A presidenta Dilma Rousseff
decidiu na sexta, 25, vetar 12 itens do Código Florestal e fazer 32
modificações no texto aprovado pela Câmara dos Deputados no fim de
abril. O governo vai editar uma medida provisória (MP) para
regulamentar os pontos que sofreram intervenção da presidenta. Os
vetos e a MP serão publicados na edição de segunda, 28, do Diário
Oficial da União. "Foram 12 vetos e 32 modificações, das quais
14 recuperam o texto do Senado, cinco correspondem a dispositivos
novos e 13 são ajustes ou adequações de conteúdo", resumiu o
advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, ao anunciar as
decisões.
Entre os pontos vetados está o artigo que trata da consolidação de
atividades rurais e da recuperação de áreas de preservação
permanente (APPs). O texto aprovado pelos deputados só exigia a
recuperação da vegetação das áreas de preservação permanente (APPs)
nas margens de rios de até 10 metros de largura. E não previa
nenhuma obrigatoriedade de recuperação dessas APPs nas margens de
rios mais largos.
Os vetos estão sendo apresentados pelos ministros do Meio Ambiente,
Izabella Teixeira, da Agricultura, Mendes Ribeiro, do
Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e pelo advogado-geral da
União, Luís Inácio Adams, no Palácio do Planalto.
O texto, aprovado pela Câmara no fim de abril, deixou de fora
pontos que haviam sido negociados pelo governo durante a tramitação
no Senado. Os vetos presidenciais podem ser derrubados pelo
Congresso Nacional, desde que tenham o apoio da maioria absoluta
das duas Casas – Senado e Câmara – em votação
secreta.
Críticas ao projeto da
Câmara
O Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento
Sustentável também se mobilizou para pedir o veto total. O Comitê,
que envolve entidades como a CNBB, CUT, OAB, Via Campesina e as
ONGs Greenpeace, WWF Brasil, Instituto Socioambiental, entre
outras, organizou desde quinta um twitaço, uma vigília e uma
serenata na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
De acordo com o secretário executivo do Comitê, Gilberto Souza,
quem regerá a serenata será a presidenta. “A música poderá ser de
louvores ou de lamentações e protestos, caso não haja o veto
completo”, afirmou. Souza explica que a Câmara dos Deputados
aprovou um texto que “além de perverso é maquiavélico” do ponto de
vista da técnica legislativa. “O projeto deles está de tal forma
amarrado que é quase impossível o veto parcial sem prejuízo às
promessas de campanha da presidenta”, considerou.
Na quarta, 23 foi a vez do Conselho Nacional de Segurança Alimentar
e Nutricional (Consea), órgão consultivo da Presidência da
República, aconselhar à presidenta o veto integral ao projeto do
novo Código Florestal. A reunião do Consea, formado por 19
representantes de ministérios e 38 representantes da sociedade
civil, aprovou por unanimidade a posição, considerando que o
projeto “consolida a ocupação irregular, legitima a degradação e
chancela e premia a impunidade”, possui “diversos dispositivos que
ameaçam destruir recursos hídricos e florestais”, provocando assim
"graves impactos sobre a segurança alimentar e nutricional da
população brasileira".
Na semana passada, a Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências
(ABC) entregou uma carta ao Palácio do Planalto
esmiuçando alguns dos pontos críticos do projeto de alterações do
Código Florestal aprovado pelos deputados. A carta ressalta que tal
projeto “representa interesses econômicos imediatos de grupos
dentro da Câmara dos Deputados”, afirma que a Câmara não considerou
muitas das recomendações feitas pelos cientistas e que ainda
retirou pontos importantes aprovados pelo Senado, portanto,
limitando o potencial transformador de qualquer veto. “Para
resgatar, no mínimo, esses pontos, será imprescindível uma nova
proposta legal que recupere os pontos perdidos e que não deixe um
vazio de proteção em temas sensíveis”, destaca o documento.
Na quinta, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e
Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), apesar de não
explicitarem um pedido de veto, manifestaram “sua preocupação com o
texto do novo Código Florestal, recém-aprovado pelo Congresso
Nacional”. Em nota as
entidades dizem que o projeto abriga inconsistências legais capazes
de inviabilizar “a tão almejada pacificação no âmbito da gestão
pública e privada dos recursos naturais” e de gerar “uma avalanche
de ações judiciais”.
Com
informações da Agência Brasil
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