Após semanas
de mobilizações e pressões de dirigentes cutistas, de outras
centrais, Comissão Pastoral da Terra (CPT) e dos movimentos sociais
e de direitos humanos, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou
na terça-feira, 22, a PEC do Trabalho Escravo. O texto da PEC
estabelece que as propriedades rurais onde forem flagrados
trabalhadores sendo explorados em condições análogas à escravidão,
serão expropriadas depois que a sentença condenatória transitar em
julgado.
Para conseguir um acordo entre as lideranças, o governo fez uma
emenda na Lei 8257, conhecida como a Lei dos Psicotrópicos, que
dispõe sobre a expropriação das propriedades rurais e urbanas onde
se localizar culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a
exploração de trabalho escravo. Além disso, a nova redação
estabelece que a expropriação, no caso de trabalho escravo,
dependerá da sentença judicial condenatória nos termos do artigo
149 do Código Penal. O texto aprovado será devolvido para o Senado,
onde as alterações serão analisadas.
Segundo o coordenador Geral da Comissão Nacional para a Erradicação
do Trabalho Escravo (Conatrae), José Guerra, a emenda foi feita
porque o governo não admitia a reivindicação dos ruralistas de que
era preciso mexer no conceito de trabalho escravo. “O texto
aprovado fortalece o conceito de trabalho escravo, que é respeitado
mundialmente. Ou seja, reforçamos a linha do governo de que não se
deve mexer no artigo 149 do Código Penal que trata justamente do
conceito de trabalho escravo”.
Pedro Armengol, diretor executivo da CUT, que durante a tarde
participou de ato em defesa da aprovação da PEC juntamente com as
secretárias Carmen Foro (secretária Nacional de Meio Ambiente) e
Rosane Bertotti (secretária Nacional de Comunicação) e Expedito
Solaney (secretário Nacional de Políticas Sociais), disse que a
aprovação é uma vitória do povo brasileiro.
Todos os dirigentes cutistas concordaram que o conteúdo da PEC dá
mais garantias ao combate do trabalho escravo e, portanto, é um
avanço considerável, porém, a mobilização, a pressão e a vigilância
têm de continuar. A lei dá força à ação sindical, à vigilância e à
mobilização social, mas é importante ter em mente que, por si só
ela não resolve o problema, mais comum, nas áreas mais distantes do
país, alertaram.
Punição
Segundo Pedro, “a expropriação de terras é um poderoso
instrumento de punição à prática de trabalho escravo. Um
instrumento que vamos usar no combate ao trabalho escravo,”
ressaltou.
Rosane Bertotti ratifica as palavras do diretor. Para ela, “a
aprovação da PEC é positiva porque reafirma o conceito de trabalho
escravo, mas, ao mesmo tempo em que cria um instrumento de punição
– a expropriação de terras – reforça o papel do Judiciário, onde as
ações podem tramitar por longos períodos”.
“É uma vitória para os trabalhadores”, concorda Solaney, que
comemorou o fato do texto equiparar as terras onde tem plantação de
psicotrópicos à terras onde for encontrado trabalho escravo para
efeito de desapropriação. “É uma obrigação moral, é um dever do
país, garantir essa arma de punição para os escravagistas”.
Carmen Foro disse que a vitória deve ser comemorada por toda uma
geração que foi às ruas, fez pressão e mobilizações para que o
Brasil resolvesse de uma vez por todas a tragédia escravagista,
mas, assim como Rosane, que lembrou do papel do Judiciário, fez um
alerta: “A lei por si só não resolve, dá força e respaldo popular e
é um passo significativo, mas por esse Brasil afora, onde as
pessoas têm medo de denunciar porque são ameaçadas de morte, os
movimentos sindical, social, de direitos humanos têm de enxergar a
aprovação desta PEC como um instrumento para convencer os
trabalhadores explorados a denunciar. Afinal, agora teremos em mãos
um instrumento que também ameaça, intimida e pune os escravocratas
onde eles mais temem, no bolso, a posse das terras. Mas é preciso
continuar vigilante porque o ato de denunciar é um ato de coragem
que precisaremos estimular”.
Com
informações da CUT Nacional
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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