O Portal CNTT-CUT divulga artigo de Artur Henrique, Presidente Nacional da CUT.
Publicação: 06/04/2010
Há menos de
dois anos, um ruidoso grupo de alarmistas opositores estava
apostando todas as fichas num suposto "programa de aceleração da
crise", torcendo para o quanto pior melhor, inclusive planejando
investir contra os empregos e os salários dos trabalhadores. Estes,
mais do que um governo, tentavam destruir o processo, ainda em
curso, de reconstrução do Estado e de abertura das decisões
políticas para outros setores da sociedade além dos supostos
especialistas, bacharéis e janotas de sempre. Neste ano, é preciso
evitar o retrocesso político, ou seja, impedir que esses mesmos
grupos reocupem espaços de poder.
Tais coisas me ocorreram durante a cerimônia de lançamento do PAC
(Programa de Aceleração do Crescimento) 2. À medida que o PAC vai
sendo implementado, o Brasil vai se inserindo na linha de
construção de um novo modelo de desenvolvimento sustentável e de
planejamento estratégico de longo prazo. Isso porque o crescimento
econômico no Brasil vai assumindo um novo significado, pois implica
também geração de emprego e inclusão social.
Para continuar nesse caminho, e aprofundá-lo, é preciso destacar a
dimensão pública do Estado. Isso já vem acontecendo, mas ainda há
uma grande lacuna, que é a necessidade de ampliar o controle
social, inclusive no PAC, com representantes da sociedade civil
organizada participando da gestão dos projetos e pensando a
alocação de recursos a partir de preocupações sociais e ambientais,
com garantia de contrapartidas tanto nos investimentos públicos
quanto privados.
Precisamos igualmente debater, com o intuito de desconstruir, o
atual conceito de competitividade. Queremos é qualidade de vida:
emprego decente, saúde, creche e harmonia nas cidades, entre outras
questões.
Lembramos que o desenvolvimento com justiça social exige também um
novo padrão de comunicação de massa. À luz de resoluções aprovadas
na Conferência Nacional de Comunicação, em 2009, continuamos
defendendo que haja controle social da imprensa.
Que os recentes acontecimentos em São Paulo, envolvendo os
trabalhadores públicos, a truculência do governador Serra e a
cobertura mais que parcial da imprensa nos sirvam de
exemplo.