Foto: Paulo Pinto
O ex-presidente Lula defendeu nesta terça-feira (4), em entrevista à “Rádio Jornal”, de Pernambuco, que a União cumpra seu papel como indutora da economia para retomar o desenvolvimento do Brasil. O petista fez um contraponto entre a atual política econômica do governo golpista e a adotada por ele quando esteve à frente da Presidência da República. Para Lula, “quem deu o golpe não sabe o que fazer com o Brasil”. Para ele, a falta de credibilidade de um governo que não foi democraticamente eleito contribuiu também para a crise econômica pela qual passa o Brasil.
“Para recuperar a economia brasileira é preciso voltar a colocar os pobres no orçamento da União. É preciso começar a gerar empregos e, para isso, é preciso que a União faça investimentos, que os estados e municípios façam investimentos, que os bancos públicos cumpram seu papel, que os bancos privados invistam em desenvolvimento, para que possa ter credito para esse povo consumir alguma coisa. Se a União não investe, quem vai girar a roda gigante da economia? Ninguém. Pobre não é problema, é solução para a economia brasileira”, afirmou Lula.
Ele se posicionou, mais uma vez, contra o projeto da reforma da
Previdência. “Então, querem consertar a Previdência? Gerem
empregos, aumentem os salários, a renda formaliza a economia,
provamos isso de 2004 a 2014. É só você analisar o que aconteceu
nesse período e vai perceber que todo ano teve aumento do Bolsa
Família, aumento de salário mínimo e a Previdência passou a
arrecadar muito mais”, declarou.
Quanto às eleições de 2018, Lula disse que não vai entrar no debate
com o prefeito tucano de São Paulo, João Dória. Para ele, aceitar a
provocação de uma figura desconhecida nacionalmente não contribuiu
para o debate em torno dos reais problemas do país. “Tenho outras
propostas, acho que o Brasil precisa efetivamente voltar a crescer
e gerar emprego, que é o que o povo precisa. O povo brasileiro está
sofrido”, afirmou.
Eleições diretas
Questionado sobre o julgamento pela Justiça eleitoral da chapa da
ex-presidenta Dilma e de Michel Temer, o ex-presidente defendeu
eleições diretas caso a cassação se concretize. “A Justiça
eleitoral já aprovou as contas da Dilma. Acho que o PSDB quis
promover um carnaval com essa ação. O Brasil precisa ter um
presidente eleito democraticamente para que volte a recuperar a
credibilidade, as instituições voltem a funcionar e fazer o país
andar para frente: recuperar a economia, aumentar os salários,
gerar emprego”, afirmou. O julgamento foi adiado na
terça-feira (4) a pedido das defesas.
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