Reprodução TV Globo
A CUT-DF iniciou a série Covid-19: Trabalhador@s no
centro do debate. E a estreia, publicada no site da entidade,
aconteceu na segunda-feira (25) com a categoria rodoviária, que
está na lista das categorias profissionais que
exercem atividades essenciais e estão trabalhando diante
da pandemia do novo coronavírus (COVID-19). O setor de transportes
é o segundo que corre maior risco de contaminação pelo
vírus, o primeiro são os hospitais.
O entrevistado foi o diretor do Sindicato dos Rodoviários do DF,
José Wilson. Confira a entrevista no Portal da CNTTL:
RODOVIÁRIOS | “Se fosse pela vontade das empresas, o cenário seria de redução de salários, suspensão de contratos, além da demissão”
Trabalhadores rodoviários não pararam sequer um dia desde que o isolamento social foi recomendado para conter a propagação da Covid-19. Considerado serviço essencial, o funcionamento do transporte coletivo teve pequenos ajustes, mas se manteve atuante para servir à população.
E mesmo diante da pandemia do novo coronavírus e do risco de
morte para a categoria, donos das empresas de ônibus tentaram
implementar uma série de ataques aos trabalhadores, como a demissão
em massa. A situação só foi contida graças à atuação do Sindicato
dos Rodoviários.
Logo no início da pandemia, a frota de ônibus circulando no DF foi
reduzida em 60%. Com isso, as empresas apresentaram uma proposta
para suspender o contrato dos trabalhadores remanescentes por dois
meses. Nesse período, o grupo ficaria sem salários e benefícios,
apenas com o plano de saúde. No entanto, o sindicato se mobilizou e
garantiu que não houvesse redução de salários, aumento da jornada
de trabalho ou qualquer tipo de ataque aos direitos
trabalhistas.
“Esse cenário para os trabalhadores rodoviários só foi possível devido à atuação do sindicato. Estamos realizando inúmeras reuniões com a Secretária de Transporte do DF e com representantes das empresas e deixando clara nossa posição. Se fosse pela vontade das empresas, o cenário seria de redução de salários, suspensão de contratos, além da demissão de 1.200 a 1.800 trabalhadores”, afirmou o diretor do Sindicato dos Rodoviários do DF José Wilson.
O trabalho do Sindicato garantiu, inclusive, equipamentos de proteção para motoristas e cobradores que têm contato direto com passageiros e ficam expostos ao vírus. Até ações preventivas básicas, como higienização dos ônibus e sabão líquido nos terminais e na rodoviária do Plano Piloto, além máscaras e álcool em gel, foram garantidas com a cobrança do Sindicato.
Mortes por Covid-19 na categoria
Mesmo com todas as cobranças do Sindicato para garantir a proteção da categoria, o coronavírus infectou 27 cobradores e motoristas e até o momento 1 morreu. No DF foram registradas 114 mortes por COVID-19.
Uma das infectadas, Jaciara da Silva, de 50 anos, é rodoviária
há 28 anos e, desde o início da pandemia, se protegeu de todas as
maneiras possíveis. Até touca na cabeça a trabalhadora usou, já que
o vírus pode ficar também no cabelo. Mas, ainda assim, foi
contaminada.
“Queria pedir para esse governo ter uma atenção melhor para nós
rodoviários, porque estamos na linha de frente. Por mais cuidados
que a gente tenha nesses ônibus lotados, ficamos sem saber o que
fazer, porque temos que trabalhar, mas não temos um apoio do
governo”, disse a rodoviária.
Diante da elevação dos casos, o Sindicato dos Rodoviários solicitou às empresas a instalação de proteção de acrílico para os cobradores que têm contato direto com passageiros. Alguns veículos já iniciaram a implementação.
Grupo de risco
Outra ação importante do Sindicato dos Rodoviários para resguardar
a categoria foi a solicitação do afastamento dos cerca de 1.200
trabalhadores que estão no grupo de risco, composto por pessoas com
doenças crônicas ─ como diabetes e hipertensão ─, além de
indivíduos acima de 60 anos e outros.
O grupo ficou afastado por 52 dias e as remunerações foram mantidas. Entretanto, com a gradual reabertura do comércio no DF, esses trabalhadores retornam às atividades normais, ficando exposto e vulneráveis à contaminação.
De acordo com o sindicalista José Wilson, o Sindicato entrou com ação judicial solicitando a antecipação das férias para que o grupo se mantenha protegido.
Adiantamento salarial
A regularidade do pagamento dos salários nas datas estabelecidas
pelo Acordo Coletivo também tem demandado atenção do Sindicato.
Pelo acordado, a remuneração dos rodoviários do DF deve ser paga em
duas parcelas: um adiantamento de 40% no dia 20 e os outros 60% no
dia 5.
Porém, esse mês, das cinco empresas que prestam serviços para o GDF, três (Marechal, Pioneira e São José) atrasaram o pagamento do adiamento salarial.
Após reunião e cobranças do Sindicato, o GDF afirmou que repassaria os valores para as empresas nesta segunda-feira (25), e a previsão é que o pagamento dos trabalhadores seja efetuado a partir desta terça-feira (26).
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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