Um ano de lama e luta: manifestação em Bento Rodrigues pede justiça

Protestos e missão de solidariedade às vítimas marcam um ano do rompimento das barragens da Samarco

Por: Redação CNTTL com Jornal Brasil de Fato
Publicação: 07/11/2016
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Manifestantes chegam a Bento Rodrigues - Foto: Brasil de Fato

Mais de mil pessoas participaram neste sábado, 5 de novembro, da manifestação realizada em Bento Rodrigues para marcar um ano do maior desastre socioambiental da história do Brasil. A atividade encerrou a Marcha de mais de três mil quilômetros organizada pelos Movimento Atingidos por Barragens (MAB), que partiu do Espírito Santo e fez todo o caminho da lama, até chegar em Bento Rodrigues, o povoado inteiramente destruído pelo rompimento da barragem de rejeitos denominada Fundão, da mineradora Samarco (Vale/BHP Billiton).

Vindas de vários estados e várias cidades de Minas, além de participações internacionais, todos foram tomados pela emoção impactante de entrar na cidade devastada. Depois de uma caminhada pela lama até o que restou de Bento, uma dinâmica lembrou o momento do rompimento. Cobertas de lama, 21 pessoas carregaram cruzes, que depois foram colocadas ao lado de mudas plantadas, em homenagem às vítimas.

Estamos vivos e somos muitos

O número oficial de vítimas fatais é 19, mas o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que organizou o ato junto com a Arquidiocese de Mariana, contabiliza 21. Um desses é em memória de um aborto forçado, sofrido por uma moradora de Bento devido ao impacto da violência da água misturada a rejeitos de mineração. O outro é para lembrar de um senhor que morreu de depressão há duas semanas, também em decorrência da violência sofrida.

Em meio à a encenação tão real, alguém puxou: “Estamos vivos. E somos muitos”. De novo, o coro de mais de 1.000 pessoas responde: “somos muitos”.

Solidariedade

Estava lá com sua roupa suja de lama seca o senhor Antonio Martins Quintão. De 48 anos, 47 vividos em Bento, ele carregava um cartaz com uma foto de como o povoado um dia foi, com a praça central, a igreja, o campo de futebol. Ele conta que sempre que dá ele volta lá, e já vai com a roupa preparada. “Venho pra ver meu passado. Venho matar a saudade, depois vou embora”, explica.

Hoje ele mora em uma comunidade com o irônico – e maldoso – nome de “Vila Samarco”. A moradia, no entanto, é para ele ainda temporária. O que ele quer mesmo é voltar para casa de vez. “Vir aqui hoje traz um misto de dor e esperança, por ver tanta gente na luta com a gente. Espero que isso ajude a fazer as empresas se conscientizarem”, resume.

Um culto ecumênico reforçou a dimensão coletiva da luta comum. E terminou com a canção ao “Pai Nosso dos Mártires”, dos pobres, torturados e dos marginalizados. “Pedimos-te o pão da vida, o pão da segurança, o pão das multidões”, diz trecho da oração, que precedeu a distribuição de uma comunhão feita com pão sovado.



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