Cerca de dois
mil bancários, metalúrgicos, químicos, petroleiros, aeroviários,
condutores de Guarulhos e trabalhadores dos correios realizaram um
grande ato na manhã de quinta-feira, 20, em frente ao Banco
Bradesco, na Avenida Paulista. A atividade foi organizada pela CUT
Nacional e contou com o apoio das centrais sindicais (Força
Sindical, CTB, UGT, e Nova Central Sindical).
As categorias levaram ao conhecimento da população as pautas
específicas de suas Campanhas Salariais e também pressionaram pela
pauta conjunta da classe trabalhadora que está parada no Congresso
Nacional. Entre as reivindicações estão: isenção do imposto de
renda na PLR; fim da terceirização e da rotatividade;
regulamentação das convenções 151 e 158 da Organização
Internacional do Trabalho, que garante o direito de negociação
coletiva e inibe a dispensa imotivada,
respectivamente.
Rebaixamento
e luta
O Secretário Geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner
Santana, o Wagnão, criticou a postura intransigente das bancadas
patronais do ramo metalúrgico que têm feito uma Campanha rebaixada.
“O nosso presidente da FEM, Biro Biro, tem enfrentado as
dificuldades e truculências dos patrões nas mesas de negociação.
Não aceitamos esta postura, até porque estes setores têm sido
beneficiados com as medidas de incentivo à indústria adotadas
pelo governo federal”.
Paulo Cayres, o Paulão, presidente da Confederação Nacional dos
Metalúrgicos, (CNM-CUT) completou afirmando que a indústria
metalúrgica já recebeu mais de R$ 1 milhão com a desoneração de
tributos, portanto, tem que dividir a riqueza gerada com a classe
trabalhadora.
O presidente da FEM-CUT/SP, Valmir Marques, (Biro Biro) destacou
que o ato unificado é fundamental para pressionar os patrões
e reforçar que “a unidade quebrará a sua resistência”.
Na base da FEM-CUT, os 14 sindicatos metalúrgicos
filiados estão fazendo diariamente assembleias
prolongadas nas portas das fábricas, atrasos nos turnos e
paralisações para pressionar as bancadas dos grupos 2,3, 8, 10 e
Estamparia a chegarem na proposta econômica de 8% (5,39% de
reposição da inflação do período da data-base, 1º de setembro, e
2,5% de aumento real). Até agora, as contrapropostas destes setores
atingiram no máximo 7,5% de reajuste - que foi
amplamente rejeitada nas assembleias dos trabalhadores no
Estado. Em razão deste impasse, diversas
empresas têm procurado os sindicatos metalúrgicos para
propor o aumento de 8%, evitando-se a
paralisação. No ABC paulista, os pedidos de acordos passam de
100, isso também está acontecendo nos sindicatos do
interior paulista. A IESA Araraquara é um exmplo. Depois
de uma greve de três dias, a fábrica anunciou que
pagará os 8% aos trabalhadores. A única bancada
patronal que avançou no 8% foi a Fundição.
Contrapartidas
e STF
O presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que esse foi o
primeiro de diversos atos que marcarão a unidade do movimento
sindical pela distribuição dos lucros. “Hoje começamos a
transformar a luta das categorias em luta de classes”, definiu.
O dirigente alertou ainda que o aumento salarial é um dos pilares
para o Brasil se proteger da crise e que a CUT cobrará do governo
contrapartidas sociais diante das isenções e desonerações
tributárias oferecidas aos empresários. “A isenção de impostos deve
servir para manter o nível de emprego e melhorar as condições de
trabalho e não para aumentar o lucro do empresário. No Brasil, a
participação do salário no PIB (Produto Interno Bruto) é muito
menor do que em outros países”, destacou Vagner.
No final do ato, o presidente da CUT chamou atenção da população
sobre o “golpe midiático”, citando a Revista Veja que
associou o processo de julgamento do Supremo Tribunal Federal
(STF) ao presidente Lula, batizado pela imprensa de mensalão.
“Esta imprensa golpista quer que volte o projeto derrotado
nas urnas, que foi um grande retrocesso ao País. Agora, cadê
o julgamento do mensação do DEM e a apuração sobre a privataria
tucana? Isso a imprensa golpista não quer falar, por que?”,
questionou.
Greve dos
Bancários
A greve
dos bancários completou quatro dias nesta sexta, dia
21, e atingiu cerca de oito mil agências em todo o País.
A pauta de reivindicações foi entregue à Federação dos Bancos no
dia 1º de agosto. Os bancos apresentaram uma única proposta,
no dia 28, com um índice irrisório de 0,58% de aumento real. “É
inadmissível que o setor que obtém os maiores lucros do Brasil, que
utiliza as maiores taxas de juros e outros artifícios para engordar
seus ganhos, apresente esta proposta para os
trabalhadores, ao mesmo tempo que remunera em 9,7% os seus
executivos”, repudiou Carlos Cordeiro, presidente da Confederação
Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que
participou do Ato na Paulista.
A Contraf encaminhou cartas à Fenaban e aos bancos, no dia 5 de
setembro, para reafirmar sua disposição em negociar, mas não
obteve resposta, por isso, a alternativa
foi iniciar uma greve nacional por tempo indeterminado.
A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia
Moreira Leite, disse os banqueiros têm agido com
ganância. “As seis maiores instituições financeiras lucraram R$25
bilhões somente no primeiro semestre. O HSBC (banco inglês) e o
Santander (banco espanhol) cobram 7% de juros na Europa, enquanto
que no Brasil é superior aos 10% ao mês. Além disso, o Brasil
possui o maior spread bancário (diferença entre o que o banco paga
para captar dinheiro de investidores e o que cobra de juros dos
tomadores de empréstimos)”, explicou.
Viviane Barbosa, com informações da CUT e Bancários de SP
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