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Em reunião realizada na sede do Dieese nesta quinta (14), as centrais sindicais (CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central, CGTB, CSB, Intersindical e CSP-Conlutas) debateram a mobilização para a Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, convocada para o próximo dia 20, e acenaram com a organização de uma greve geral no país contra a proposta de reforma da Previdência do governo Bolsonaro e em defesa das aposentadorias e da Previdência Pública.
“Consideramos que a reunião dos sindicalistas deve apontar para
uma jornada nacional de luta em defesa da Previdência Pública e
preparar o caminho para a realização de uma nova greve geral, a
exemplo da que foi feita com sucesso no dia 28 de abril de 2017”,
comentou o presidente da CTB, Adilson Araújo.
“Nossa luta”, prosseguiu o sindicalista, “é não só em defesa das
aposentadorias, agora sob o risco de extinção para os mais pobres
com a privatização do sistema previdenciário. Batalhamos também em
defesa da soberania nacional, da democracia e dos direitos sociais,
alvos da agenda ultraliberal do governo Bolsonaro, que radicalizou
a receita golpista de Michel Temer”.
O dirigente criticou duramente o ministro da Economia, Paulo
Guedes, que em sua opinião “tem forte interesse particular na
reforma, é diretamente ligado a empresas que exploram o sistema
previdenciário e está sendo investigado por suspeita de desvio de
R$ 1 bilhão na administração de fundos de pensão. Além disto, é um
dos ‘Chicago Boys’ que assessoraram a fracassada reforma
previdenciário do ditador Augusto Pinochet no Chile, que instituiu
o malfadado sistema de capitalização e condena os idosos à miséria,
com aposentadorias que não chegam à metade do valor do salário
mínimo daquele país”.
Ampliar a mobilização
Adilson ressaltou a necessidade de promover “um amplo debate na
sociedade, buscar o apoio dos movimentos sociais, da CNBB, da OAB e
atuar intensamente também nos espaços institucionais. Vamos atrás
dos parlamentares sabendo que no Congresso Nacional há muita
resistência a apoiar os pontos mais polêmicos da reforma”.
Os líderes das centrais prometem conversar com prefeitos e
governadores: “Sabemos que em cerca de 4 mil municípios os recursos
canalizados para o pagamento das aposentadorias são maiores e mais
significativos para a sobrevivência da economia do que o Fundo de
Participação dos Municípios (FPM). A reforma proposta por Bolsonaro
e Guedes será desastrosa para muitos prefeitos e governadores”.
Outro ponto destacado é “a realização de uma ampla campanha de
esclarecimento da opinião pública, que vem sendo bombardeada com
alarmes falsos e meias verdades por uma mídia que omite o fato de
que as despesas financeiras do Estado, com o pagamento dos juros da
dívida pública, consomem mais de 50% do orçamento. É nisto e na
política de desonerações e conivência com o calote dos débitos
contraídos pelos empresários com a Previdência que devemos mexer, é
imperioso onerar os banqueiros e as empresas sonegadoras do INSS.
Os ricos devem pagar a conta do ajuste fiscal e não mais os
pobres”.
Greve em São Paulo
Durante a reunião os dirigentes das centrais reiteraram o apoio à
greve dos servidores paulistanos contra a reforma da Previdência do
governo Bruno Covas (PSDB), que ampliou de 11% para 14% da folha a
contribuição dos trabalhadores e trabalhadoras e investiu na
privatização do sistema com a criação do Sampaprev, um fundo
complementar de previdência privado. Os servidores querem a
revogação do que chamam de “confisco salarial” e do Sampaprev.
De acordo com o presidente da CTB, “a greve do funcionalismo
municipal de São Paulo – que, por sinal, está a cada dia mais forte
– dá novo ânimo à luta nacional das centrais, dos movimentos
sociais e da classe trabalhadora em defesa da Previdência Pública e
dos direitos e conquistas da nossa classe trabalhadora. É só com
muita luta que lograremos barrar a agenda reacionária de
restauração neoliberal, defender a democracia, a soberania e
resgatar no Brasil um projeto nacional de desenvolvimento capaz de
garantir a retomada do crescimento econômico e o bem-estar do povo
brasileiro”, concluiu.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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