O Portal da
CNTT informa a seguir opinião do presidente nacional da CUT, Artur
Henrique, que fala os preparativos da grande mobilização nacional
do dia 6 de Julho. Participarão da atividade o MST (Movimento dos
Sem Terra), a CMP (Central de Movimentos Populares), a Marcha
Mundial de Mulheres, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) e
outras entidades da CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais), que
apoiaram a ideia e se incorporaram ao processo de mobilização e
organização dessa ação unitária da CUT. O ramo metalúrgico cutista
participará ativamente da mobilização.
Artur alfinetou algumas centrais sindicais de “pegar carona” nas
mobilizações da CUT. “Um exemplo recente dessas tentativas foi o
anúncio, por parte de outras cinco centrais, de que estariam
realizando uma mobilização – justamente – no dia 6 de julho.
Fizeram isso mais de um mês depois de a CUT ter anunciado o seu Dia
Nacional de Lutas para a mesma data,” disse.
Leia a seguir a opinião na íntegra do presidente nacional.
Como sempre, saímos na frente
Temos assistido recentemente tentativas de algumas centrais
sindicais de pegar carona nas mobilizações da CUT.
Sob o falso argumento da unidade das centrais sindicais em torno da
pauta trabalhista aprovada no Pacaembu, em junho de 2010, e das
conquistas obtidas nos últimos anos, dizem que basta fazermos
mobilizações conjuntas para obtermos vitórias.
A avaliação da conjuntura nacional feita pela direção da CUT é
diferente.
Essa suposta unidade é falsa
Talvez o único ponto em que temos consenso entre as centrais
sindicais seja a redução da jornada de trabalho para 40 horas, que
é fundamental, mas somente a nossa “unidade” não foi capaz de
colocar a proposta para ser aprovada pelo congresso nacional.
Porém, e os outros pontos da nossa pauta?
Vamos elencar algumas propostas que nos diferem, a começar pela
mais evidente e aquela que, a julgar por todas as práticas das
demais centrais, é instransponível para aquelas entidades:
Convenção 87 e fim do imposto sindical
Lutamos por liberdade e autonomia sindical, com aprovação da
convenção 87 da OIT; pelo fim do imposto sindical e a implementação
de uma contribuição da negociação coletiva aprovada pelos próprios
trabalhadores em assembleias.
Trabalho decente
Pela implementação da agenda do trabalho decente, com mais e
melhores empregos, por igualdade de oportunidades entre homens e
mulheres, a luta contra a precarização e a terceirização, e a luta
pela redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de
salário; pelo fim do fator previdenciário e pela regulamentação da
convenção 151 da OIT. Pelos enunciados aqui expostos, pode-se ter a
falsa impressão que todas as centrais têm acordo em relação a este
parágrafo, mas não existe tal acordo, como veremos a seguir.
Terceirização
Temos uma posição muito clara em relação à terceirização: ela é
responsável pelo aumento das mortes, acidentes de trabalho e de
doenças profissionais e vem sendo utilizada pelo capital para
precarizar as condições de trabalho, reduzir custos, enfraquecer o
movimento sindical criando milhares de sindicatos de gaveta. Por
tudo isso, propusemos um projeto de lei, apresentado pelo deputado
federal Vicentinho (PT-SP), regulamentando a terceirização.
Enquanto isso, algumas centrais sindicais que têm alguma
representação em empresas terceirizadas querem aumentar a
terceirização, ou seja, querem fortalecer o setor empresarial na
falsa expectativa de aumentar o número de sindicatos filiados a
elas. Enquanto isso, os trabalhadores...
Convenção 151 da OIT
Essa convenção garante a negociação coletiva para os trabalhadores
do setor publico em todo o Brasil. Foi incluída como reivindicação
pela CUT nas Marchas da Classe Trabalhadora e encaminhada pelo ex-
presidente Lula ao Congresso Nacional, que a aprovou. Estamos agora
precisando aprovar rapidamente a regulamentação da 151, para que
ela possa entrar em vigor em todo o território nacional,
democratizando as relações de trabalho no setor público. Foram
realizadas milhares de horas de negociação junto ao Ministério do
Planejamento para aprovar um projeto que regulamente a negociação
coletiva e a solução dos conflitos.
