Caravanas de sindicatos rodoviários filiados à CUT de todo o País
estarão nesta terça-feira (3), no Senado Federal, em Brasília. Na
ocasião, será votado o texto da nova Lei que regulamenta a
profissão dos motoristas que trabalham com o transporte de
passageiros em rodovias e de cargas.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte da CUT
(CNTT/CUT), a CUT Nacional e a Associação Nacional dos
Trabalhadores Autônomos (ANTRAC) apoiam essa nova Lei, que foi
aprovada no final de abril na Câmara dos Deputados.
Aprovado no Senado, o texto segue para sanção da presidenta Dilma
Rousseff e substituirá a atual Lei 12.619, em vigor desde
2012. A Confederação cutista estima que dois milhões de
profissionais do volante assalariados e autônomos serão
beneficiados.
Nova Lei foi
construída com
consenso
O presidente da CNTT/CUT, Paulo
João Estausia, Paulinho, (foto) destaca que a Lei atual, a
12.619, foi uma importante conquista para os profissionais do
volante, mas em razão de alguns pontos impraticáveis com a
realidade das estradas brasileiras foi necessário aperfeiçoá-la
para proteger os direitos dos caminhoneiros. “Esse texto foi
construído após um longo debate entre o governo, empresários, nós
da CNTT/CUT, e os caminhoneiros autônomos. Conseguimos com a
ajuda do deputado Arlindo Chinaglia (PT/SP) socorrer a atual Lei,
porque, tramitava no Congresso uma proposta dos ruralistas que
se
fosse
aprovada, seria um retrocesso para os trabalhadores.
Então, resgatamos e aperfeiçoamentos pontos da atual Lei que foram
aprovados pela Câmara dos Deputados”, explica.
Parada obrigatória
Um dos aspectos positivos é a mudança no tempo da parada
obrigatória. Na atual Lei, o motorista tem que parar para descansar
a cada quatro horas e meia. “Os profissionais do volante têm
dificuldades em cumprir, porque quando eles se aproximam da sua
residência, por exemplo, dá a hora de parar e aí eles não
conseguem. Para resolver este problema, o novo texto aprovado prevê
que o tempo será de 5 horas e meia”, conta.
A jornada do motorista continua sendo de 8 horas, não podendo ser
cumulativa, com duas extras, mas em negociações poderá ser até
quatro extras.
Outro benefício é que a empresa
pagará 1/3 do salário referente à hora de espera do motorista nas
filas de alfândegas. O texto da nova Lei determina
que a
pausa obrigatória
de 30 minutos deverá ser feita a cada 6 horas no volante, mas o
tempo poderá ser fracionado, desde que respeite o limite de 5,5
horas contínuas de direção. As paradas obrigatórias a cada 200 km
não será válidas para trechos rodoviários sem infraestrutura,
portanto, não haverá fiscalização nesses locais.
8 horas dá para
descansar
O presidente da Associação Nacional dos Caminhoneiros Autônomos
(ANTRAC), Benedito Pantalhão, disse que o novo texto da Lei dos
Motoristas é um passo importante. “Até que enfim ouviram o
trabalhador. Essa lei foi escrita por tecnocratas, por quem nunca
pegou no volante e não tem a menor ideia da realidade do motorista.
Por conta da falta de infraestrutura nas estradas, a lei precisava
ser flexibilizada”, explicou.
Pantalhão falou que cada segmento deve se adequar a nova medida e
no caso do motorista autônomo, a questão do descanso é de cada um,
mas oito horas já dá para descansar. “Eu tive o privilégio de
conhecer um Sindicato norte americano e lá o trabalhador tem toda
uma infraestrutura nas estradas. A cada 300/400 milhas, eles têm
uma área de descanso com banheiro e chuveiro, em algumas têm até um
espaço para fazer um churrasco”, conta.
O presidente da ANTRAC disse que no Brasil o trabalhador para nos
postos de gasolina e, muitas vezes, tem que pagar do próprio bolso
para poder descansar, já que algumas empresas não têm essa
preocupação. “A aprovação na Câmara foi apenas o primeiro passo.
Vamos manter o otimismo para a aprovação no Senado”,
relata.
Exame toxicológico
Outro ponto avaliado como positivo pela CNTT/CUT e caminhoneiros
autônomos é a realização de exame toxicológico. “Deverá ser
realizado dentro de um período (janela) de 90 dias e um detalhe
importante é o que trabalhador usuário não poderá ser demitido”,
explica Paulinho, presidente da CNTT.
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), defensor das mudanças da nova
Lei do Motorista, também concorda. “O motorista profissional é mais
atento e, portanto, não pode ser responsabilizado pelos acidentes
nas estradas. A proposta também o rigor no exame toxicológico ”,
disse.
Poder público
O projeto da nova Lei dos Motoristas também estabelece o prazo de
cinco anos para o poder público ampliar a disponibilidade dos
locais de repouso e descanso nas estradas, que poderá também exigir
a criação dos espaços das concessionárias de rodovias.
O descanso obrigatório de 11 horas a cada 24 horas também poderá
ser fracionado, com intervalos de 30 minutos. Porém, o primeiro
período deverá ser de no mínimo 8 horas seguidas. O texto aprovado
esclarece que esse descanso poderá ser usufruído no veículo e que
as multas aplicadas pela Lei atual passam a ser convertidas em
advertência.
Viviane Barbosa com a colaboração de Vanessa Barboza, da Redação CNTT
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
Redação CNTTL
Mídia Consulte Comunicação &Marketing
Editora e Assessora de Imprensa: Viviane Barbosa MTB 28121
WhatsApp: 55 + (11) 9+6948-7450
Assessoria de Tecnologia da Informação e Website: Egberto Lima
E-mail: viviane@midiaconsulte.com
Redação: jornalismo@midiaconsulte.com
Siga a CNTTL nas redes sociais:
www.facebook.com/cnttloficial
www.twitter.com/cnttloficial
www.youtube.com/cnttl
Mídia
Canal CNTTL