Em nota oficial, os sindicatos do setor aéreo filiados à CNTT-CUT manifestam suas preocupações sobre mais esta lamentável tragédia da aviação civil brasileira: Leia a seguir:
A população brasileira e os trabalhadores que atuam na aviação civil – aeronautas, aeroviários, aeroportuários – receberam com muito pesar a informação sobre o acidente com o vôo JJ 3054 da TAM, vindo de Porto Alegre para São Paulo, que resultou na perda de cerca de 200 vidas humanas, na noite desta terça-feira (17/7).
Isso não deve e não pode ser visto como uma fatalidade, e sim como um resultado do descaso das autoridades competentes na regulação e fiscalização do setor aéreo, e da corrida das empresas do setor por redução de custos.
É lógico que nenhuma empresa quer um acidente com sua aeronave, mas diminuir as margens de segurança para ampliar a lucratividade é inaceitável, e esta fórmula tem sido adotada com a sobrecarga de jornada de trabalho de pilotos, comissários e pessoal de terra, além da terceirização sem critérios.
Somado a isto, acompanhamos um forte crescimento do setor aéreo (cujo aumento foi mais que o dobro do crescimento do PIB no último período), do número de passageiros transportados e de aeronaves, e, de forma curiosamente inversa, uma redução, tanto em números absolutos como em proporção ao número de aeronaves, dos trabalhadores do setor.
Também não podemos esquecer a responsabilidade das autoridades que regulam e fiscalizam o setor aéreo. É necessário que a sociedade cobre de forma mais dura do governo uma atitude firme da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) como fiscalizadora, inclusive da Infraero. É importante que a Agência crie também mecanismos para ouvir todos os reais atores do setor, a fim de construir políticas que resultem em um novo marco regulatório não atrelado apenas a interesses econômicos.
Dentro dessas medidas, é muito importante lembrar que, desde o acidente do vôo 402 da TAM em 1996, os trabalhadores têm cobrado do governo a diminuição do número de operações em aeroportos centrais, como o de Congonhas (São Paulo) e o Santos Dumont (Rio de Janeiro), em função do risco resultante desses vôos bem no meio de grandes centros urbanos.
Neste momento em que perdemos um número estarrecedor de vidas, dentre elas as de colegas e amigos, não devemos nos precipitar em condenações, mas sim lutar por uma apuração profunda, transparente e rápida, para trazer à população o esclarecimento, mas também para resultar em medidas que evitem perdas como estas.
Esta apuração tem que ir a fundo e, mesmo que venha a produzir medidas drásticas, como o fechamento ou a redução expressiva de vôos nos aeroportos centrais, ou o reordenamento das malhas das companhias, estas devem ser tomadas. Por mais importante que seja o crescimento do setor, maior ainda é a necessidade de garantir que não tenhamos nunca mais um acidente dessas proporções.
Neste momento, em meio à enorme emoção que acomete os trabalhadores do setor, esperamos que o governo atue de forma incisiva para coibir abusos das companhias com seus funcionários, em estado de estresse e luto, e pela solução definitiva da crise na segurança de vôo e nos aeroportos do país.
Rio de Janeiro, 18 de julho de 2007.
Sindicato Nacional dos Aeronautas
Sindicato Nacional dos Aeroviários
Sindicato Nacional dos Aeroportuários
Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos
Sindicato dos Aeroviários de Pernambuco
Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
Redação CNTTL
Mídia Consulte Comunicação &Marketing
Editora e Assessora de Imprensa: Viviane Barbosa MTB 28121
WhatsApp: 55 + (11) 9+6948-7450
Assessoria de Tecnologia da Informação e Website: Egberto Lima
E-mail: viviane@midiaconsulte.com
Redação: jornalismo@midiaconsulte.com
Siga a CNTTL nas redes sociais:
www.facebook.com/cnttloficial
www.twitter.com/cnttloficial
www.youtube.com/cnttl
Mídia
Canal CNTTL