Ato unificado da CUT e centrais reuniu 2 mil trabalhadores na Avenida Paulista

Os trabalhadores buscam unidade para quebrar a resistência dos patrões.


Publicação: 21/09/2012
Imagem de Ato unificado da CUT e centrais reuniu 2 mil trabalhadores na Avenida Paulista

Cerca de dois mil bancários, metalúrgicos, químicos, petroleiros, aeroviários, condutores de Guarulhos e trabalhadores dos correios realizaram um grande ato na manhã de quinta-feira, 20, em frente ao Banco Bradesco, na Avenida Paulista. A atividade foi organizada pela CUT Nacional e contou com o apoio das centrais sindicais (Força Sindical, CTB, UGT, e Nova Central Sindical).
As categorias levaram ao conhecimento da população as pautas específicas de suas Campanhas Salariais e também pressionaram pela pauta conjunta da classe trabalhadora que está parada no Congresso Nacional. Entre as reivindicações estão: isenção do imposto de renda na PLR; fim da terceirização e da rotatividade; regulamentação das convenções 151 e 158 da Organização Internacional do Trabalho, que garante o direito de negociação coletiva e inibe a dispensa imotivada, respectivamente.

 

Rebaixamento e luta
O Secretário Geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão, criticou a postura intransigente das bancadas patronais do ramo metalúrgico que têm feito uma Campanha rebaixada. “O nosso presidente da FEM, Biro Biro, tem enfrentado as dificuldades e truculências dos patrões nas mesas de negociação. Não aceitamos esta postura, até porque estes setores têm sido beneficiados com as medidas de incentivo à indústria adotadas pelo governo federal”.
Paulo Cayres, o Paulão, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, (CNM-CUT) completou afirmando que a indústria metalúrgica já recebeu mais de R$ 1 milhão com a desoneração de tributos, portanto, tem que dividir a riqueza gerada com a classe trabalhadora.
O presidente da FEM-CUT/SP, Valmir Marques, (Biro Biro) destacou que o ato  unificado é fundamental para pressionar os patrões e reforçar que “a unidade quebrará a sua resistência”.
Na base da FEM-CUT, os 14 sindicatos metalúrgicos filiados estão fazendo diariamente assembleias prolongadas nas portas das fábricas, atrasos nos turnos e paralisações para pressionar as bancadas dos grupos 2,3, 8, 10 e Estamparia a chegarem na proposta econômica de 8% (5,39% de reposição da inflação do período da data-base, 1º de setembro, e 2,5% de aumento real). Até agora, as contrapropostas destes setores atingiram no máximo 7,5% de reajuste - que foi amplamente rejeitada nas assembleias dos trabalhadores no Estado. Em razão deste impasse, diversas empresas têm procurado os sindicatos metalúrgicos para propor o aumento de 8%, evitando-se a paralisação. No ABC paulista, os pedidos de acordos passam de 100, isso também está acontecendo nos sindicatos do interior paulista. A IESA Araraquara é um exmplo. Depois de uma greve de três dias, a fábrica anunciou que pagará os 8% aos trabalhadores. A única bancada patronal que avançou no 8% foi a Fundição.

Contrapartidas e STF
O presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que esse foi o primeiro de diversos atos que marcarão a unidade do movimento sindical pela distribuição dos lucros. “Hoje começamos a transformar a luta das categorias em luta de classes”, definiu.
O dirigente alertou ainda que o aumento salarial é um dos pilares para o Brasil se proteger da crise e que a CUT cobrará do governo contrapartidas sociais diante das isenções e desonerações tributárias oferecidas aos empresários. “A isenção de impostos deve servir para manter o nível de emprego e melhorar as condições de trabalho e não para aumentar o lucro do empresário. No Brasil, a participação do salário no PIB (Produto Interno Bruto) é muito menor do que em outros países”, destacou Vagner.
No final do ato, o presidente da CUT chamou atenção da população sobre o “golpe midiático”, citando a Revista Veja que associou o processo de julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) ao presidente Lula, batizado pela imprensa de mensalão. “Esta imprensa golpista quer  que volte o projeto derrotado nas urnas, que foi um grande retrocesso ao País.  Agora, cadê o julgamento do mensação do DEM e a apuração sobre a privataria tucana? Isso a imprensa golpista não quer falar, por que?”, questionou.

Greve dos Bancários
A  greve dos bancários completou quatro dias nesta sexta, dia 21, e atingiu cerca de oito mil agências em todo o País. A pauta de reivindicações foi entregue à Federação dos Bancos no dia 1º de agosto. Os bancos apresentaram uma única proposta, no dia 28, com um índice irrisório de 0,58% de aumento real. “É inadmissível que o setor que obtém os maiores lucros do Brasil, que utiliza as maiores taxas de juros e outros artifícios para engordar seus ganhos, apresente esta proposta para os trabalhadores, ao mesmo tempo que remunera em 9,7% os seus executivos”, repudiou Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que participou do Ato na Paulista.
A Contraf encaminhou cartas à Fenaban e aos bancos, no dia 5 de setembro, para reafirmar sua disposição em negociar, mas não obteve resposta, por isso, a alternativa foi iniciar uma greve nacional por tempo indeterminado.
A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira Leite,  disse os banqueiros têm agido com ganância. “As seis maiores instituições financeiras lucraram R$25 bilhões somente no primeiro semestre. O HSBC (banco inglês) e o Santander (banco espanhol) cobram 7% de juros na Europa, enquanto que no Brasil é superior aos 10% ao mês. Além disso, o Brasil possui o maior spread bancário (diferença entre o que o banco paga para captar dinheiro de investidores e o que cobra de juros dos tomadores de empréstimos)”, explicou.

 

Viviane Barbosa, com informações da CUT e Bancários de SP



Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran

Redação CNTTL
Mídia Consulte Comunicação &Marketing 

Editora e Assessora de Imprensa: Viviane Barbosa MTB 28121
WhatsApp: 55 + (11) 9+6948-7450
Assessoria de Tecnologia da Informação e Website: Egberto Lima
E-mail: viviane@midiaconsulte.com
Redação: jornalismo@midiaconsulte.com



Siga a CNTTL nas redes sociais:
www.facebook.com/cnttloficial
www.twitter.com/cnttloficial
www.youtube.com/cnttl

Mídia

Canal CNTTL

+ Vídeos

Parceiros