Em carta à Latam, mecânicos denunciam precarização da mão de obra que coloca voos em risco

Esta é a segunda vez que a Federação e sindicatos alertam o presidente da Companhia Enrique Cueto

Por: Viviane Barbosa, Redação CNTTL
Publicação: 01/08/2016
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Orisson Melo, diretor da FENTAC e Sergio Dias, presidente da Federação com o documento entregue à Latam (Foto:Viviane Barbosa)

O presidente da FENTAC, Sergio Dias, e o diretor da Federação e do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, Orisson Melo, entregaram na sexta-feira, 29 de julho, ao Consultor Sênior de Relações Trabalhistas e Sindicais da TAM, Roberto Baccaro, "carta dos mecânicos" brasileiros da Latam (fusão da chilena LAN Airlines e a brasileira  TAM Linhas Aéreas).

No documento, endereçado ao presidente da companhia, Enrique Cueto, os mecânicos de Campinas, Guarulhos, Recife, Porto Alegre e das bases do Sindicato Nacional dos Aeroviários se solidarizam com os latino-americanos e pedem que  sejam tomadas providências sobre a tentativa da empresa de substituir pessoal técnico, com licença para trabalhar em aviões, por encarregados de operação de plataforma -- posto criado somente para baixar custos de manutenção, por meio de planos de terceirização que visam precarizar a mão de obra.

A carta denuncia que essa precarização da mão de obra adotada pela empresa pode acarretar consequências desastrosas e colocar em risco a vida  e a integridade das pessoas que voam nos aviões da companhia.

Mecânico na TAM há 33 anos, Orisson Melo, disse ao Portal FENTAC que essa não é a primeira vez que os trabalhadores alertam a empresa. "Em encontro da Rede Latam em Bogotá, na Colômbia, em novembro de 2015, fizemos essa carta em conjunto com os mecânicos da América do Sul que faz um alerta à política de segurança de voo da empresa que está severamente prejudicada por políticas de redução de custos de manutenção. Nós mecânicos brasileiros repudiamos e vamos combater qualquer tentativa no Brasil", frisa.

Segundo o sindicalista, há relatos que a empresa está implantando um plano de demissões que já atingiu os Aeroportos de Congonhas, Galeão e Brasília. "Tomamos conhecimentos que supervisores e líderes de manutenção com mais de 25 anos de experiência e dedicação são descartados sem piedade. Esses profissionais detêm um vasto conhecimento técnico e dificilmente poderão ser substituídos, essa situação compromete a segurança nos aviões", relata.

Morte e acidentes
No documento, os trabalhadores  denunciam que devido à precarização, recentemente um mecânico da companhia no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, foi vítima, em 11 de julho, de um terrível acidente que resultou na sua morte. 
Já na América do Sul, um mecânico peruano e outro colombiano também sofreram graves acidentes e felizmente sobreviveram. Só no Peru, o acidente custou US$ 6,5 milhões para o Airbus 320 da LATAM. 

Ainda segundo o documento, os mecânicos também relatam que já advertiram em "incontáveis ocasiões", os responsáveis das áreas de manutenção, mas nunca foram ouvidos. "Diante dos fatos, nós nos isentamos de qualquer responsabilidade por problemas que vierem a ocorrer nas aeronaves da Latam", finaliza o documento.

Repercussão da notícia nas redes sociais
No dia 13 novembro de 2015, quando a carta dos mecânicos da Latam da América do Sul veio a público e foi divulgada no Portal FENTAC muitos passageiros manifestaram preocupação. Em um dos comentários, uma passageira considerou a situação gravíssima. “Precarizar o serviço de manutenção das aeronaves é colocar em risco, deliberadamente, a vida de milhares que usam seus serviços, Latam (LAN E TAM). Esperemos que providências sejam tomadas, ante essa tragédia anunciada”.
Outro comentário dizia: “Temos que tomar cuidado na hora de escolhermos as companhias!” Muitos usuários alegaram que diante da situação não iriam voar mais pela companhia. 

Durante um mês, a notícia na página da FENTAC  teve 140 mil acessos e 35 mil visualizações no Facebook. "Neste momento em que o Brasil sediará os jogos Olímpicos, esperamos que a Latam tome realmente providências para garantir melhores condições de trabalho para os mecânicos profissionais, que são fundamentais para assegurar a segurança nos voos", concluiu Sergio Dias, presidente da Federação.  

Clique para ver a carta



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