Foto: Mauro Calove
A emoção e a indignação tomaram conta da Jornada pela Democracia com intelectuais e artistas em São Paulo na noite desta segunda-feira (14). Dom Angélico, que celebrou a missa que antecedeu a prisão de Lula, fez questão de abençoar a família do ex-presidente na noite que comoveu todos os presentes.
Organizada pelo deputado federal Paulo Teixeira e pelo jornalista e escritor Camilo Vannuchi, a Jornada, já na sua oitava edição, se dedica acusar o golpe e defender Lula.
O auditório do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo ficou lotado para debater a fragilidade da democracia no Brasil e sobre a prisão política do ex-presidente Lula. Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula e amigo de longa data, deu o tom da noite: “Quando venho para um evento desses, fico imaginando que quem gostaria de estar aqui era o Lula”.
Responsável pelo Plano Lula de governo, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse estar muito animado para construir propostas para voltar a melhorar o Brasil com a candidatura do presidente Lula e completou: “Estão aprisionando nosso futuro, não um homem”.
O escritor Raduan Nassar, conhecido pelo jeito discreto e tímido, fez questão de ressaltar que “quem defende o estado democrático de direito está correndo o risco de perder sua liberdade”. E completou: “Lula está sempre presente, seja o que for: Lula livre, Lula presidente”.
Hoje (14) foi divulgado que a mortalidade infantil voltou a crescer no Brasil e a ex-primeira dama de São Paulo, Ana Estela Haddad, lembrou aos presentes deste dado. “Eu vi o Brasil sair do mapa da miséria e hoje o Brasil deixou de reduzir a mortalidade infantil após 13 anos, é muito triste. E quem mais fez pelo Brasil é quem está sendo criminalizado? Onde estamos?”.
Ana Estela homenageou a família e os funcionários do Instituto Lula “o momento é muito difícil, mas que bom que estamos juntos. A força de vocês é muito importante pra nós”.
De forma muito emocionada, Okamotto relatou que não consegue imaginar Lula sem discutir política. “Quer torturar o Lula, deixa ele quieto, trancado. E lamentavelmente ele está. E quando subia as escadas (do prédio da PF, quando foi visitar Lula) pensava: como é que pode? Conheço o Lula! Como poderia um homem de 72 anos como o presidente Lula receber de propina um triplex? Que tipo de pessoa acredita numa história dessa?”.
O advogado Wilson Ramos Filho, conhecido como Xixo e um dos organizadores do livro “Enciclopédia do Golpe”, que está indo para sua terceira edição, afirmou que o papel do poder judiciário neste processo injusto contra Lula precisa ser contado. “Esse golpe não teria acontecido sem o poder judiciário. E nós temos que denunciar para a história o papel desses canalhas na destruição do Brasil”.
As cineastas Laís Bodanzky, Tata Amaral e Maria Augusta Ramos – que dirigiu o filme “O Processo” – que relata o golpe de 2016, também se somaram ao coro “Lula livre”. O filme, já premiado internacionalmente, será lançado em todo Brasil na próxima quinta-feira.
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