divulgação
O Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) e a
Infraero chegaram a um impasse relevante, que precisa ser
superado, a fim de que se construa uma contraproposta capaz de
encerrar o processo da data-base 2017. As rodadas aconteceram
nos 17, 18 e 21 de maio, na sede do Tribunal Superior do Trabalho
(TST). Nas últimas reuniões, a Infraero tentou enfiar “goela
abaixo” do Sindicato um modelo de contraproposta para ser
encaminhado em um novo calendário de assembleias com a
categoria.
A negociação foi mediada pelo TST que apresentou ao Sina
e à Infraero um parecer generalizado, após estudar a proposta de
mudança no Programa de Assistência Médica (PAMI) entregue pela
empresa.
A equipe técnica do Tribunal já vem realizando esse tipo de
trabalho, auxiliando nos processos de negociação mediada de outras
categorias. Foi assim na mediação da data-base dos Correios e de
outras estatais, a fim de atender à portaria da União que determina
mudanças na gestão dos planos de saúde das empresas federais,
obedecendo a um calendário específico.
A Infraero, por sua vez, não poderá fugir a essa regra. Na empresa,
no entanto, o processo da mudança nas regras do PAMI está sendo
tratado de forma diferenciada, uma vez que constituímos uma
comissão paritária (Sina+Infraero), desde 2013, quando o tema foi
objeto do Acordo Coletivo daquela data-base, após uma greve
histórica da nossa categoria.
Esse cenário não está acontecendo com outras estatais, que estão
simplesmente adequando a gestão dos seus planos de saúde à portaria
e impondo a implantação dessas mudanças durante o processo de
negociação da data-base, sem abrir espaço para discussão junto aos
trabalhadores e seus sindicatos.
Ainda sobre a última rodada de negociação mediada dos
aeroportuários, cabe ressaltar que o Sina e a Infraero conseguiram
evoluir em alguns aspectos em relação ao modelo de gestão do PAMI.
Porém, não o suficiente para as partes chegarem a um consenso.
Não à retirada de direitos
A Infraero, nesses três dias de reunião, tentou usar como base nas
discussões o processo de data-base do Serviço Federal de
Processamento de Dados (Serpro), que também foi mediado pelo TST e
teve a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais
(SEST) interferindo diretamente, como faz com todas as empresas
federais.
Devido ao caso do Serpro ser usado como exemplo pela Infraero, o
Sina reagiu imediatamente, de forma contundente, abominando a
estratégia adotada pela empresa. Isto se deu por conta da data-base
do Serpro, recentemente concluída, ter características semelhantes
ao processo dos aeroportuários.
Os trabalhadores do Serpro, através de sua entidade representativa,
estavam negociando a data-base 2017 desde maio do ano passado e, em
maio de 2018, sobrepuseram duas negociações, como acabou
acontecendo com a nossa categoria. Todavia, para o Sina, o
fechamento recente desse processo dos funcionários do Serpro trouxe
retrocessos.
Eles conseguiram acordar a reposição de 100% da inflação acumulada
na data-base 2017, mas garantiram apenas 60% da inflação acumulada
na data-base 2018 e, para obter esses reajustes, aceitaram um
rebaixamento dos percentuais de hora extra, adicional noturno e
hora noturna aos valores previsto pela nova CLT (pós reforma
trabalhista).
Diante desse quadro, o Sina, literalmente, disse NÃO, na mesa de
negociação, à possibilidade de votar uma proposta famigerada como
essa, como queria a Infraero.
O Sindicato conseguiu, no entanto, superar o discurso de reajuste
zero, que vem sendo defendido desde o início dessa data-base, pela
empresa, conforme orientação do governo Temer, que impôs, em 2017,
a todas as estatais, 0% de aumento nas negociações. Aceitar essas
perdas e redução de benefícios, sem sombra de dúvidas, seria
inaceitável e vergonhoso para a nossa categoria.
O presidente do Sina, Francisco Lemos, considerou uma afronta à
paciência, insatisfação e revolta dos aeroportuários serem tratados
pela Infraero dessa forma e disse, na mesa de negociação, que
estaria disposto a chamar um calendário de assembleias com pauta
única: GREVE JÁ!
Para Lemos, “esses três últimos dias foram o estopim que faltava
para ser acendido e agora já temos o fogo ateado no pavio”.
Nessa altura das negociações, o juiz mediador do TST, Dr. Rogério
Neiva, interrompeu as discussões dizendo que, apesar de serem todas
empresas federais, a realidade de cada uma é levada em conta pelo
Tribunal, e elas são tratadas de forma única conforme suas
especificidades.
Mediador do TST decide encaminhar processo ao
vice-presidente do órgão
Diante do impasse, capaz de levar a negociação a um esgotamento
dramático e desastroso, Neiva resolveu encaminhar todo o processo,
juntamente com as considerações da Infraero, o protesto e as
intenções do Sindicato, à vice-presidência do TST, para que o
ministro Dr. Renato de Lacerda Paiva faça uma análise profunda da
situação e encaminhe uma discussão sobre possibilidades,
diretamente, junto às esferas superiores do governo federal.
Assim, nos próximos dias, o Sina aguarda que o ministro faça uma
contraproposta, com características de uma terceira posição, para
que o Sindicato leve às assembleias, dentro de um calendário e
publicações que obedeçam às diretrizes da legislação trabalhista e
reconhecendo o voto soberano da categoria.
Após essa decisão, o presidente do Sina manifestou-se, na rodada,
ressaltando que espera de fato que, de uma discussão mais elevada
entre o Judiciário e o Executivo, saia uma proposta que solucione,
definitivamente, esse processo. “A possibilidade de perdas e
demissões foi extremamente colocada na mesa de negociação, pela
Infraero, sem nenhuma consideração com os seus empregados.
Contudo, a imparcialidade, confiabilidade e idoneidade da Justiça
do Trabalho ainda tramita no pensamento dos sindicatos e
trabalhadores. Assim, o Sina e os aeroportuários esperam um esforço
do Tribunal para que possam seguir com suas vidas adiante, para que
esta data-base possa ser concluída com dignidade”, afirmou.
Tanto o Sina quanto a categoria irão aguardar ansiosamente mais
essa etapa. O Sindicato espera que, nos próximos dias, possa
apresentar a todos os trabalhadores da Infraero essa proposta do
Tribunal e então convocar as tão esperadas assembleias. – Ufa!,
completa Lemos.
PAMI
Apesar da expectativa pela contraproposta do Tribunal para o
projeto do novo PAMI, foi decidido na rodada que a apresentação e
as explicações às dúvidas dos trabalhadores sobre o desenho e o
texto desse tema no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) ficará a
cargo, exclusivamente, da Infraero.
Caberá à empresa apresentar a proposta na íntegra, em cada uma de
suas bases, antes da realização das assembleias que serão
convocadas pelo Sindicato. O objetivo é possibilitar aos
aeroportuários participarem das assembleias com pleno conhecimento
e opinião prévia já formada para votar contra ou a favor das
mudanças no PAMI.
Essa decisão se deu após exigência do Sina, que entende que a
alteração do plano de saúde é extremamente delicada e precisa ser
analisada com calma antes das assembleias, uma vez que tem impacto
muito importante na vida dos trabalhadores da Infraero.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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