Agência Brasil
Com 96% dos votos apurados, Evo Morales foi reeleito para o quarto mandato como presidente da Bolívia com 46,87% dos votos contra 36,72% de Carlos Mesa, seu principal opositor.
Apuração até o momento
A apuração dos votos foi paralisada no domingo (20), dia da votação, com 83% dos resultados computados, segundo o governo. Morales tinha 45,28% dos votos e Mesa, 38,1%, o que indicava que haveria segundo turno.
A contagem dos votos foi retomada na segunda-feira (21), com o governo dizendo que mudaria o modo de apuração: em vez de somar as atas de cada seção, faria a contagem voto a voto.
Horas depois, o governo informou que já havia apurado 95% do total de votos e que os resultados indicavam Evo dez pontos percentuais à frente do rival, o que lhe garantiria a vitória no primeiro turno.
Depois que o Tribunal Superior Eleitoral anunciou a vitória de Morales na noite de segunda-feira (21), uma série de protestos começou a pipocar em todo o país. Milhares de pessoas nas ruas, incendiaram a fachada da sede do Tribunal Eleitoral de Sucre, a capital administrativa boliviana, aos gritos de "fraude". Para os manifestantes que simpatizam com Mesa, os números indicam que tem de ter segundo turno em dezembro.
Os simpatizantes de Morales, por outro lado, também foram às ruas reivindicar a reeleição do presidente no primeiro turno.
4º mandato
Em novembro de 2017, Evo Morales conseguiu permissão para concorrer ao 4º mandado do Tribunal Constitucional da Bolívia. Evo já havia recorrido em 2014, quando concorreu ao terceiro mandato, alegando que sua primeira eleição não valia, afinal tinha ocorrido antes da nova Constituição, que foi promulgada em 2009.
O projeto de Morales
O objetivo de Evo Morales é manter o país como líder do crescimento econômico na América Latina e referência na distribuição de riqueza.
Após chegar ao governo, em 2005, Evo nacionalizou o petróleo e gás, criou empresas estatais estratégicas (de aviação, telecomunicações etc.), fez com que a economia, outrora dominada por multinacionais que sugavam a riqueza do país para a Europa e Estados Unidos, agora estivesse mais de 40% sob controle do Estado, afirmou o professor da graduação e do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Daniel Araújo Valença, em artigo exclusivo para o blog Vi o Mundo.
De acordo com o professor, a Bolívia foi o país que mais cresceu no continente ao longo da década. “A economia brasileira era 96 vezes maior do que a boliviana, agora é 45 vezes”.
“Em uma década”, diz o professor, “30% da população boliviana saiu da extrema pobreza. O país erradicou o analfabetismo, criou um sistema único de saúde, um sistema de seguridade, fundou o Estado Plurinacional etc”.
Recentemente, Morales disse que não quer ser o melhor presidente da história da Bolívia, quer “ser o presidente da melhor Bolívia da história”.
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