fazendo.
O governo Lula, como dito ontem pelo companheiro José Dirceu,
durante os debates do nosso Seminário Sindical Internacional,
colocou o Brasil no lugar que sempre mereceu ter no mundo, e os
brasileiros no lugar que merecem ter no Brasil. Esse governo é
nosso.
Como nos demais países de nosso continente, estamos diante de
cenários eleitorais em que a direita, embora mais polida que nos
tempos dos generais, está excitada pela perspectiva de retomar o
controle do Estado. Estado este que destruíram, em nome de uma
ideia tosca, rudimentar, de que o que é bom para o imperialismo é
bom para o Brasil.
A candidatura da direita já fala abertamente em enxugamento do
Estado, na retomada da visão unipolar do comércio exclusivo -
perdoem-me o excesso de adjetivos - com o Hemisfério Norte,na
criminalização dos movimentos sociais como a CUT e o MST.
Ai de nós se os neoliberais estivessem no poder.
Com a vitória eleitoral do projeto democrático e popular, a
acumulação de forças será maior a nosso favor e poderemos fazer
mais pela inclusão social e pela democracia. Vamos lá.