E o que fazem as outras centrais sindicais? Criaram outro grupo no
âmbito do Ministério do Trabalho – hoje totalmente aparelhado por
uma central – para discutir o mesmo assunto e embaralhar o processo
que já vinha bastante adiantado. E o que é mais grave: as premissas
defendidas por algumas centrais são para piorar a situação, ou
seja, querem implementar a unicidade sindical e o imposto sindical
no setor publico, na contramão de tudo aquilo que defendemos. O
movimento sindical no setor público já nasceu sob o manto da
liberdade e autonomia sindical e sem o imposto. As demais centrais
não estão preocupadas com a negociação coletiva e sim com a
organização sindical no setor público do ponto de vista deles.
Para nós da CUT, a luta pelos pressupostos das convenções 87 e 151
da OIT são princípios fundamentais e históricos da CUT. Isso,
somado à legislação de combate às práticas antissindicais, direito
à negociação coletiva e a organização por local de trabalho são
pressupostos para consolidarmos uma nova estrutura sindical de
acordo com os princípios cutistas e que fortaleça as entidades
sindicais realmente representativas, com o fortalecimento da
negociação coletiva rumo ao contrato coletivo de trabalho por ramo
de atividade.
Fim do fator previdenciário
Milhões de trabalhadores aguardam as discussões sobre o fim do
fator previdenciário para decidir o que fazer de suas vidas: se
aposentam ou se esperam o resultado das negociações. Enquanto isso,
a tábua de expectativa de vida do IBGE vai sendo alterada a cada
ano e, assim, aumenta o tempo necessário para que as pessoas se
aposentem.
Em lugar de apresentar propostas concretas e viáveis, como a CUT
fez ao apresentar para o debate o Fator 85/95, em 2009, as centrais
repetem o mantra do “fim do fator previdenciário” sem dizer como
isso pode acontecer.
Apostam assim na demagogia e deixam na espera milhões de
trabalhadores e trabalhadoras. E o que é pior, a cada ano a
situação piora. Quando começamos esse debate, em 2009, um
trabalhador para ter 100% do seu benefício precisava ter 35 anos de
contribuição e 62.4 de idade. Hoje, dois anos depois, precisa ter
64.7 anos de idade para alcançar os mesmos 100%.
Educação
Defesa da implementação do Plano Nacional da Educação com a
destinação de 10% do PIB brasileiro para a educação; a ampliação da
educação no campo e a qualificação profissional com participação
dos trabalhadores. Esta é uma luta que a CUT e suas entidades têm
levado adiante sem o real envolvimento das outras
centrais.
Alimentos
Defesa da reforma agrária, aprovação da PEC do trabalho escravo, do
limite de propriedade da terra para diminuir a enorme concentração
hoje existente; a mudança do modelo agrário, com a ampliação dos
recursos e de politicas publicas para a agricultura familiar, que é
responsável por 70% dos alimentos que chegam a mesa dos brasileiros
(as); a luta contra os agrotóxicos e contra os especuladores do
agronegócio. Como é sabido, as outras centrais não têm dedicado
seus esforços à luta por essas mudanças – a não ser que se entenda
que simplesmente assinar panfletos genéricos sobre os temas pode
significar luta de fato.
Reformas
política e tributária
Por uma reforma política que amplie a democracia direta e que
fortaleça a democracia representativa e por uma reforma tributária
que seja progressiva com base na renda e no patrimônio. As demais
centrais têm debatido esses assuntos e estão empenhadas, colocando
gente na rua, para pressionar por essas mudanças?
SOMOS DIFERENTES! SOMOS CUT!
Artur Henrique, presidente nacional da CUT
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