Foto: SNA
Para marcar a abertura dos jogos Olímpicos, aeroviários da base do Sindicato Nacional realizaram nesta sexta (5) um grande ato no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro (RJ). A mobilização, que contou com apoio da CNTTL e da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (FENTAC), chamou a atenção dos passageiros para a situação de risco da aviação civil e a política nacional.
Durante o ato, dirigentes sindicais entregaram uma carta de alerta em português e inglês que fala sobre as políticas adotadas pelas empresas e administradoras de aeroportos que podem colocar em risco a segurança de voo. Entre elas, a falta de agentes no atendimento do Raio-X, que resulta em filas gigantescas, e a retirada do atendimento de mecânicos nas aeronaves e o excesso de jornada de trabalho, para quantidade insuficiente de profissionais contratados.
O documento fala também sobre à política nacional, e alerta os turistas estrangeiros sobre o golpe de Estado que resultou na saída da presidente Dilma Rousseff (PT) de seu cargo, atualmente ocupado pelo interino Michel Temer (PMDB). A atual política do governo aponta para a retirada de direitos trabalhistas, o que vem causando grande preocupação nos Sindicatos em geral.
Leia a seguir, a carta distribuída aos passageiros:
Jogos Olímpicos: investimento para quem?
Centenas abandonados em leitos de hospital. Nossa saúde pública é precária e está longe de atender a demanda da população. Professores de escolas públicas ganham miséria. O pouco investimento em educação coloca em pauta a possibilidade do fechamento das universidades públicas. Com a média salarial do brasileiro, pagar ensino particular é uma realidade muito distante da maioria. Transporte público apenas funciona nos bairros de classe média/alta. No subúrbio, nas periferias, a realidade de locomoção é muito diferente. Da segurança pública, nem se fala.
Os Jogos Olímpicos são uma tentativa de mascarar o verdadeiro Rio de Janeiro, aquele que ninguém quer ver. O Rio em que o cidadão sofre diariamente para voltar do trabalho para casa, em função da superlotação do transporte; o Rio em que não há vagas nos hospitais públicos; o Rio que não oferece educação de qualidade para crianças e jovens; o Rio cercado de violência em função da falta de emprego de políticas públicas e sociais.
Não bastasse isso, sofremos um duro golpe de Estado, em que a presidente democraticamente eleita, Dilma Rousseff, foi retirada do seu cargo sob o argumento de crime de responsabilidade. Crime esse que, comprovadamente, não existiu. Áudios de ligações telefônicas vazados pela impressa confirmam que a oposição fez grave manobra política com o objetivo de ocupar o poder. A mesma oposição acusada de uma série de crimes que envolvem corrupção.
A política do governo golpista mostrou rapidamente a que veio: destituição de mulheres e negros de cargos parlamentares, que voltam a ser ocupados única e exclusivamente por uma elite branca, formada por homens; diminuição das pastas relacionadas às políticas públicas e sociais; implementação de projetos que implicam em retiradas de direitos trabalhistas, como os que envolvem a terceirização, 100% de abertura do setor aéreo para o capital estrangeiro, aumento de tempo de trabalho para entrada da aposentadoria, flexibilização do conceito do trabalho escravo, entre uma série de propostas que apenas prejudicam a camada mais carente da população.
Que os Jogos Olímpicos sediados no Rio de Janeiro sirvam para mostrar ao mundo a realidade enfrentada diariamente por milhares de brasileiros e brasileiras, que não bastassem as dificuldades diárias já enfrentadas, veem um risco iminente de perdas trabalhistas com a ascensão de um governo golpista ao poder. A realidade da maior parte da população é muito diferente da vivida por uma ínfima parcela da elite brasileira, representada pela maioria no Congresso que votou pela saída da presidente eleita. A realidade do Rio de Janeiro é muito diferente da vivida nos pontos turísticos da cidade.
No último mês, o governador Francisco Dornelles decretou estado de calamidade pública, com o objetivo de desviar a verba de recursos básicos como saúde e educação para finalizar as obras necessárias para a realização das Olimpíadas. Dizem que sediar os jogos será um grande investimento. A pergunta que fica: investimento para quem?
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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