Tem-se falado
muito sobre a Comissão Nacional da Verdade (CNV) e agora há razões
de sobra para continuar o assunto. Na reunião realizada na
segunda-feira, dia 24, em São Paulo, a CNV tomou três decisões da
maior importância para o resgate da verdade e a história do
País.
Em parceria com a Comissão Estadual da Verdade, a CNV vai apurar os
crimes de que foram vítimas 140 pessoas no Estado de São Paulo:
investigar empresas e empresários que financiaram o aparato de
repressão durante a ditadura militar e, em conjunto com os
familiares de Vladimir Herzog, solicitar à Justiça a mudança do
atestado de óbito de Vlado, no qual ainda consta que sua
causa-mortis foi suicídio, 37 anos depois dele ter sido
assassinado. A decisão já foi confirmada na segunda-feira, 24, pelo
juiz Márcio Martins Bonilha Filho, da 2ª Vara de Registros Públicos
do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
A CNV vai começar os trabalhos já no próximo mês. A lista de 140
nomes inclui 21 desaparecidos e 80 mortos no Estado, centro da
maior repressão durante o regime militar. Da relação constam,
ainda, 11 mortos e 28 desaparecidos fora de São Paulo, mas que
nasceram em algum município no Estado.
Casos que chamam a atenção pela violência e brutalidade infringidas
ás vítimas
Ex-defensora da presa política Dilma Rousseff, a advogada Rosa
Cardoso, da CNV, previu que a investigação sobre os crimes
cometidos contra essas 140 vítimas deve se estender por mais de um
ano. “Esses casos vão ser lembrados, principalmente na questão da
violência, da brutalidade de que essas pessoas foram vítimas”,
disse a advogada.
Alguns casos mais simbólicos, porém, serão investigados de
imediato, de acordo com Rosa. Dentre estes figuram os de Eduardo
Collen Leite (o "Bacuri"), Alexandre Vannucchi Leme, Joaquim
Alencar de Seixas e da família Telles (vários membros presos e
mortos). Em relação a estes, a CNV prepara uma audiência pública
para o final de outubro.
O objetivo da investigação, adiantou o advogado José Carlos Dias
(também da CNV), é fazer “o caminho de volta” para chegar aos
agentes do Estado responsáveis pelos crimes. Também serão feitos
levantamentos dos mortos da resistência à ditadura, sepultados
clandestinamente com nomes trocados nas valas comuns dos cemitérios
de bairros da capital paulista, localizados em Perus (Zona Oeste),
Vila Formosa (Zona Leste) e Parelheiros (Zona Sul).
Vladimir Herzog e outros
José Carlos Dias explicou também o convênio a ser firmado em meados
de outubro entre a CNV e a Comissão Estadual da Verdade. Com ele,
conforme informou o advogado, a Estadual “poderá praticar os atos
para os quais não tinha poderes e que a nacional, por força de lei,
tem”.
As duas comissões manterão a comunicação permanente sobre quais
apurações estarão sendo feitas para evitar repetição dos trabalhos.
“(Em São Paulo) a repressão foi muito forte. Então, há um interesse
em dar prioridade para trabalhar com os fatos ocorridos aqui,
porque eles são visíveis para todo o Brasil”, completou Rosa
Cardoso.
Em São Paulo as duas comissões programam desenvolver trabalho
conjunto na revisão de certidões de óbito das vítimas, a exemplo de
Vladimir Herzog. Também as vítimas desaparecidas e que ainda não
têm certidão de óbito, ganharão o documento. “Vamos tentar, junto
ao Ministério Público do Estado e a CNV, atualizar esses 140
atestados”, adianta o deputado Adriano Diogo, presidente da
Comissão Estadual.
A CNV quer também o tombamento de imóveis emblemáticos da
repressão, como o prédio da Auditoria Militar, na av. Brigadeiro
Luiz Antônio, e a sede do DOI-CODI na Rua Tutóia. De acordo
com José Carlos Dias, o prédio da Auditoria passaria a ser sede das
comissões estadual e nacional. O do DOI-CODI, onde hoje funciona
uma delegacia de polícia, poderá ser transformado em museu-memorial
daquele período de violência.
Com informações do Blog do Zé Dirceu
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