“Se os governantes irresponsáveis irão flexibilizar o isolamento social, exigimos mais proteção aos trabalhadores em transportes", destaca Paulinho, presidente da CNTTL

Em nota, o Sindicato dos Rodoviários manifesta preocupação com o poder público que quer flexibiliza o isolamento social.

Por: Fabiana Caramez, Rodoviários de Sorocaba
Publicação: 29/05/2020
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card Rodoviários de Sorocaba

O Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região vê com muita preocupação e considera uma irresponsabilidade a decisão do poder público de flexibilizar o isolamento social no momento que o número de mortes e de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus está em crescimento acelerado na Região Metropolitana de Sorocaba.

Se confirmar a decisão pela flexibilização, o Sindicato dos Rodoviários defende que a frota de ônibus em circulação nas cidades seja ampliada para evitar a superlotação dos coletivos e exige que as empresas e o poder público ampliem as medidas de proteção aos trabalhadores em transportes com a instalação nos ônibus de barreira de acrílico para proteger os motoristas, aferição diária da temperatura dos trabalhadores e testes em toda a categoria, além da máscara de proteção individual e do álcool gel que já estão em uso.

“Se os governantes irresponsáveis irão flexibilizar o isolamento social, exigimos mais proteção aos trabalhadores em transportes, como instalação de barreira de acrílico para evitar contaminação dos motoristas, aferição diária da temperatura e testes para a categoria”, afirma o presidente do Sindicato e da CNTTL, Paulo João Estausia.

Não é hora de relaxar

O Sindicato dos Rodoviários e a CNTTL acompanham o posicionamento da CUT (Central Única dos Trabalhadores) que não concorda com a flexibilização do isolamento social com a reabertura das atividades comerciais, pois isso coloca em risco a vida dos trabalhadores(as), que já são a maioria entre os óbitos pela Covid-19.

“É a paz de cemitério. Eles estão jogando os trabalhadores para se arriscar nas ruas porque, na verdade, hoje são os trabalhadores que estão morrendo, é a periferia que está morrendo. Na classe alta já não aparecem mais mortes. Quem está morrendo hoje é o povo”, explica o diretor da CUT-SP João Batista Gomes, Joãozinho.

Sorocaba e região

O número de infectados na região de Sorocaba está em pleno crescimento e, segundo dados oficiais, no dia 28 de maio, contabilizou 1562 casos confirmados da Covid-19 e 87 mortes. O número pode ser muito maior porque está subnotificado, visto que as prefeituras não estão fazendo testes na população e nem em quem tem sintomas leves da doença.

Em Sorocaba, a curva de contágio está em disparada e o poder público noticia os dados de forma fragmentada para dar a falsa impressão de que a pandemia está controlada. (veja os gráficos publicados no site da Prefeitura de Sorocaba)

A cidade tem 108 pessoas internadas com problemas respiratórios, principal problema causado pelo novo coronavírus, sendo 30 confirmados e 78 suspeitos. Os leitos de UTIs disponibilizados pelos hospitais para tratar os casos de Covid-19 também estão com alta ocupação, 80% dos leitos de UTIs dos hospitais públicos estão ocupados e, na rede particular, quase 50%.

Irresponsabilidade 

Para Paulinho, os governos estão sendo irresponsáveis e fracos por se deixarem levar pela pressão empresarial e permitir que a vida da população seja colocada em risco extremo.

“Em todas as cidades do mundo, a abertura dos comércios e serviços não essenciais acontecerem apenas quando o número de doentes e de mortes estava diminuindo. Aqui os governantes estão abrindo quando a curva de contágio está crescendo. Uma irresponsabilidade que será cobrada judicialmente, se for preciso!”, afirma Paulo João.

O dirigente sindical afirma que entende e está solidário aos micros, pequenos e médios empresários e defende que os governos têm a obrigação de criar formas de assegurar a sobrevivência financeira desses negócios.

“As empresas, os trabalhadores, a população em geral, todos nós sempre pagamos impostos. Agora chegou a hora do governo usar esse dinheiro para salvar as empresas, os comércios e os serviços. Assim, o governo salva os empregos e a economia. Existe outro caminho que não leve à morte!”, pontua Paulo João.

O Sindicato dos Rodoviários irá continuar acompanhando de perto as ações governamentais e empresariais neste período de pandemia e não descarta a possibilidade de iniciar movimento para proteção da vida dos trabalhadores e trabalhadoras em transportes.

Segundo um estudo da da Funcional Health Tech, plataforma independente de dados do setor de saúde, o pico da Civid-19 no Brasil será no dia 6 de julho, quando o país chegará a 1,7 milhão de infectados. O estudo aponto que o pico no Estado de São Paulo será em 10 de julho, com 601 mil infectados. Os dados foram publicados nesta sexta-feira (29) pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.



 



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