Reunião CUT e Renan - foto: PT no Senado
Em reunião no Senado com o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) na quarta-feira (16), o presidente Nacional da CUT, Vagner Freitas, criticou a forma como vem sendo discutido o PL 4.330, que regulamenta a terceirização no Brasil
Vagner defende que os trabalhadores participem da elaboração de
uma proposta mais justa. Caso contrário, ele afirma que as centrais
sindicais irão promover uma série de manifestações pelo
País.
“Parece que hoje esse governo, que é um ilegítimo, tem a maioria de
deputados e senadores construída aqui [para aprovar o PL 4.330].
Agora, qualquer coisa que seja aprovada goela abaixo dos
trabalhadores, não achem que vai ser aceito de maneira calma,
tranquila. Nós vamos fazer mobilizações”, garantiu o presidente da
CUT.
Vagner ressaltou a importância do papel legislador do Senado,
especialmente no momento em que o Supremo Tribunal Federal (STF)
decide votar questões como a terceirização e o negociado sobre o
legislado.
"Enquanto o País debate de forma democrática uma solução para os
mais de 12 milhões de terceirizados que ganham menos, têm menos
direitos, correm mais riscos de acidente e morte, o Supremo não
pode decidir juridicamente, com uma votação na Corte,
desconsiderando o debate no Senado, um dos poderes da República
constituído para legislar", afirmou.
Judicialização
Para Vagner, a postura do Supremo é de judicializar questões que
não são de sua responsabilidade e isso, afirmou, prejudica o
debate, impedindo que as partes apresentem suas propostas e
procurem consensos se eles existirem.
"Os ministros do STF precisam entender que o que os empresários
querem não é terceirizar, eles querem acabar com as garantias, a
proteção legal, as obrigações trabalhistas da empresa para o
trabalhador. Querem tirar direitos e fragilizar o trabalhador e
suas representações sindicais", concluiu.
Audiências pelo Brasil
Um dos pontos mais polêmicos do PL 4.330 regulamenta a
terceirização na chamada atividade-fim – ou seja, o negócio
principal de uma empresa. O relator da matéria na Comissão Especial
da Agenda Brasil, senador Paulo Paim (PT-RS), destaca
constantemente que há uma quase unanimidade de que a proposta, do
jeito que está, vai precarizar o trabalho no País.
Paim, que também esteve na reunião dos trabalhadores com Renan,
afirmou que o parecer sobre o projeto está praticamente. O petista
promoveu audiências em todos os estados brasileiros para debater a
matéria com trabalhadores.
Uma nova reunião entre Renan e os sindicatos dos trabalhadores foi
marcada para a próxima semana.
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