Foto: Sindicato
Os trabalhadores e trabalhadoras em transporte urbano de Sorocaba, em greve desde o começo do mês, resistem às pressões e ameaças e seguem firmes lutando por melhores salários e melhores condições de trabalho. Nesta quarta-feira (25), a paralisação em Sorocaba chegou ao 21º dia, a mais longa já realizada na cidade.
Apesar das mentiras e da tentativa de criminalizar o movimento por parte do Prefeito José Crespo (DEM), a justiça reconheceu a legalidade paralisação. Na reunião realizada na segunda-feira (24), Hamiton Scarabelin, juiz relator do dissídio, reafirmou que a greve é um direito dos trabalhadores.
O juiz também pediu ao Sindicato a suspensão da greve. Os trabalhadores vão decidir se aceitam suspender o movimento ou não na quinta-feira (27), em duas assembleias, que serão realizadas às 10h e às 18h.
Tentativa de diálogo
Desde o início da campanha salarial, o Sindicato dos Rodoviários
de Sorocaba e Região buscou dialogar com as empresas STU e CONSOR e
também com a Urbes - Trânsito e Transporte e com o prefeito José
Crespo (DEM).
Não houve sucesso. As empresas demoraram mais de 100 dias desde o
começo da campanha para fazer a primeira proposta. Chegaram à mesa
de negociação sem oferecer um índice que cobrisse as perdas com a
inflação do período e não garantiam nenhuma melhoria nos
benefícios.
Com a intervenção do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15ª), a STU e a CONSOR mudaram e propuseram apenas repor a inflação. No entanto, mantiveram a linha de não oferecer melhorias nos benefícios.
Com isso, a greve teve início em Sorocaba. Mesmo assim, o Sindicato manteve a postura de buscar uma solução para o problema. Por quatro vezes a greve foi suspensa na tentativa de se chegar a um acordo.
Prefeito não cumpre a palavra
Com o avanço da paralisação e a população cada vez mais impaciente, os trabalhadores e trabalhadoras em transporte recorreram à Câmara de Vereadores. A pressão sobre os parlamentares deu resultado: a Casa Legislativa ofereceu antecipar a devolução de recursos economizados para a Prefeitura. O valor é mais que o suficiente para garantir os reajustes dos profissionais do transporte.
Com a repercussão do ato da Câmara, o prefeito Crespo aceitou
pela primeira vez dialogar com Sindicato. No encontro, Crespo de
sua palavra que faria uma proposta justa aos trabalhadores.
O sindicato, então, suspendeu a greve. Mas Crespo não cumpriu com o
prometido. Sem a presença do prefeito na reunião, prefeitura e as
empresas ofereceram repor a inflação e antecipar 1,57% da próxima
data-base. Na prática, isso significa que o valor seria descontado
na campanha salarial de 2018.
A proposta não foi aceita pela categoria e, em duas assembleias realizadas na quarta-feira (19), a retomada da greve foi aprovada por unanimidade.
Seguindo a lei - O Sindicato demonstrou boa vontade todo o tempo. Participou de cinco audiências no Tribunal Regional do Trabalho, as quais não tiveram a presença do prefeito Crespo e nem de nenhum representante do seu governo.
A entidade também cumpriu a determinação da Justiça. Em todo período de greve, manteve 70% da frota em circulação nos horários de pico e 50% nos demais horários e garantiu 100% do transporte especial em funcionamento.
Histórico de enfrentamento - Os trabalhadores e trabalhadoras em transporte de Sorocaba já tinham a consciência que não seria uma campanha fácil. O atual prefeito Crespo já havia enfrentado a categoria antes. Em 1990, quando era secretário de Transporte, Crespo perseguiu, agrediu, ameaçou e mandou prender os profissionais do transporte que lutavam por melhores condições de trabalho e melhores salários. Ele foi, também, que tirou os cobrados dos ônibus na cidade.
Agora, a tática de Crespo se repete. Pressões e ameaças, muitas vezes públicas, têm sido a forma que o prefeito escolheu para lidar com a situação, chegando a publicar, em conjunto com as empresas, anúncio de recolhimento de currículos.
Crespo alega não ter dinheiro para o reajuste, mas é o mesmo prefeito que aumentou o valor da passagem bem acima da inflação, em 7,89%, o que a imprensa local chamou de "um dos maiores já decretados na história recente do município".
Como se não bastasse, desde o início do governo, Crespo tem tentado criar cargos comissionados com salários que chegam a R$ 11 mil, impactando o caixa da prefeitura em R$ 2,8 milhões por mês.
Resistência e reivindicações - Com esse cenário, não restou alternativas para categoria que não seja resistir e mostrar a força da união. Nesses 16 dias de greve, os trabalhadores e trabalhadoras têm enfrentado as mais diversas dificuldades, mas seguem firmes na luta.
O Sindicato dos Rodoviários iniciou as negociações da Campanha Salarial 2017 em 31 de março, quando entrou a pauta de reivindicações para as empresas e também pra o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Os trabalhadores e as trabalhadoras em transporte urbano de Sorocaba exigem reajuste salarial de 4% retroativo a maio e 1,57% a partir de setembro, aumento no tíquete-refeição para R$ 21,00/dia a partir de novembro e na participação nos lucros e resultados (PLR) para R$ 1.600,00 pago no retorno das férias.
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